"Uma Análise
Teológica e piedosa do livro"
Introdução O livro de
Eclesiastes, é sem dúvidas um livro que parece ter sido realmente escrito hoje,
tamanha a análise filosófica das crises existenciais do homem. O objetivo aqui
nesse artigo é fornecer a você leitor, um panorama bem sucinto acerca da
teologia desse livro, e fazer algumas reflexões praticas de sua mensagem para
nossa edificação espiritual e para o desenvolvimento de uma vida vida pessoal
piedosa e temente ao Senhor. Para isso, dividi o presente artigo em 6 partes:
1° Definição
2° Curiosidade
3° Autor do Livro
4° Tema ou (ponto central
do livro)
5° Propósito; objetivo
6° Reflexões e ensino do
livro
Definição de Eclesiastes
A palavra Eclesiastes vem
do grego Ekklesiastes = “assembleia; palavra do pregador”. Foi traduzida do
hebraico, onde o livro se chama originalmente Qõhelet = “aquele que convoca uma
assembleia e fala a ela; que se reúne em assembleia; eclesiástico; pregador;
aquele que coleciona ditos sábios”.
Em outras palavras,
Eclesiastes significa: “função do pregador”, que na prática é pregar, ensinar
ou instruir. (Ec 12. 9-10)
Curiosidade
O livro de Eclesiastes,
faz parte dos “Cinco Megillot ou Cinco rolos”. São os cinco livros que são
lidos anualmente nas festas Judaicas. Os quais são: "Rute, Ester,
Cantares, Eclesiastes e Lamentações de Jeremias".
Eclesiastes é lido na
festa dos “Tabernáculos”. É uma festa com uma semana de duração, onde os Judeus
se reúne afim de recordar sobre a sua salvação do Egito, sobretudo, sua
peregrinação de 40 anos no deserto onde não tinham casas, e mesmo assim
sobreviveram sobre os cuidados do Senhor.
Segundo a tradição
Judaica, Salomão escreveu Cantares quando jovem; Provérbios quando estava na
meia-idade, e Eclesiastes, no final da vida.
Autor do Livro
Há inúmeros indícios de
que o autor do livro de Eclesiastes foi o rei Salomão, inclusive a própria
tradição judaica atribui o livro a ele. Contudo, existem algumas teorias que
sugerem que não pode ter sido ele. Raymond B. Dillard e Tremper Longman citam
em seu livro 'Introdução ao Antigo Testamento' que um dos argumentos é o
seguinte: “O fato de uma sabedoria tão religiosa e profunda proceder de um
homem que no fim cometeu apostasia é demais para alguns”.
Há outros argumentos
curiosos no livro que questiona também a autoria de Salomão, contudo, os
indícios de que foi ele que escreveu são maiores:
1° Identifica-se como
filho de Davi, rei de Jerusalém (Ec 1.1)
2° Há textos que podem
indicar isso (Ec 12.9; 1Rs 4.32)
3° É rei em Jerusalém (Ec
1.12)
4° Possuía uma riqueza
inigualável (Ec 2.7)
Entre outros exemplos....
Como disse, o artigo é sucinto acerca do livro mas partimos do pressuposto de
que Salomão escreveu o livro.
Tema central do livro
Toda a existência humana
vivida á parte de Deus, desencadeará frustração e insatisfação. É essa análise
que tem como resultado a expressão muito usada no livro: “tudo é vaidade”
=(fútil, sem valor).
O escrito de Eclesiastes
visa mostrar como as coisas desse mundo são tão passageiras e quão inútil é
buscar felicidade nesta vida por meio de conquistas materiais longe de Deus.
Salomão teve tudo que um homem pode desejar pensando que obterá a então felicidade:
teve riqueza, poder, mulheres, honrarias, fama, muitos empregados, respeito,
admiração, etc... E no final da vida, ele concluiu: “vaidade de vaidades! É
tudo vaidade!”
O livro mostra como o
homem jamais conseguirá ser feliz longe de Deus. O segredo da felicidade e de
uma qualidade de vida que todo homem deseja, só pode ser desfrutado debaixo da
sombra do Onipotente.
