Dicionário Bíblico
Letra C
CAAT
Filho de Levi. Ele e sua família foram designados para
conduzir a Arca e os vasos sagrados do Templo. (Gên 46, 11).
CABALMENTE
Palavra citada em (Romanos 9:28) Porque o Senhor cumprirá a sua
palavra sobre a terra, cabalmente e em breve; (II Coríntios 5:11) E assim, conhecendo o temor do
Senhor, persuadimos os homens e somos cabalmente conhecidos por Deus; e espero
que também a vossa consciência nos reconheça. (II Timóteo 4:5) Tu, porém, sê sóbrio em todas as
coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre
cabalmente o teu ministério.
CABANA
No oriente, muitas vezes os acampamentos eram abertos,
apenas guardado por um vigia, que ficava sentado dentro de uma barraca no alto
de alguma colina. Este abrigo era apenas suficiente para proteger do mau tempo
uma única pessoa (Jó 27. 18). Bastava esse guarda para defender dos animais,
etc. as novidades. Se qualquer depredação fosse tentada pelos assaltantes, era
seu dever dar o alarme imediatamente (Is 1.8). A diferença que havia entre uma
tenda e uma cabana era ser a primeira coberta de pano e a segunda protegida com
ramos de árvores. Muitas vezes era esta construída como abrigo contra os
ardentes raios solares (Ne 8.16), sendo colocada debaixo de uma árvore.
CABEÇA
1) Parte mais nobre do corpo humano,
onde se encontram os principais órgãos dos sentidos e o comando dos
movimentos. Segundo a mentalidade antiga, é o símbolo da afirmação pessoal e do
poder: (Gn 3,15). 2) Nos ritos litúrgicos, é sobre a cabeça que se infunde a
água da batismo, se fazem as unções com os óleos santos e se impõem as mãos
que transmitem poderes ou bênçãos. 3) Sobretudo em (C1 1,18 e Ef 5,23), diz-se
que Cristo é a Cabeça da Igreja e que esta é o Corpo (místico) de Cristo, do
qual os cristãos são os membros (1 Cor 12,12-27).
CABELO
1) Para os hebreus o cabelo
era sinal de beleza. (Cânt 4,1). 2) O trabalho cuidadoso que as israelitas
tinham pra dar realce em seus cabelos pode ser observado em várias passagens
(Rt 3,3; Sl 23,5; Ec 9,8; Mt 6,17). 3) Os apóstolos ao verem a atenção
excessiva entre as mulheres censuraram essa atitude. (1 Tm 2,9; 1 Pe 3,3). 4)
Um dos sintomas de lepra era a mudança na cor dos cabelos. (Lv 13,4-10;
14,8-9). 5) A calvície era sinônimo de desgraça (Is 3,23), mas as vezes raspado
em sinal de luto. (Jer 7,29).
CABSEL
Cidade situada no extremo sul de Judá
(Js 15:21); Era a cidade natal de Benaías, capitão da guarda de David (2Sm
23:20; 1Cr 11:22). Foi repovoada pelos judeus nos tempos do pós-exílio (Ne 11:25),
onde é chamada Jecabsel.
CABRA
Animal domesticado, para alimentação
e para os sacrifícios. O cabrito era considerado comida delicada (Gn 38.17 - Jz
15.1 - Lc 15.29), e ainda é o prato obrigatório em qualquer festa, ou encontro
entre árabes. As cabras da Síria são geralmente pretas, o leite de cabra é de
muito apreço, fazendo-se dele queijo e manteiga. Usa-se a sua pele na
fabricação de vasilhas de água e vasilhas de vinho. Em (Sl 119.83): “Já me
assemelho a um odre na fumaça”, o salmista refere-se à aparência quebrada que
estas peles tomam, quando se secam pela ação do calor, o pêlo é usado para
vestuário, cortinas e para tendas. Um rebanho de cabras, embora pequeno, tem
por condutor um bode e é metaforicamente empregado por guia em (Jr 50.8 e Zc
10.3).
CABRA MONTÊS
Animal selvagem do sul da Palestina, em (1 Sm 24.2 - Jó
39.1 e Sl 104.18); o lugar de En-Gedi (Ain Jid), ou “a fonte das cabras”, A
carne destes animais são excelentes e, sem dúvida, foi esta caça aquela que
Isaque mandou que seu filho lhe alcançasse por meio de aljava e do arco (Gn
27).
CABUL
1) Cidade no território de
Aser (Js 19:27), agora Kabûl, cerca de 14.5 km a sudeste de Aco. 2) Nome que Hirão, de
Tiro, como expressão do seu desagrado, deu a um distrito de 20 cidades na
Galiléia, distrito esse que lhe tinha sido dado por Salomão (1Rs 9:13). Foram
provavelmente estas cidades que Salomão, mais tarde, repovoou com israelitas
(2Cr 8:2).
CADAR
Filho de Ismael. Edificou uma cidade à qual deu seu nome,
na Arábia Pétrea, onde ficam o monte Sinai e o monte Horeb. (Gên 25,
13).
CADES
(En-Mispate, a fonte do
juízo.) É hoje Ain-Kadis, 80
km ao sul de Berseba. No limiar da Terra Prometida (Gn
16.14 - 20.1). Foi aqui que Quedorlaomer derrotou os chefes dos amorreus (Gn
14.7). os filhos de Israel acamparam neste lugar enquanto os espias observavam
a terra (Nm 13.26 - 32.8 - Dt 1.2,19,46 - 9.23 - Js 14.6,7), sendo ali,
provavelmente, o seu quartel general durante trinta e oito anos. Foi, também, o
lugar onde Moisés feriu a rocha, fazendo brotar água para o povo. (Nm 27.14 -
Dt 32.51) - dali partiram os israelitas para suas jornadas (Nm 14.25 - Dt
2.1,14) - e ao mesmo sítio voltaram, no seu caminho para Canaã pelo Monte Hor,
morrendo nessa ocasião Mirian (Nm 20.1,14,22 - 33.36,37 - Jz 11.16,17).
CADMIEL
Um dos levitas que voltou do cativeiro com Zorobabel (Ne
9:4; Ne 10:9; Ne 12:8).
CADMONEUS
Nome de uma tribo cananéia que habitava a nordeste da
Palestina no tempo de Abraão (Gn 15:19).
CAFARNAUM
Cidade da Galiléia na tribo de
Neftali, próxima de Betsaida (terra natal de São Pedro) e Corozaim. Muito perto
passava a importante Via Maris (Estrada do Mar), que ligava o Egito à Síria e
ao Líbano e que passava por Cesaréia Marítima. O fato de possuir uma alfândega
(Mt 9:9) e uma guarnição romana sugere que se tratava de uma cidade fronteiriça
entre os estados de Filipe e Heródes Antipas. O capitão da guarnição mostrou-se
particularmente amistoso para com os judeus, construindo-lhes a sinagoga (Mt
8:5-13; Lc 7:1-10). Jesus realizou vários milagres em Cafarnaum (Mt 8:5-17; Mc
1:21-28; Mc 2:1-13; Jó 4:46-54) e aí ensinou freqüentemente (cf. João 6:24-71;
Mc 9:33-50). Na verdade, ficou conhecida como o seu quartel-general e foi
chamada a sua cidade (Mt 9:1; cf. Mc 2:1). Contudo, apesar do real impacto do
seu ministério entre o povo, este acabará por se afastar; por isso, Jesus
predisse a completa destruição da cidade (Mt 11:23-24; Lc 10:15).
