4) A porta que abre para fora.
"Depois
destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a
primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para
aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas." (Ap 4.1).
Depois
que abrirmos nosso interior, e o da Igreja, ao Senhor Jesus, e permitirmos que
Ele ocupe o centro da nossa vida, e seja o Senhor, Jesus abre, então, uma porta
do mundo celestial para nós; esta é a porta que abre para fora, e então
passamos a ser como diz Paulo: "... a saber, que os gentios são co-herdeiros
... e co-participantes das promessas em Cristo Jesus..." (Ef 3.6). Em
Cristo, ingressamos no mundo das promessas de Deus, somos constituídos seus
filhos, feitos povo de Deus, e com isto: "Bendito o Deus e Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual
nas regiões celestiais em Cristo." (Ef 1.3).
Gosto da palavra que o
Apóstolo João recebeu: "... Sobe para aqui". É um convite a ingressar
num mundo novo, que não necessariamente nos aliena do mundo do dia-a-dia, mas
que nos abre os olhos para ver além da dimensão meramente material, ou
intelectual, aquela que discerne os significados dos fatos históricos. Sim, é
perceber pelo Espírito de Deus, e compreender o significado dos fatos
históricos na perspectiva de Deus, é cruzar a verticalidade das coisas que
vemos ao ingressar na porta que abre para fora, e que só Deus em Cristo nos
abre, com a horizontalidade das coisas do nosso cotidiano, da história humana.
Com isso, passamos a enxergar como em 1Reis 6.14-17, quando o discípulo de
profeta que servia a Elizeu, num primeiro momento, só via o exército do rei da
Síria. Em seu pavor diante do quadro histórico que o assustava, disse:
"Ai, meu Senhor! Que faremos? Elizeu respondeu: "Não temas, porque
mais são os que estão conosco do que os que estão com eles."
Concretamente, o que se podia ver era o imenso exército do rei da Síria,
vencedor de tantas batalhas, cercando a cidade, onde Elizeu estava. Mas Elizeu,
pela fé, via a presença de Deus, e suas promessas, e então orou pelo jovem:
"...Senhor, peço-te que lhe abras os olhos para que veja. O Senhor abriu
os olhos do moço, e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de
fogo, em redor de Elizeu." (2 Re 6.14-17).
Esta
é a grande e decisiva diferença, entre ver só a contingência histórica, quase
sempre limitadora dos propósitos de Deus, desencorajadora até dos cristãos, e,
por outro lado, subir para junto do Senhor, por meio de Cristo, e ingressar
pela porta que Ele nos abre, e descobrir, pela fé, e enxergar mesmo, os atos de
Deus, que trazem à existência as coisas que não existem. (Rm 4.17; Hb 11.27).
Pois, irmãos e irmãs ,
Deus quer nos introduzir em muito mais do seu Filho e do seu Reino do que já
conhecemos até aqui. Paulo descreve isto em sua carta aos Efésios de maneira
exemplar no capítulo 3, onde ele termina, dizendo: "...e conhecer o amor
de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a
plenitude de Deus. Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do
que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a
ele seja a glória, na Igreja e em Cristo Jesus..." (Ef 3.19-21). Sim, Deus
abre essa porta todos os dias a cada cristão e cristã que, em sua fé, entra,
busca, clama por uma vida em Deus e para Deus. Nossa perseverança na Palavra e
na oração, nos faz possuir as gloriosas e eternas promessas do Senhor.
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