Objetivos - Propósitos
Alinhado ao tema central,
o livro é um aviso para os leitores, afim de poupa-los de ter que viver as
amarguras da vida quando se procura água em cisternas vazias (Jr 2.13).
Salomão também deixa claro
que a sabedoria humana ainda que seja a maior dos homens, ou do mais piedoso
homem da terra, são por demais limitada a entender os mistérios de Deus. Nesse
sentido, o livro é parecido com o livro de Jó, são milhares de perguntas de
nossa mente a respeito de nossa existência, das complexidades da vida humana em
que não temos resposta. (Ec 1.13 ,16-18; 8. 16-17).
Também nos alerta a não
apoiar a vida nas coisas da terra como se fôssemos aqui viver eternamente, isso
é tremenda idiotice. É como Paulo disse em: (1Co 15.19).
Salomão nos chama a
desfrutar ao máximo da vida e as coisas maravilhosas que Deus nos proporciona
de maneira sábia e consciente de que ao final, todos vamos prestar contas um
dia de nossas ações (Ec 11.9).
Encontramos nesse
maravilhoso livro, constatações de como é fútil e sem sentido a vida sem Deus.
Como diz Rick Warren em seu livro, 'Uma vida com Propósitos': "Você não se
criou, então enquanto não admitir a existência de Deus e pergunta-lo o porque
lhe criou, sua vida jamais terá sentido" Segue alguns exemplos dessas
futilidades da vida: Futilidade
* Da sabedoria humana
(2.15-16)
* Do trabalho humano
(2.19-21)
* Da inveja humana (4.4)
* Da avareza humana
(4.7-8)
* Da glória humana (4.16)
* Da ambição humana (5.10)
* Da cobiça humana (6.9)
* Das recompensas humanas
(8.10,14)
Conclusão e Aplicação
prática.
A vida que não se
centraliza em Deus está destituída de propósito e sentido. Partindo do
pressuposto de que Salomão é o autor desse livro, da sua história narrada nos
livros dos reis e na tradição Judaica, podemos entender a sua mensagem,
parafraseando o livro de Eclesiastes, basicamente assim: "A carta de
Salomão" Eu, Salomão, venho por meio desta carta poética e reflexiva,
aconselhar vocês a que não façam o que eu fiz. Fui um homem muito privilegiado.
Nasci dentro da linhagem que desfrutava do favor e das promessas do Senhor, a
tribo de Judá. Tive um bom pai, o grande rei Davi, que para mim foi muito importante
através do legado e os ensinamentos que a mim me deixou. Com a sua morte,
assumi o reinado de Israel, a nação de Deus. Por causa desse desafio, pedi
ajuda e socorro do Senhor afim de que por ele fosse capacitado a governar essa
nação, que eu mesmo não tinha condições. Em certa ocasião, o Senhor me ofereceu
a oportunidade de pedir-lhe qualquer coisa que eu quisesse e eu lhe pedi apenas
'sabedoria'. Em resposta ao meu pedido, o Senhor me concedeu não somente
sabedoria, mais também, riqueza, bens, honra que nenhum rei teve nem nunca terá
depois de mim, e assim foi. Desfrutei exatamente de tudo que o Senhor me
prometeu, acumulei muita riqueza, muito gado, muitos servos e servas, muita
honra, respeito e admiração mundial e etc...No decorrer da minha vida eu me
deixei levar pelos desejos da minha carne, me relacionei com muitas mulheres,
pequei contra o Senhor também com idolatria, e agora velho, quando parei para
refletir a vida, eu vi que o bem mais precioso que eu tinha eu abondei, o
Senhor que me criou e me favoreceu em tudo. Arrependido estou e queria muito
começar de novo e fazer tudo diferente, mas infelizmente não posso mais, não
lembrei do Senhor nos dias da minha mocidade e agora chegaram para mim os anos
que não tenho mais contentamento (Ec 12). Por isso, valorize a comunhão com
Senhor, o bem mais precioso que o homem pode ter, o resto é tudo vaidade!