CAFTOR
Local de onde são originários os caftoreus (Dt 2:23) e os
filisteus (Jr 47:4; Am 9:7.
CAIFÁS
Sumo sacerdote e presidente do sinédrio que condenou Jesus.
Era genro de Anás, que tinha sido sumo sacerdote anteriormente e continuava
exercendo grande influência. Ser sumo sacerdote representava a chefia religiosa
da nação. Os romanos nomeavam e depunham os sumos sacerdotes segundo seu
próprio interesse. O sumo sacerdote reunia em torno de si o poder religioso e o
poder civil por presidir o Supremo Tribunal dos judeus, o Sinédrio. Despojado
do cargo, por Vitélio, governador romano da Síria. (Mt 26, 57. Fl. Jos).
CAIM
Primogênito de Adão e Eva, que em acesso de inveja, em
virtude de ter sido aceito o sacrifício de Abel e rejeitado o seu, se levantou
contra o seu irmão e o matou. (Gn 4.15); “Um sinal foi determinado pelo Senhor,
para que Caim não fosse ferido por qualquer que o encontrasse.” Caim fundou a
primeira cidade, à qual deu o nome do seu filho Enoque. Com respeito aos seus
descendentes, Lameque instituiu a poligamia - Jabal estabeleceu a vida nômada -
Jubal inventou os instrumentos musicais - e Tubalcaim foi o primeiro ferreiro.
As referências a Caim, feitas no N.T., estão em (Hb 11.4 - 1 Jó 3.12 - Jd 11.
2). Ci-dade no país montanhoso de Judá (Js 15.57). Deus o condenou a ser
vagabundo na terra e a cultivá-la, sem tirar coisa alguma em seu benefício,
dando-lhe sempre a certeza de quem matasse, seria castigado severamente.
CAINÃ
Existem várias passagens com este nome 1) Enos viveu noventa anos e gerou a Cainã. (Gên 5:9) 2)
Depois que gerou a Cainã, viveu Enos oitocentos e quinze anos; e teve filhos e
filhas (Gên 5:10). 3) Cainã viveu setenta anos e gerou
a Maalalel (Gên 5:12). 4) Depois que
gerou a Maalalel, viveu Cainã oitocentos e quarenta anos; e teve filhos e
filhas (Gên 5:13). 5) Todos os dias de Cainã foram
novecentos e dez anos; e morreu (Gên 5:14). 6) Salá, filho
de Cainã, Cainã, filho de Arfaxade, Arfaxade, filho de Sem, este, filho de Noé,
filho de Lameque; (Lucas 3:36). 7) Lameque, filho de Metusalém,
Metusalém, filho de Enoque, Enoque, filho de Jarede, este, filho de Maalalel,
filho de Cainã; (Lucas 3:37). 8) Cainã, filho de Enos, Enos,
filho de Sete, e este, filho de Adão, filho de Deus. (Lucas 3:38).
CAIO
Foi discípulo de São Paulo que o
recebeu em sua casa em Corinto, onde teve o previlégio de ser batizado
pessoalmente. (Rom 16, 23; l Cor l, 14).
CALÁ
Cidade mais antiga da Assíria, fundada
por Assur, segundo filho de Sem, e neto de Noé. (Gn 10.11).
CALABOUÇO
Cárcere de Jeremias era,
provavelmente, um subterrâneo (v. 38.6), no meio do pátio interior da casa, com
recessos abobadados em volta, onde os prisioneiros eram colocados. (Jr 37.16.)
CÁLAMO
1) Instrumento para a escrita, feito
de um pedaço de cana ou junco, talhado obliquamente ou afinado na extremidade,
utilizado antigamente para escrever em papiros e pergaminhos. 2) Planta
asiática cuja raiz aromática era usada na fabricação do óleo empregado na
unção.
CALEBE
1) Foi um dos três filhos de Hezrom, da tribo de Judá. É
também denominado por Quelubai (1Cr 2:9). Os seus descendentes estão enumerados
em (1Cr 2:18-20, 42-49). 2) Filho de Jefoné (Ne 13:6 e Ne 32:12; Js 14:6,14).
Foi um dos que Moisés enviou a espiar a terra no segundo ano após o Êxodo. Era
um dos chefes da tribo de Judá. Ele e Josué, filho de Num, foram os únicos, de
todos os espias, a encorajar o povo a tomar a Terra Prometida. Só eles foram
poupados quando se deu a praga, da qual todos os outros morreram. Todo o povo,
de vinte anos para cima, pereceu no deserto, com exceção daqueles dois. A
última informação que temos de Calebe é quando (com 85 anos), veio ter com
Josué no campo de Gilgal, após o povo ter tomado possessão da terra,
lembrando-lhe a promessa que Moisés tinha feito e, assim, reclamando
Quiriatearba como sua herança (Js 14:6-15; Js 15:13-15; Js 21:10-12; 1Sm 25:2,3
e 1Sm 30:14). Em (Js 14:6,14) é chamado o “quenezeu”. Isto poderá apenas
significar “filho de Quenez” (Ne 32:12). Alguns, contudo, lêem “Jefoné, o filho
de Que-nez”, que era descendente de Hezrom, filho de Farez, um dos netos de
Judá (1Cr 2:5). 3) Um “filho de Hur, o primogénito de Efrata” (1Cr 2:50).
Alguns lêem toda a passagem desta forma: “Estes (i.e., a lista nos vers 42-49)
foram os filhos de Calebe. Os filhos de Hur, o primogênito de Efrata, foram
Sobal, etc”. Assim, Hur seria o nome do filho e não o do pai de Calebe.
CALEBE DE EFRATA
Local onde Hezrom morreu, de acordo com algumas versões do
texto de (1Cr 2: 24), onde se pode ler: “Após a morte de Hezrom, Calebe foi
para Efrata e a mulher de Hezrom seu pai lhe deu Assur.
CALENDÁRIO
Sistema de contagem do tempo, baseado nos movimentos da
Terra, Sol e Lua. 1. Calendário gregoriano. O mais seguido, tendo
sido introduzido em 1582 pelo papa Gregório XIII, baseado no c. romano de
Júlio César (46 a .C.)
devidamente acertado com o ano trópico. Passou a contar os anos a partir do
nascimento de J. C. (no ano 753 da fundação de Roma), calculado com um erro de
cerca de 6 a
7 anos pelo monge Dionísio, o Exíguo (470-550), 2. Calendário cristão.
