A doutrina da Cristologia é o ponto central da fé cristã. Se Ele não era quem afirmava ser, então seu sacrifício não foi suficiente para pagar pelos pecados da humanidade.
Existem abordagens teológicas que indicam a sua preexistência, ou seja uma revelação parcial do Cristo pré-encarnado. Significa que Jesus existia antes de nascer como homem, antes mesmo até da criação do tempo, afinal ele existe desde a "eternidade".
A importância da doutrina da preexistência de Cristo:
a) No nascimento - Se Cristo começou a existir em seu nascimento, então, não existe uma Trindade eterna;
b) Na divindade - Se Cristo não era preexistente, então não poderia ser Deus;
c) Nas declarações - Se Cristo não era preexistente, mentiu a respeito de quem ele era e, consequentemente. Se fez isso, possivelmente teria mentido também sobre outros assuntos.
Evidências da preexistência de Cristo
A ETERNIDADE DO CRISTO PRÉ-ENCARNADO
É importante ressaltar que Jesus sempre existiu, eternamente. A eternidade e a preexistência andam sempre unidas. O reconhecimento da preexistência de Cristo, mas que nega sua eternidade é defendido atualmente pelas Testemunhas de Jeová.
As evidências da eternidade de Cristo:
A ENCARNAÇÃO DE CRISTO
O SIGNIFICADO
Significa que a segunda pessoa da Trindade, que não possuía a natureza humana, se fez homem (Jo 1.14; 1Jo 4.2; 2 Jo 7).
AS PROFECIAS SOBRE A ENCARNAÇÃO
Sobre o Deus-homem - Isaías anunciou a união da Deidade e da humanidade no Senhor (Is 9.6). Ele fez o mesmo ao anunciar, pelo nome Emanuel (Deus conosco), a presença de Deus entre seu povo na pessoa do menino que nasceria (Is 7.14).
Sobre o nascimento virginal - Em Is 7.14 está predita a encarnação por meio de uma virgem.
OS PROPÓSITOS DA ENCARNAÇÃO:
A DIVINDADE ABSOLUTA DO CRISTO ENCARNADO
Ele possui atributos divinos como eternidade (Jo 8.58; 17.5), onisciência (Lc 6.8), onipotência (Mt 28.18; Jo 11.38-44) e imutabilidade (Hb 13.8);
Ele faz o que somente Deus poderia fazer, como perdoar pecados (Mc 2.1-12), dar vida (Jo 5.21), ressuscitar os mortos (Jo 11.43) e julgar todas as pessoas (Jo 5.22,27);
Ele recebeu nomes e títulos divinos, como "Filho de Deus" (Jo 10.36), "Senhor" (Mt 22.43-45; Rm 10.9,13), "Deus" (Jo 1.1; 20.28; Hb 1.8) e "Rei dos reis e Senhor dos senhores" (Ap 19.16);
Ele afirmou ser Deus (Jo 10.30).
A PERFEITA HUMANIDADE DO CRISTO ENCARNADO
Ele possuía um corpo humano que cresceu e se desenvolveu (Lc 2.52) e chamava a si mesmo de homem (Jo 8.40);
Ele estava sujeito às limitações e sentimentos de um ser humano, como fome (Mt 4.2), sede (Jo 19.28), cansaço (Jo 4.6), compaixão (Mt 9.36) e tristeza (Jo 11.35).
A UNIÃO DA DIVINDADE E DA HUMANIDADE NO CRISTO ENCARNADO
A união das duas naturezas de Cristo é chamada de "união hipostática". É um dos conceitos complexo dentro da teologia cristã.
O significado de "natureza" ? É um conjunto de atributos. Jesus mantinha todos os atributos divinos e todos os atributos de um perfeito ser humano;
O caráter da união ? As duas naturezas de Cristo estavam unidas, sendo inconfundíveis, imutáveis, indivisíveis e inseparáveis e formando uma única pessoa.
A comunhão dos atributos ? Os atributos das duas naturezas estavam presentes em uma só pessoa, sem misturar as naturezas ou dividir a pessoa. Isso exemplifica como Jesus tinha limitações, mesmo sendo onipotente e infinito. Se isso não fosse real ele não poderia morrer.
O Autoesvaziamento de Cristo
O conceito que explica como Cristo podia ser Deus e homem está ligada à palavra derivada de kenosis contida em Fp 2.7.
"Antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana" (ARA).
A teologia reformada discute como Cristo teria se esvaziado de seus atributos como onipotência, onipresença e onisciência sem, contudo, afetar sua divindade.
Entendendo este conceito
A passagem central está em Filipenses 2.5-11. O verso 6 apresenta Cristo antes da encarnação existindo em "forma de Deus". A palavra grega morphê significa "natureza", "forma visível", em outras palavras, é a "substância de um ser ou de algo". A mesma palavra aparece em Mc 16.12. Nesse caso, a morphê aponta para uma forma diferente da qual Jesus era comumente reconhecido.
Entretanto, no caso de Deus que não tem uma forma corpórea, o termo revela que Jesus é da mesma substância ou natureza de Deus. Jesus não existia na pré-encarnação como um ser que não fosse "exatamente Deus".
Esse autoesvaziamento foi algo que Cristo impôs a si mesmo. Envolve tudo que ele fez para morrer na cruz, incluindo assumir a forma de servo. Ao fazer isso, Jesus foi encontrado em figura (skema) humana.
Isso indica que ele tinha a aparência de um homem e uma vida como a de um homem. Assim, sendo completamente Deus, Jesus passou a ser em tudo como um homem, com exceção apenas do pecado. O contraste é entre os termos morphe e skema.
O autoesvaziamento de Cristo é o caminho que ele fez saindo da glória celestial até chegar na vergonha da cruz do Calvário. Nesse processo está inclusa a encarnação. Somente assim sua morte pode ser considerada substitutiva.
O processo em nada afeta a divindade de Jesus, nem seus atributos divinos. O autoesvaziamento mostra que o verdadeiro Deus morreu na condição de um homem, para salvar homens perdidos.
A Impecabilidade de Cristo
As duas naturezas de Cristo também levantam questionamentos quando à sua impecabilidade. O termo significa que Jesus jamais fez qualquer coisa que desagradasse a Deus, que violasse a lei ou que tenha deixado de demonstrar a glória de Deus em sua vida (Jo 8.29).
As Escrituras dão testemunho da vida sem pecado de Jesus:
O DEBATE SOBRE A IMPECABILIDADE
A questão debatida na teologia é se Cristo não era capaz de pecar ou se era e decidiu não pecar. O principal argumento é que se Cristo foi tentado é porque poderia pecar, caso contrário a tentação não seria real. Isso leva a necessidade de entendimento da natureza das tentações de Cristo.
A Bíblia afirma que Cristo foi tentado como um ser humano (Hb 4.15), já que como Deus isso não poderia acontecer (Tg 1.13). As tentações de fato ocorreram e foram apropriadas ao Deus-homem, visto que um homem qualquer não é tentado a transformar uma pedra em pão. Mesmo assim, Jesus foi tentado à semelhança dos homens.
Uma melhor compreensão da natureza das tentações de Cristo ocorre na análise do texto de Mt 4.1-11, onde é possível perceber que ele foi tentado em todas as áreas comuns ao ser humano.
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