Como os cultos pagãos estão ligados às estações do
ano, consequentemente deram origem ao culto solar.
Porém, as estações do ano estão ligadas também ao
ciclo do florescimento da vegetação .
Surgiu, assim, a adoração à plantas,
particularmente à árvores. E para dar sentido à esta adoração, os pagãos
associaram os seus deuses às respectivas árvores.
No Egito, por exemplo, o deus Osíris
"personificava o crescimento da vegetação e das forças criadoras do
Nilo" (26), sendo representado, pelo cedro. Outros deuses de outros povos,
tinham suas representações vegetais: Átis, o abeto (pinheiro), Júpiter , a
azinheira, Apolo, o louro, e mais uma infinidade de outros deuses e suas
árvores, que não vale a pena mencionar aqui. (27)
Contudo, a Bíblia registra sobre esta abominável
modalidade de culto pagão, quando fala sobre a Ashera.
Esta era uma deusa cananéia, chamada também de
"Ashera-do Mar", ou "Senhora do Mar", cujo filho era o tão
mencionado Baal. (28)
Símbolo da fertilidade, para quem era praticada a
prostituição cultual, pois tinha o seu equivalente: Asterot (ou Astoret) e
Astarte - deusa semítica da vegetação (29). Era representada por uma figura
feminina nua, segurando os dois seios, numa atitude de lascívia. Era também
representada por uma espécie de árvore, provavelmente trabalhada. Esta
representação é citada em várias passagens bíblicas : I Reis 16:33; 18:19; II
Reis 13:6; 17:16; 18:4; 21:3; etc,.
Havia também para esta deusa, imagens esculpidas
(II Reis 21:7), vasos (II Reis 23:4), cortinas (II Reis 23:7), e profetas (I
Reis 18:19).
Porém, quando Gideão destruiu o altar de Baal e
cortou a Ashera, mostrou que se tratava de uma árvore: "...disse o Senhor
a Gideão; Toma um dos bois de teu pai, a saber, o segundo boi de sete anos, e
derriba o altar de Baal que é de teu pai, e corta a asera que está ao pé dele.
Edifica ao Senhor teu Deus um altar no cume deste
lugar forte, na forma devida; toma o segundo boi, e o oferece em holocausto,
com a lenha da asera que cortaste". (Juízes 6:25-26)
Ora, lenha não se tira de uma estátua, e sim de
árvores.
Outra prova evidente está na seguinte passagem:
"Não plantarás nenhuma árvore como asera , ao
pé do altar do Senhor teu Deus, que fizeres". (Deuteronômio 16:21).
Segundo Davis, a Ashera, cujo plural é Asherim, é o
nome de algum tronco de árvore da qual eram tirados os ramos, e se tornava
símbolo de uma deusa com este nome de Aserá ." (30)
Na Bíblia de tradução de João Ferreira de Almeida,
na versão "Revista e Atualizada" é traduzido por "bosque" ;
na versão "De Acordo com os Melhores Textos em Hebraico e Grego",
como também na esgotada "Tradução Brasileira" mantém-se a palavra
original - Ashera.
Porém, uma coisa está bem claro: Esta deusa,
representada, às vezes, por uma estatueta, era também representada por uma
árvore considerada sagrada, ou o seu tronco, pois ela podia ser plantada. (Deuteronômio
16:21).
Hoje, o enfeitado pinheiro de Natal tomou o lugar
da Ashera . Ele é colocado até defronte dos púlpitos, como se o Senhor Jesus
tivesse algo a ver com tão abominável símbolo.
No passado, o pinheiro estava ligado aos povos
bárbaros, e o culto à árvores sagradas era muito apreciado pelos romanos.Eles
tinham, por exemplo, o carvalho sagrado de Diana, localizado num bosque também
considerado sagrado - o "Santuário de Nemi". (31)
Os bárbaros, particularmente os germanos e celtas,
criam no chamado "espírito da árvore", entidades que habitavam dentro
das árvores, principalmente nos carvalhos mais velhos.
Daí se originaram os druídas - sacerdotes
oficiantes de uma série de magias e rituais.
Os druídas pertenciam à uma classe recrutada entre
as crianças da aristocracia guerreira, e tinham grandes poderes dentro da
sociedade celta. A palavra druída - druí (singular), e druad (plural)
provavelmente significa: sabedoria grande, profunda sabedoria do carvalho (32).
E entre suas atividades se incluiam sacrifícios humanos. (33)
Para os germanos, o carvalho era a árvore do deus
Donar, chamado também de Thor, Odin, Wodan. E foi com eles que, o pinheiro de
Natal teve o seu impulso inicial, dado provavelmente por missionários
católicos.
Conta a lenda que Vilfrido , um desses
missionários, quando pregava aos pagãos da Europa, teve problemas com o culto
às árvores. Em frente à sua igreja havia um velho carvalho, e os bárbaros criam
que ali dentro habitava um espírito. Na tentativa de convencê-los que suas
crenças eram infundadas, ele resolveu derrubar a árvore. Coincidentemente,
armou-se uma tempestade e no momento em que a árvore caiu, um raio despedaçou o
seu tronco, espalhando-o por todos os lados. Havia, porém, um pinheirinho no
local da queda que nada sofreu.
Para os bárbaros, ficou óbvio que era a
manifestação de Donar, acompanhado de sua comitiva : tempestade e relâmpagos.