É a tabela das celebrações (missas e ofício das horas) ao longo do Ano
Litúrgico. Pode ser o Calendário Romano geral (para toda a Igreja latina) ou
um Calendário particular (para uma região, nação, diocese, família religiosa).
CALDÉIA
Originalmente, a área a sul da
Mesopotâmia, entre o Tigre e o Eufrates, onde as tribos caldeias se instalaram
no final do segundo milênio A.C. ou início do primeiro milênio. Depois que os
caldeus tomaram Babilônia e fundaram o Império Neo-Babilônico, o nome da
Caldéia foi aplicado a toda a Babilônia e é, por isso, usado no VT (Jr 50:10;
Jr 51:24; Ez 11:24; etc.).
CALDEUS
Povo de origem semítica que ocupava a Mesopotâmia na altura
da conquista de Jerusalém (586
a .C.) e da deportação dos Judeus para Babilônia.
CÁLICE
(também conhecido como cálice sagrado, taça ou vaso
sagrado). É um recipiente destinado a conter líquidos. Representa o elemento
água, sendo usado no altar durante os rituais religiosos. Na sua forma, deve
distinguir-se dos vasos comuns. Nele se distinguem o pé, o nó e a copa (cf.
IGMR 327-333). Está previsto um rito de bênção para o cálice (e para a patena)
próprio do bispo ou de um sacerdote (Pontifical, “Dedicação da Igreja e do Altar”,
cap. VII; RCB 1068-1084).
CALVÁRIO
Nome dado à colina que na época de Cristo ficava fora da
cidade de Jerusalém, onde Jesus foi crucificado. O Calvário é mencionado em
todos os quatro evangelhos, quando relatam a crucificação de Jesus: Evangelho
de Mateus 27:33; E eles chegaram a um lugar chamado Gólgota, que significa o
Lugar da Caveira; Evangelho de Marcos 15:22; E eles levaram-no ao lugar chamado
Gólgota, que é traduzido por Lugar da Caveira; Evangelho de (Lucas 23:33);
Então eles chegaram ao lugar chamado de Caveira; Evangelho de (João 19:17); E
carregando ele mesmo a sua cruz, saiu para o assim chamado Lugar da Caveira,
que em hebraico se diz Gólgota. O evangelista Lucas não indica o nome em
aramaico do local, Gólgota. Já João equivoca-se ao referir-se ao termo como
sendo em hebraico, visto que o aramaico era a língua dos judeus à época. Lugar
alternativo do Monte Gólgota, a leste de Jerusalém, próximo ao Jardim do
Túmulo. O Novo Testamento descreve o Calvário como perto de Jerusalém (João
19:20), e fora das muralhas da cidade (Epístola aos Hebreus 13:12). Isso está
de acordo com a tradição judia, em
que Jesus foi também enterrado perto do lugar de sua
execução.
CAM
Foi o filho mais novo de Noé (Gn 5:32; compare com Gn 9:22,
24). A maldição que Noé proferiu contra Cam, mais propriamente contra Canaã o
quarto filho de Cam, cumpriu-se quando os Judeus exterminaram os cananitas. Um
dos fatos mais importantes registrado em (Gn 10) é a criação, por Nimrod, neto
de Cam, da mais antiga monarquia, em Babilônia. O primitivo império babilônico era,
por conseguinte, canita e de uma raça análoga aos primitivos habitantes da
Arábia e da Etiópia. Os canitas foram os mais enérgicos de todos os
descendentes de Noé, nos primeiros tempos do mundo pós-diluviano.
CAMELO
Considerado o mais valioso de todos os animais nas desertas
regiões do oriente, os camelos serviam para levar pessoas (1 Sm 30.17), para
transportar cargas, e para puxar carros (Is 21.7). Os camelos pequenos podem
com uma carga de 800 arratéis, e os grandes com meia tonelada. Assim carregados,
eles percorrem 45 a
60 km
por dia, num andamento regular de cerca de cinco quilômetros por hora, o grande
valor do camelo é poder ele estar sem comer e sem beber por um longo período de
tempo, não lhe fazendo mal essa falta de alimentação. É sabido que eles podem
viajar uns dez dias sem necessidade de beber. o camelo da Arábia é dotado de
uma série de bolsas d’água que guarnecem o primeiro estômago, podendo, assim,
levar consigo, como reserva, perto de sete litros d’água. A sua corcova é
composta de gordurosas células, o que representa uma reserva de alimento,
aumentando o seu volume quando o animal se acha bem tratado, e trabalha pouco,
enrugando-se quando tem trabalho pesado e má alimentação. A carne do camelo era
alimento proibido pela Lei, porque, embora o camelo seja animal ruminante, não
tem unhas fendidas (Lv 11.4 - Dt 14.7). O seu leite é muito usado. Jacó
preparou um presente, incluindo trinta camelas de leite, para Esaú (Gn 32.15).
o pêlo do camelo, tecido em pano, era usado para fazer as sacolas do selim,
tendas, e a roupa simples do deserto. João Batista tinha um vestido de pêlos de
camelo, o vestido de profeta (Mt 3.4 - Mc 1.6 - veja 2 Rs 1.8 e Zc 13.4). Faziam-se com a pele do camelo tendas, escudos,
arneses e baús, os aparelhos de um camelo constavam de uma grande sela de
madeira, em volta da corcova, e sobre a qual se prendia um tapete, e um pano de
lã. Sentam-se em cima os homens com as pernas cruzadas, mas as mulheres e
crianças são levadas dentro de uma leve armação de madeira suspensa como um
cesto grande sobre os lados da sela. A proverbial expressão ‘é mais fácil
passar um camelo pelo fundo de uma agulha’ (Mt 19.24) está perfeitamente em
harmonia com a linguagem oriental: não se sabe bem se ‘o fundo da agulha’ era a
pequena porta de um portão.
CAMOM
Local em Gileade, onde o juiz Jair foi sepultado (Jz 10:5).
CAMOS
Deus dos moabitas e dos amonitas, cujo culto foi
introduzido em Judá por Salomão, e abolido por Josias (Nm 21.29 - 1 Rs 11.7 - 2
Rs 23.13 - Jr 48.7).
CANAÃ
Cidade, notável pelo fato de ter sido ali que se
operou o primeiro milagre de Jesus Cristo (Jó 2.1 a 11 - 4.46), realizando
o Salvador, mais tarde, no mesmo lugar, outro sinal maravilhoso (Jó 4.54). Era,
também, a terra natal do apóstolo Natanael (Jó 21.2). Nenhuma dessas passagens
nos pode indicar de uma maneira precisa a situação de Cana, o que se pode
depreender do que está escrito é que aquela povoação não ficava muito longe de
Cafarnaum (Jó 2.12 - 4.46).
