O profeta Sofonias exerceu o seu ministério por volta do sétimo século antes de Cristo. Seu nome
significa “o Senhor me esconde” ou “Jeová escondeu”. Uma importante particularidade em Sofonias é
que, segundo os estudiosos, ele era trineto do rei Ezequias; portanto, era um membro da realeza em Judá.
A maioria dos profetas era de origem humilde, embora Deus tenha levantado também muitos profetas de
famílias nobres e/ou abastadas, como Samuel, Eliseu, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel e Sofonias.
Acredita-se que Sofonias tenha pregado essa dura mensagem de juízo contra Jerusalém, logo após
Israel ter sido levado para o cativeiro assírio; e, com medo de Judá seguir o mesmo caminho do Reino do
Norte, o profeta alertou Judá sobre os pecados da nação. Essa mensagem realista de Sofonias preparou o
caminho para a grande reforma religiosa em Judá nos dias do piedoso rei Josias.
Como Jerônimo Savonarola, que, no século 14, pregou de forma veemente contra o pecado em
Florença, na Itália, e contra os desmandos do papado, tornando-se o precursor da Reforma Protestante,
no século 16, Sofonias foi o precursor da reforma espiritual promovida por Josias, no final do sétimo
século antes de Cristo. Em Sf 1.7-18, o profeta Sofonias descreve, como poucos, sobre o grande e
terrível Dia do Senhor: “O grande dia do SENHOR está perto, está perto, e se apressa muito a voz do dia
do SENHOR; amargamente clamará ali o homem poderoso” (v. 14). Assim vaticinou o profeta Sofonias!
As terríveis e assustadores calamidades vistas pelo profeta Sofonias no grande e terrível Dia do
Senhor são de colocar qualquer nação pecadora de joelhos para se penitenciar diante do Deus santo e
terrível! Entretanto, a mensagem de Sofonias não foi apenas de juízo. Ao final de seu livro (Sf 3.9-20), o
profeta revela a compaixão e misericórdia divina na revogação da sentença a Jerusalém, dizendo: “Canta
alegremente, ó filha de Sião; rejubila, ó Israel; regozija-te e exulta de todo o coração, ó filha de
Jerusalém. O SENHOR afastou os teus juízos, exterminou o teu inimigo; o SENHOR, o rei de Israel, está no
meio de ti; tu não verás mais mal algum” (Sf 3.14-15).
Até para os gentios, Sofonias previu bênçãos futuras (Sf 3.9-10). Deus sempre deixou claro, por meio
dos seus santos profetas e apóstolos, que nunca rejeitaria Israel para sempre! Cada geração recebeu a
punição devida pelos seus pecados; porém, em cada mensagem de juízo entregue pelos profetas hebreus a
Israel, ao final destas mensagens duras e realistas, a misericórdia divina aparecia como um sinete
brilhante de ouro e preconizando a restauração futura do povo, acompanhada da promessa divina de
mudar a sorte de Israel e Judá (Os 14.1-9; Jl 3.16-21; Am 9.11-15; Mq 7.18-20; Sf 3.14-20).
As mensagens dos apóstolos, no Novo Testamento, seguem esta mesma linha de pensamento.
O próprio apóstolo Paulo escreveu aos Romanos, dizendo: “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este
segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até
que a plenitude dos gentios haja entrado. E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião
virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades. E este será o meu concerto com eles, quando eu tirar
os seus pecados. Assim que, quanto ao evangelho, são inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição,
amados por causa dos pais. Porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento. Porque assim
como vós também, antigamente, fostes desobedientes a Deus, mas, agora, alcançastes misericórdia pela
desobediência deles, assim também estes, agora, foram desobedientes, para também alcançarem
misericórdia pela misericórdia a vós demonstrada. Porque Deus encerrou a todos debaixo da
desobediência, para com todos usar de misericórdia.” (Rm 11.25-32)
Bendita seja a misericórdia do Senhor sobre todos nós!