Portanto, não tinham nada a perder quando Vilfrido declarou que aquela
manifestação era do Deus dos cristãos, e que o pinheirinho passara a ser do
menino Jesus. (34)
Outra história (se é lenda não sei), conta que
Bonifácio (673-754 d.c.), quando encontrou os bárbaros adoradores de árvores,
em Geismar, Alemanha - centro religioso desses povos - resolveu derrubar um
velho carvalho, e com a madeira edificou uma igreja em homenagem a
"são" Pedro. (35)
O culto às árvores sempre sobreviveu, e em 1539
havia ornamentação com árvores nas casas e nas igrejas. Em 1671, havia
comemorações na França, com árvores enfeitadas, provavelmente introduzidas por
Charlotte Elizabette da Baviera, princesa do Palatinado; e assim chegou até aos
nossos dias. (36)
Quanto aos enfeites das árvores de Natal, segundo a
Enciclopédia Delta Universal (vol. 10 pag. 5608, da edição de 1980), são
diversas as suas procedências. Provavelmente começaram com os escandinavos que
decoravam suas árvores com redes de pescas, assim como os poloneses que o
faziam com velas e ornamentos de papel brilhante.
O PAPAI NOEL
Dentre todos os símbolos, este é o que
aparentemente não tem ligação com o paganismo das civilizações antigas.
Provavelmente, o Papai Noel surgiu no século passado, quando Thomas Nast,
pintor norte-americano, criou esta figura sorridente de barbas brancas. (37)
Muitas pessoas pensam que o Papai Noel seja o
elemento principal que deu origem ao crescente consumismo das festas natalinas
- o que não deixa de ser verdade. Porém, se analisarmos melhor veremos que,
mais do que o consumismo, ele tem uma importância fundamental para realçar o
Natal.
Quando examinamos a origem pagã do Natal, buscamos
as fontes no passado, quando os cultos à deuses estranhos eram de grande
importância para os pagãos. O pretexto para manter aqueles cultos foi colocar o
Senhor Jesus no meio de uma festa que não tem nada a ver com Ele. Atualmente,
os rituais foram mantidos, mas os deuses foram esquecidos, e a pessoa do Senhor
Jesus se torna dispensável, pois, para o mundo, não tem a menor importância se
o Natal corresponde ou não ao nascimento de Jesus.
Somente para os crentes, que querem defender estas
festividades pagãs, é que seria interessante manter esta grande mentira.
Para os católicos, seria também interessante manter
a festa de Natal, como o nascimento de Cristo, mesmo sabendo que é uma grande
mentira.
Restou, portanto, para o mundo em geral, a
necessidade de um ídolo que fosse mais conveniente para manter "o espírito
do Natal" , visto que nem todo mundo poderia ser tão
"religioso".
Este ídolo teria que servir tanto para o católico
menos fervoroso, para o crente ecumênico, como também para um ateu. Pois, o
importante é a imagem, os ritos mágicos, e o espírito do Natal.
No passado, houve cristãos fiéis que combateram
estas festas, como já foi mencionado. Os puritanos, na Inglaterra, proibiram os
festejos natalinos em 1644, tendo o mesmo ocorrido na Escócia. Esta proibição
conseguiu atingir os territórios puritanos dos EUA, que só comemoraram o Natal
cerca de 200 anos depois, em 1836. (38) Tinha-se de manter, portanto, um meio
de garantir a festa de Natal.
Era necessário criar uma imagem que fosse bem
aceita pelo público - uma imagem agradável - definitivamente associada à festa
de Natal. E o Papai Noel foi criado especialmente para cativar as crianças -
criando desse modo um laço de afetividade que dificilmente seria destruído,
mesmo quando esta criança, se tornando adulta, soubesse que o Natal é uma
grande mentira.
E quem hoje, entre os cristãos, aceitaria combater
esta festa que, na verdade, é uma abominação? Existe uma grande pressão, que
infelizmente influencia o próprio meio evangélico.
O Papai Noel, porém, não tinha somente esta
finalidade. Não há mais Mitra, nem Apolo ou Baal no panteão de algum povo. Na
festa de Natal sobraram apenas os símbolos: a guirlanda, a árvore, os
presentes, as velas, os enfeites, as estrelas - objetos inanimados, de origem
pagã, mas nenhuma figura viva.
Se realmente o Senhor Jesus tivesse nascido no dia
25 de dezembro, sem dúvida seria o representante ideal, e não precisaria de uma
outra figura.
Porém, é o Papai Noel que está em destaque, e não o
Senhor Jesus; é o Papai Noel quem move a festa, a quem se atribui a
distribuição dos presentes - uma grande mentira - pois, até as crianças sabem
de onde vem o dinheiro do presente. Mas, ele é tido como benfeitor e amigo de
todos (como Mitra), simplesmente porque o Papai Noel é a reencarnação de Baal,
Apolo, Osíris e Mitra.
A sua criação baseia-se nas lendas sobre Nicolau,
um suposto santo do séc. III a IV da era cristã, da cidade de Mira, na Ásia
Menor.
Conta-se que Nicolau, herdeiro de grande riqueza, a
distribuiu entre os pobres e as crianças "que não tinham com que se
alegrar durante o Natal". (39)
Como ele se tornou o "santo protetor" de
diversas causas no meio popular, "para cada caso foram criados episódios
de sua vida para justificar a devoção" é "considerado protetor das
crianças, dos marinheiros ... das noivas, dos comerciantes, dos escravos, dos
sentenciados, dos homens ricos, dos ladrões". (40). Podemos dizer que é um
"santo" para "quebrar qualquer galho", razão pela qual foi
escolhido para dar origem à figura de Papai Noel.
(PRÓXIMA POSTAGEM (ANO ANO)
Pra, Eliane de Fátima
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