CANAÃ
1) Quarto filho de Cam (Gn 10:6). Os seus descendentes foram
amaldiçoados por causa da transgressão do seu pai (Gn 9:22-27). Sidom, o seu
filho mais velho, foi o pai dos sidônios e dos fenícios. Teve onze filhos, que
foram os fundadores de muitas tribos (Gn 10:15-18). 2) O nome bíblico da
Palestina a oeste do Jordão. Na bíblia é usualmente referida como a “terra de
Canaã”. Os pagãos habitantes da terra de Canaã eram chamados cananitas. De
acordo com (Gn 10:6) eram os descendentes de Canaã, um dos filhos de Cam. Onze
dos filhos de Canaã estão listados em (Gn 10:15-18). Destes, 6 encontram-se nos
nomes de povos sírios, e 4 em nomes de tribos palestinas. Não é conhecida a
altura em que os cananitas se mudaram para a Palestina, mas eles formavam a
população indígena daquele país no tempo de Abraão (Gn 12:6). Estavam em
possessão das maiores e mais poderosas cidades do país até terem sido
desalojados pelos Israelitas perto do fim do 2º milênio B.C. Excavações em algumas das suas cidades como Jerusalém,
Megido, etc., mostram que a cultura cananita no tempo das conquistas israelitas
era de alto nível. A escrita babilônica cuneiforme era utilizada, e vários
sistemas alfabéticos de escrita tinham entrado em utilização antes dos
israelitas terem entrado no país. O artesanato e a metalurgia eram de alto
nível, a arte de erigir grandes fortificações nunca tinha estado melhor, a
música florescia, e uma literatura rica era produzida. Os seus ritos religiosos
idólatras estavam relacionados com uma grande imoralidade, e centrados numa
adoração da fertilidade do homem, rebanhos e manadas, e na terra. O sistema
sacrificial era semelhante ao dos hebreus, mas além de animais limpos, animais
imundos e por vezes seres humanos, especialmente crianças, eram oferecidos em
altares cananitas.
CANAL
A tradução, em algumas versões, de:
Heb. rahat (Gn 30:38-41), melhor traduzido por “pias” em Ex 2:16; Heb. tsinnôr
(2Sm 5:8).Tratava-se talvez de um curso de água subterrâneo composto por um
túnel e um poço construídos pelos jebuseus e através dos quais podiam chegar à
nascente de Giom, no Vale de Cedrom sem saírem da cidade. Joabe e os seus
homens, talvez sabendo da existência destas obras, poderão tê-las utilizado num
ataque surpresa, a fim de conseguirem acesso à cidade.
CANANEUS
Tribo que habitava Canaã antes da conquista. Quanto à sua
significação restrita: a região baixa da parte ocidental compreendia as
planícies que ficam entre a praia do Mediterrâneo e a base dos montes de
Benjamim, de Judá, e de Efraim, a planície de Filístia do sul, e de Sarom entre
Jafa e o Carmelo, a grande planície de Esdrelom, junto à baía de Aca, a
planície da Fenícia, contendo Tiro, Sidom, e todas as outras cidades daquela nação, e finalmente, o vale do Jordão, que se
estendia desde o mar de Genesaré até ao sul do mar Morto, cerca de cento e
noventa quilômetros de comprimento, por treze a vinte e dois quilômetros de
largura. A tribo cananéia habitava a costa desde Sidom até Gaza, e dali até à
extremidade sul do mar Morto (Gn 10.18,19). os carros, que constituíam uma
parte importantíssima dos seus exércitos (Js 17.16 e Jz 1.19 e 4.3), em nenhuma
parte podiam ser conduzidos a não ser nas planícies. Eram estes terrenos planos
a parte mais rica do país. Na sua significação mais ampla, o termo ‘cananeus’
incluía todos os habitantes não israelitas da terra, antes da conquista.
CANDACE
1) Título atribuído a uma espécie de dinastia de rainhas.
2) Rainha dos etíopes, cujo “eunuco” ou camareiro se converteu ao cristianismo,
pelos ensinamentos de Filipe, o evangelista (At 8:27). O país que ela governava
foi, durante muito tempo, o centro das relações comerciais entre a África e o
sul da Ásia, ficando famoso por causa da sua riqueza (Is 45:14). É possível que o judaísmo se tivesse
instalado na Etiópia nesse tempo e por isso se menciona a visita do tesoureiro
da rainha a Jerusalém para adorar. Existe uma tradição que diz que a própria
Candace se converteu ao cristianismo pelos ensinamentos do seu tesoureiro,
quando este voltou de Jerusalém e que este se tornou num apóstolo cristão
naquela região, incluindo também a Abissínia. Diz-se que ele também pregou o
Evangelho na Arábia e no Ceilão, onde morreu como mártir.
CANDEEIRO
Moisés foi ordenado que fizesse um candeeiro ou candelabro
para o tabernáculo, como descreve em (Êx 25.31 e 37, e 37.17 a 24). Assim como o
castiçal de Moisés simbolizava a luz da
lei, do mesmo modo os candeeiros se tornaram símbolos do Espírito, da igreja, e
de testemunhos (Zc 4 - Ap 2.5 e 11.4). O candeeiro estava colocado na parte
meridional do primeiro compartimento do tabernáculo, sendo essa parte um
símbolo da região celestial. No templo de Salomão, em lugar do candeeiro do
tabernáculo, havia dez castiçais de ouro, semelhantemente trabalhados, cinco à
direita e cinco à esquerda (1 Rs 7.49 - 2 Cr 4.7). Estes candeeiros foram
levados para Babilônia (Jr 52.19). Quando Jesus Cristo exclamou, “Eu sou a luz
do mundo” (Jó 8.12), a comparação foi provavelmente sugerida pelos dois grandes
candeeiros de ouro que se estavão acesos no pátio das mulheres durante a Festa
dos Tabernáculos, iluminando toda a cidade de Jerusalém.
CANDELABRO
1) Também chamado de castiçal, é um suporte de
vela ou de círio, usado nos cortejos litúrgicos e para iluminar o altar
durante as missas e outras celebrações. 2). Candelabro de sete braços. Peça
importante que se destacava no Templo de
Jerusalém. No frontão do arco de triunfo de Tito em Roma pode ver-se a figura
deste, levado aos ombros por soldados do Império quando da destruição do
Templo no ano 70. Devia ficar no Santo, ao lado do altar e do incenso. (Êx 25,
31).
CANE
1) Cidade localizada ao norte da
Mesopotâmea, mencionada juntamente com Harã e Éden. Local mencionado somente em
(Ez 27:23).
CÂNON DAS SANTAS ESCRITURAS
A aplicação do termo cânon ao conjunto dos livros, que
constituem as Escrituras do Antigo e Novo Testamento, somente se fez pelo fim
do quarto século, quando todo o Novo Testamento se apresenta reconhecido pelas
igrejas. Mas a idéia se derivou da coleção das Sagradas Escrituras judaicas, já
fixadas e completas no princípio da era cristã. A. Cânon do Antigo Testamento,
os livros que encerra: o Antigo Testamento contém trinta e nove livros,
agrupados segundo o assunto. Há os cinco livros da Lei - doze de História,
cinco de Poesia - dezessete de Profecia. Esta disposição provém da Vulgata
Latina, que, por sua vez, se baseia na versão grega dos Setenta, assim chamada
por terem sido setenta os tradutores. Quando nos referimos a esta tradução
grega, dizemos a versão dos LXX. Todavia, as Escrituras hebraicas compreendem
somente vinte e quatro livros. É porque se considera como um só livro cada
grupo dos seguintes: os dois de Samuel, os dois dos Reis, os dois das Crônicas,
Esdras e Neemias, os doze profetas menores. Por uma classificação posterior
ficou reduzido o número a vinte e dois livros, para corresponder, certamente,
ao número de letras do alfabeto hebraico, aparecendo o livro de Rute ligado ao
dos Juizes, e as Lamentações ao livro de Jeremias, o agrupamento das Escrituras
hebraicas é, provavelmente, significativo da história do Cânon do Antigo
Testamento. 1. Lei (Torá) - Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio. 2.
Profetas: primeiros - Josué, Juizes, Samuel, Reis - últimos - Isaías, Jeremias,
Ezequiel e os Doze. 3. Escritos (Quetubim na versão dos LXX são os hagiógrafos,
ou escritos sagrados). a) Livros Poéticos: Salmos, Provérbios, Jó. b) Megilote
(Rolos, que eram lidos, cada um em separado, nas cinco grandes festividades
judaicas) - Rute, Cantares de Salomão, Eclesiastes, Lamentações, Estér. c)
Daniel, Esdras, Neemias, e Crônicas. Deve notar-se que somente a primeira
divisão, a Lei, corresponde ao agrupamento da Vulgata Latina. os ‘Profetas’
incluem quatro livros históricos, e o próprio titulo da terceira divisão, os
‘Escritos Sagrados’, sugere o caráter
miscelâneo dos assuntos. A versão dos LXX, que em geral é citada pelos
escritores do N.T., contém quatorze livros além dos das Escrituras hebraicas, o
excesso dos livros gregos sobre os hebraicos é representado pelos livros
apócrifos. B. Cânon do Novo Testamento. Livros que encerra: A ordem dos vinte e
sete livros do Novo Testamento é derivada da Vulgata Latina. E acham-se assim
agrupados: a) os quatro Evangelhos e o livro histórico dos Atos. b) A série das
quatorze epistolas de S. Paulo, terminando com a epistola aos Hebreus. c) As
sete epístolas universais. d) Apocalipse. A ordem tradicional é particularmente
infeliz com respeito aos escritos paulinos, que parecem ter sido geralmente
dispostos segundo o seu comprimento e importância. Se esta disposição pudesse,
de algum modo, justificar-se por se tratar de inspiradas ‘Epístolas’, devia
pensar-se em que, primeiramente, foram cartas, chamando-se depois epístolas,
quando se incluíram no Cânon, e como cartas tinham um lugar marcado na sua
relação com a vida e ministério de S. Paulo. A sua ordem cronológica é,
realmente, de grande importância para inteira compreensão de cada uma das
epístolas e pode ser determinado com mais ou menos certeza, este agrupamento:
Segunda viagem missionária: (Gálatas), 1 e 2 aos Tessalonicenses. Terceira viagem missionária: (Gálatas), 1 e 2 aos
Coríntios (Gálatas), Romanos. Quando Paulo estava na prisão: Epístolas aos
Efésios, aos Colossenses, e a Filemom - Epístola aos Filipenses. Depois da
(primeira) Prisão: Epístolas a Tito - 1 Timóteo - 2 Timóteo. A literatura do
N.T. compreende, então, os quatro Evangelhos, ou uma narrativa da vida, morte e
ressurreição de Jesus Cristo - a história da igreja primitiva, tratando de um
modo especial da obra de S. Paulo, uma coleção de vinte e uma Epístolas
Apostólicas - e o Apocalipse. Estes escritos constituem, de fato, o Cânon do N.T.
CÂNTARO
Jarro ou vaso grande para guardar líquidos. (Gên
24-14;15;16).
CÂNTICO DOS CÂNTICOS
Livro do AT colocado entre os últimos dos livros
sapienciais a serem escritos, embora o seu autor o atribua a Salomão. Recolhe
cânticos esponsais por ocasião de um casamento. Apesar do realismo de algumas
das suas expressões, foi colocado no cânone dos livros inspirados, por ter
sido, talvez desde o início, interpretado alegoricamente como expressão das
relações de amor de Deus por Israel e, na era cristã, das relações esponsais
de Cristo com a Igreja (Ef 5, 21-23; Jo 3,29; Ap 22,17) ou de Cristo com a
pessoa a Ele consagrada (S. Bernardo, S. João da Cruz…).
CAPADÓCIA
Província da Ásia Maior, foi anexada
ao império Romano por Tibério, em 17
a .D. Segundo a Bíblia, os judeus da Capadócia estavam
presentes em Jerusalém, na Festividade dos Pentecostes de 33 d.C.. (At 2:9). Os
cristãos da Capadócia estavam entre aqueles a quem o apóstolo Pedro se dirigiu
na sua 1.ª epístola. (I Pedro 1:1)
CARCOR
Local situado na Transjordânia onde Gideão derrotou os reis
midianitas Zeba e Salmuna (Jz 8:10-12);
CARITE
Ribeiro situado no Vale do Jordão,
local onde Elias se escondeu do rei Acabe (1Rs 17:3, 1Rs 17:5).
CARMELO
1) Cordilheira montanhosa com 24 km de extensão, situado
entre o Mar Mediterrâneo (Jr 46:18) e a Planície de Esdraelon (1Rs 18:42-46).
Ao longo do seu limite norte corre o rio Quisom (1Rs 18:40). A cordilheira
formava antigamente a fronteira sul de Aser (Js 19:26). O Carmelo situa-se
entre as planícies de Esdraelon e Aco, a norte e a de Sharon, a sul. O ponto
mais alto situa-se a 531 m
acima do nível do mar mas o promontório ocidental eleva-se a somente 170 m . Em algumas cavernas
situadas nas vertentes das formações calcárias encontraram-se esqueletos e
outras relíquias dos primeiros colonos. O Carmelo é árido e seco no Verão mas
cobre-se de bonitas flores e plantes no inverno e é muito elogiado pelos
escritores bíblicos (Ct 7:5; Am 1:2). Podem ser encontrados nas suas encostas carvalhos
anões, oliveiras bravias e zimbros e as muitas cisternas e prensas de óleo e
vinho que lá se podem ver falam da sua antiga fertilidade. Um Carmelo árido e
estéril era, portanto, um sinal de grande necessidade e destruição (Is 33:9; Am
1:2; Na 1:4). Os egípcios chamavam ao
Carmelo “promontório sagrado” e os cananeus parecem ter tido ali um santuário
ao ar livre, que Elias escolheu para demonstrar a impotência de Baal e o poder
de Jeová (1Rs 18:17-46). Elias parece ter vivido no Monte Carmelo durante algum
tempo (2Rs 4:23-25). No século IV AC, os gregos chamaram ao Carmelo “o monte
sagrado de Zeus” e na base de uma estátua do século II ou II AC, recentemente
descoberta, lê-se: “(Dedicada) ao Zeus Heliopolitano (do Monte) Carmelo, por G.
Julius Eutychas, um colono de Cesaréia”. Isto mostra quão tenazmente o culto de
um deus pagão se colou à imagem da montanha. O nome atual do Carmelo é Jebel
Karmel ou Jeber Mâr Elyâs. 2) Uma cidade na parte montanhosa de Judá (Js 15:55;
1Sm 15:12; 1Sm 25:2). Saul erigiu um monumento em Carmelo depois de ter
derrotado os amalequitas (1Sm 15:12). Era a terra natal de Nabal (1Sm 25:2 (1Sm
25:42; 1Sm 30:5). Era também a terra natal de Hesrai, um dos “valentes” de David
(2Sm 23:35).
CARMI
1) Filho de Zabdi e pai de Acã (Js 7:1), “o perturbador de
Israel”. 2) Descendente de Judá (1Cr 4:1). Em um outro texto (1Cr 2:18) é
chamado Calebe. 3) Foi o último dos quatro filhos de Rúben a ser mencionado (Gn
46:9).
CARNAIM
Cidade em
Basã. Em (Gn 14:5) é mencionada em ligação com Asterote, que
provavelmente se situava nas suas proximidades. Os registos assírios
referem-se-lhe como Qarnini e I Macabeus chama-lhe Carnaim (I Mac 5:43).
CARNEIRO, OVELHAS
Principal riqueza dos patriarcas. Não somente era a sua
carne um dos alimentos principais, mas também da sua lã se fazia quase todo o
vestuário para o povo. Além disso, devido à acidentada natureza da terra, eram
criados rebanhos por toda parte, sendo isso de mais importância que a
agricultura. Os carneiros da Palestina eram de três raças: o carneiro vulgar, o
carneiro enfezado, guardado por Amós (Am 1.1), e possuído por Mesa, e o
carneiro de grossa cauda, sendo esta última espécie principalmente notável pela
enorme quantidade de lã da referida cauda, que algumas vezes chega a pesar de
dez a vinte arratéis. Esta espécie de carneiros acha-se na Tartária, Arábia,
Pérsia, Barbária, e Síria, sendo bem conhecida dos antigos, e vendo-se eles
representados nos monumentos da Assíria. O corpo é branco, a cabeça e o pescoço
negros, sendo córnea a ponta da cauda. Como quase toda a cauda é bastante
gorda, os árabes a consideram uma comida muito delicada. Fazia parte dos
sacrifícios pacíficos (Lv 3.9). A ovelha é o primeiro animal que tem nome
especificado na Bíblia, quando Abel ofereceu ao Senhor os primogênitos do seu
rebanho (Gn 4.2). Abraão era muito rico em ovelhas, e Jó, em certa ocasião,
tinha nos seus rebanhos 14.000. Em (2 Rs 3.4), o rei pastor Mesa, do país de
Moabe, pagava um tributo de cem mil cordeiros e a lã de cem mil carneiros - e
este país é ainda notável pelos seus grandes rebanhos de ovelhas. Salomão
sacrificou 120.000 ovelhas na dedicação do templo. O cordeiro era o tipo da
inocência e da pureza, e por isso figurava eminentemente nos sacrifícios. o
cordeiro, ou o cabrito, era usualmente escolhido, sendo o carneiro somente para
os sacrifícios expiatórios. A lã do carneiro, empregada no vestuário, é muitas
vezes mencionada (Lv 13.47 - Dt 22.11 - Pv 31.13). Encontram-se muitas vezes na
Escritura alusões à tosquia das ovelhas - e em Gn 38.12 se lê ‘subiu aos
tosquiadores das suas ovelhas, em Timna’ - e outras passagens. Faziam-se
instrumentos musicais de chifres de carneiros (Js 6.4), e também vasos para
azeites e outros líquidos (1 Sm 16.1). Além da roupa feita de fios de lã, eram
as peles curtidas usadas como roupas (Hb 11.37) - e o tabernáculo foi
guarnecido de peles de carneiro, tingidas de vermelho (Êx 26.14).
CARPO
Discípulo de São Pedro, residia em Trôade, o apóstolo
deixou alguns livros e pergaminhos em seu poder. (2 Tim 4,13).
CARQUEMIS
Cidade localizada ao norte da Síria, dominando a passagem
do Eufrates, e era, por esse fato, objeto de contenda. Foi tomada por
Faraó-Neco, e depois reconquistada por Nabucodonosor (2 Cr 35.20 - Is 10.9 - e
Jr 46.2).
CARTÃ
Cidade no território de Naftali, atribuída aos levitas
gersonitas (Js 21:32), chamada Quiriataim em 1Cr 6:76 (Heb. Qiryathayim).
CARVALHO
Há, na Síria, nove espécies de
carvalho, e quase outras tantas variedades. Quando a terra foi colonizada pelos
cananeus, era, provavelmente, a Palestina ocidental tão rica de montados, como
o é hoje a Palestina oriental. Alguns carvalhos são sempre viçosos, mas outros
são precoces, deixando cair as suas folhas no outono. É esta uma clara
distinção que seria feita mesmo numa idade não científica. Que era esse o caso
entre os antigos hebreus, depreende-se de duas passagens de Isaías: ‘sereis
como o carvalho, cujas folhas murcham’ (1.30) - e ‘Como terebinto e como
carvalho, dos quais, depois de derrubados, ainda fica o toco’ (6.13). o
carvalho de folhas persistentes acha-se representado na Palestina
principalmente pelo carvalho de Quermes, do qual há exemplares de uma
circunferência de 6,5 a
8 metros .
outra abundante espécie é a Valônia do Levante, isto é o carvalho decíduo de
cúpula espinhosa: empregam-se as suas bolotas no curtimento de peles, mas os
árabes servem-se delas como alimento, o carvalho é o símbolo da força: ‘(o
amorreu) era forte como os carvalhos’ (Am 2.9). os ídolos eram, algumas vezes,
feitos de carvalho (Is 44.14,15), bem como os remos dos barcos da Síria (Ez
27.6).
CASAMENTO
Vínculo estabelecido entre duas
pessoas mediante o reconhecimento governamental, religioso ou social e que
pressupõe uma relação interpessoal de intimidade, cuja representação
arquetípica são as relações sexuais. As pessoas casam-se por várias razões, mas
normalmente o fazem para dar visibilidade à sua relação afetiva, para buscar
estabilidade econômica e social, para formar família, procriar e educar sua
prole e legitimar o relacionamento sexual. Um casamento é freqüentemente
iniciado pela celebração de uma boda, que pode ser oficida por um ministro religioso (padre, rabino, pastor
etc.), por um oficial do registro civil (normalmente juiz de casamentos) ou por
um indivíduo que goza da confiança das duas pessoas que pretendem se unir. O
casamento se originou segundo a Sagrada Escritura, da criação (Gn 2,23-24) e
assim esse ato é considerado por Jesus Cristo (Mt 19,4-5). No Antigo Testamento
mostra que era os pais que combinavam a união (Gn 24,58). Na ocasião dos esponsais,
era pago um preço, ou dote (Gn 24,53; 34,12).
CASIFIA
Lugar em Babilônia, onde os levitas e os netineus viveram
durante o exílio (Ed 8:15-20).
CASFIN
Cidade da Judéia. Seus habitantes revoltaram-se contra os
de Jerusalém. Foi onde Judas Macabeu causou uma grande mortandade que o tanque
da cidade tingiu-se com muito sangue. (2 Mac 12, 13).
CÁSSIA
1) Raiz aromática usada por Moisés no óleo da unção. (Êx
30. 24) 2) Foi a segunda das três filhas de Jó apôs seu restabelecimento e prosperidade.
(Jó 42, 14).
CASTOR
Famoso guerreiro que ficou conhecido
em Jerusalém, estando de guarda na segunda torre, não podendo se defender
mais, fingiu querer falar a Tito ou a Enéias. Esse era um judeu que refugiou no
campo dos romanos. Logo que Enéias se aproximou da muralha, Castor rolou sobre
ele uma grande pedra, Enéias evitou-a, porém, um soldado que o acompanhava
ficou ferido, Então, Tito mandou reduplicar as máquinas contra a torre. Castor
ateou logo e, lançando-se entre as chamas, morreu. (Fl. Jos. Guerras).
CATIVEIRO
A origem destas calamidades vamos encontrá-la nos pecados
dos governantes e do povo, e ainda nas alianças com os poderes pagãos. Peca,
rei de Israel, procurou o auxílio de Rezim, rei da Síria, contra Acaz, rei de
Judá. Acaz, imitando a política do seu rival, pediu a Tiglate-Pileser (ou Pul),
rei da Assíria, que viesse socorrê-lo. Este veio e castigou duramente os
israelitas, levando para a Média as duas tribos e meia de além Jordão (Rúben,
Gade, e a meia tribo de Manassés), e fazendo tributário o resto do pais. Dez
anos mais tarde, oséias, rei de israel, apelou para Sô, rei do Egito, a fim de
que este o auxiliasse a tirar de cima dos israelitas o peso do tributo, também
fazendo parte da confederação Ezequias, rei de Judá. Esta revolta fez que Salmaneser,
filho de Tiglate-Pileser, viesse com um grande exército atacar o reino de
israel. Caiu Samaria em poder de Sargom, sucessor de Salmaneser, e foi o pais
anexado ao império da Assíria. Foi este o segundo cativeiro de israel, que
produziu a despovoação do país. Escapou Jerusalém, visto como o exército de
Senaqueribe, filho de Sargom, foi miraculosamente destruído. os territórios
conquistados aos israelitas foram depois, povoados por colonos vindos da região
do Tigre e Eufrates (2 Rs 17.24). Estes colonos e os israelitas que tinham
ficado na terra de israel uniram-se por casamentos recíprocos, tomando mais
tarde o nome de samaritanos. Não se sabe o que foi feito das dez tribos. o
reino de Judá foi, sucessivamente, tributário da Assíria, do Egito e da Babilônia.
A revolta do rei Zedequias contra o império de Babilônia causou a vinda de
Nabucodonosor contra Jerusalém, 587
a .C. Depois de um cerco de dezoito meses, foi a cidade
tomada à meia-noite. A maior parte dos seus habitantes foram mortos, e a
Zedequias lhe vazaram os olhos e lhe assassinaram os filhos, indo depois este rei carregado de cadeias para Babilônia.
Nebuzaradã, general de Nabucodonosor, incendiou a cidade, destruiu o templo, e
levou consigo os vasos sagrados, que ainda ali havia, e a maior parte dos
judeus, ficando apenas alguma pobre gente para cultivar a terra, os judeus na
Babilônia foram, desde o princípio, um povo separado dos outros, e em muitos
lugares formaram distintas comunidades, com os seus anciãos e governo próprio.
Eram tratados como colonos, e não como escravos. Podiam alcançar as mais altas
posições do Estado, como Daniel, ou ocupar os lugares de maior confiança junto
da pessoa do rei. A idolatria de que estavam cercados já não tinha atração
alguma no seu meio - pelo contrário, despertou neles um forte antagonismo. o
restaurador da nação judaica foi Ciro, o Grande, que conquistou Babilônia, e
tornou-se célebre como fundador do império Persa. Ciro publicou um decreto, em
virtude do qual os súditos dos Estados, que tinham sido conquistados pela
Babilônia, podiam voltar aos seus países e restabelecer o seu culto, os
resultados deste decreto e a história dos judeus desde esse fato até ao
encerramento do cânon do Antigo Testamento acham-se nos livros históricos de
Esdras, Neemias e Ester, e nas profecias de Ageu, Zacarias e Malaquias. Ciro
decretou a reedificação do templo em 536 a .C. Pode-se dizer que foram cerca de
56.000 as pessoas que voltaram do exílio - mas quase todos aqueles judeus que
tinham nascido em Babilônia ficaram neste país. Aqueles que conservaram as suas
nacionais distinções nessas terras distantes formaram o importante ramo
israelita, ou das tribos dispersas, conhecido pelo nome de Dispersão (Jó 7.35 -
1 Pe 1.1 - Tg 1.1). Estes judeus, habitando em terras pagãs, realizaram o
grande propósito de propagar o conhecimento do verdadeiro Deus, e foi, também,
por meio deles que os evangelistas da fé cristã começaram a evangelizar as
doutrinas de Jesus Cristo.
CEDRO
Grandes árvores abundantes nas encostas do Líbano, muitas
vezes citadas nas Escrituras. (Is 2, 13; Ez 17, 22).
CEDRON
Vale entre Jerusalém e o Monte das
Oliveiras (Jó 18:1). Vários vales a noroeste de Jerusalém convergem para formar
o Cedrom, que depois passa por Jerusalém, a oriente, volta para este a sul de
Jerusalém e deságua no Mar Morto depois de ter atravessado o Deserto de Judá
(ver 2Sm 15:23). É chamado um ribeiro (Heb. nachal, “barranco”) em (2Sm 15:23;
1Rs 15:13). O “ribeiro” (algumas versões, “vale”) de (Jó 18:1) é uma
transliteração do Gr. Cheimarros, com um significado semelhante ao de nachal.
CEFRA
Cidades gibeonitas, com quem Josué se aliou; atribuída a
Benjamim (Js 9:17; Js 18:26) e reocupada após o exílio (Ed 2:25; Ne 7:29).
CENÁCULO
Nome dado ao lugar onde se reuniram os Apóstolos, depois da
Ascensão, ali recebendo o Espírito Santo. (At 1, 13).
CÊNCRIS
Porto ao este de Corinto, no Golfo Sarônico. Era uma cidade
de tamanho razoável e que possuía vários templos e banhos públicos. A norte da
cidade, no tempo dos gregos e dos romanos, eram efetuados regularmente os jogos
istmianos. As escavações levadas a cabo pelo Instituto Americano de Arqueologia
em Atenas lançaram imensa luz sobre estes jogos, que desempenhavam um papel
importante na vida dos gregos. Paulo refere-se a atividades e eventos desportivos
em várias das suas cartas. Paulo embarcou em Cêncreis para se dirigir a Jerusalém durante a sua segunda viagem
missionária (At 18:18). O livro de Romanos, escrito provavelmente no inverno de
57-58 DC, menciona uma igreja cristã existente na cidade. Descreve Febe como
uma diaconisa da “igreja que está em Cêncreis” (Rm 16:1). Foi o lugar onde São
Paulo mandou cortar o cabelo, em cumprimento de uma promessa que fizera.
CENDEBEU
General das tropas de Antíoco, filho de Demétrio, que por
ordem de seu amo tentou arrasar a Judéia. Judas e João, filho de Simão, Sumo
Sacerdote, deram-lhe combate. Judas foi ferido, porém João ganhou a batalha e
oprimiu de tal sorte a Cendebeu, que ele não mais entrou na Judéia. (1 Mac cap.
15-16).
CENTURIÃO
O centurião era o soldado responsável por comandar a
centúria, dando ordens que deveriam ser prontamente obedecidas pelos soldados,
especialmente as formações militares. (At 21, 32; 22, 26). As legiões romanas
tinham como unidade básica de guerra a Centúria. Esta é formada por um quadrado
de 10 fileiras de 10 homens cada, dando o total de 100 soldados, de onde advém
o nome centúria.
CERVO
Veado, também traduzido como corça,
no (SI 4, l ,)
quando Davi, no auge da tristeza, exclamou: “Como o cervo brama pelas correntes
das águas, assim a minha alma suspira por ti, ó Deus”.
CÉSAR
Nome dado aos imperadores romanos. Os mencionados na
Escritura, no Novo Testamento, são: 1) Augusto César. Anteriormente fora
companheiro de Marco Aurélio e Lépido, formando com eles o segundo triunvirato,
e ficando sozinho depois, com o título de Imperador. Mencionado em (Lc 2, 1)
pelo Evangelista, ao referir à ordem do recenseamento geral. 2) Tibério César.
Segundo mencionado pelas Escrituras quando foi suscitada a questão do tributo
(Mt 22, 15-22). No seu tempo, a Judéia foi governada por Valério Grato e Pôncio
Pilatos. 3) Cláudio, sobrinho de Tibério. Baniu os judeus de Roma (At 18, 2) e
prestigiou Herodes Agripa I. 4) Nero, o monstro da crueldade, o incendiário.
Após cometer várias atrocidades, tentou o suicídio. Faltando-lhe a coragem,
pediu a um dos seus serviçais para completar o ato. É mencionado pelos
escritores sagrados, em (At 25, 12; 21, 26. 32; Flm 2, 22). 5) Tito, o 5º César. Não é referido na Bíblia Sagrada, mas
por Josefo nas guerras dos Judeus. Foi o destruidor de Jerusalém, no ano
711, tornando-se Imperador em 79 d.C.
CESARÉIA
Cidade na costa da Palestina. Inicialmente chamada Torre de
Estrato, ou Torre de Estratom. A cidade caiu nas mãos dos judeus quando o rei
Macabeu Alexandre Janeu (103-76/75 A.C.) a capturou. Em 63 AC , caiu perante Roma,
quando Pompeu a conquistou. Em 30
A .C., Otaviano (que passou a chamar-se Augusto) deu-a a
Herodes, que gastou doze anos (22-10
A .C.) a reconstrui-la em grande escala. O novo porto
artificial era do tamanho do porto de Atenas. Diz-se que o dique tinha 61 m de largura, assentando em
36,5 m
de água. Alguns dos blocos de pedra usados tinham 15 m de comprimento e 5,5 m de largura. Herodes
também construiu templos, um teatro e um anfiteatro. Um dos dois aquedutos que
trazia a água de uma fonte situada a 19 km de distância era composto por um túnel
com 9,5 km
de comprimento e uma conduta de pedra apoiada em arcos, também com 9,5 km de comprimento.
Herodes chamou Cesaréia a esta nova cidade em homenagem a César Augusto e ao
porto chamou Portus Augusti. A população era maioritariamente composta por
sírios mas também viviam lá muitos judeus. Os judeus, no tempo de Nero,
tentaram obter a cidadania romana mas sem sucesso. Havia uma constante
inimizade entre os judeus e a população pagã, que culminou, em 66 DC, com o
massacre da maior parte dos judeus por parte dos sírios. Isto deu início à
guerra judaica. A cidade foi a capital da Palestina e residência do governador
romano durante dois períodos: o primeiro, desde 6 DC, quando o etnarca Arquelau
foi deposto, até 41 DC, quando a Judeia e Samaria foram dadas ao rei Agripa I;
e o segundo, desde a morte de Agripa, que ocorreu em Cesareia (At 12:20-23) em
44 DC, até ao início da guerra judaica em 66 DC. Vespasiano transformou-a
depois numa colônia e libertou-a do pagamento do tributo. A cidade de Cesaréia
é freqüentemente mencionada no livro de Atos. Filipe viveu aí (At 8:40; At
21:8); também o centurião romano Cornélio, cuja conversão e batismo marcaram o
início da obra missionária entre os gentios (At 10:1-11:18). Outros cristãos
também lá viveram; durante os tempos apostólicos, aparentemente existiu na
cidade uma florescente comunidade cristã (At 21:16). O apóstolo Paulo passou
várias vezes pela cidade, quer de partida - ao embarcar no seu porto para
viagens ao estrangeiro (At 9:30), quer de chegada - ao voltar das suas viagens
missionárias (At 18:22; At 21:8). Origenes de Alexandria (184-254 D.C.) fez de
Cesaréia a sua casa e o historiador Eusébio (260-340 D.C.) foi bispo de Cesaréia.
Foram aí efetuadas escavações entre 1959 e 1963, levadas a cabo por uma
expedição italiana, que descobriu o teatro e a primeira inscrição mencionando
Pôncio Pilatos. Uma equipe israelita trabalhou várias vezes nas ruínas da
cidade e no local onde se situa a Torre de Estrato. Desde 1971, uma expedição americana tem aí trabalhado sob a direção de R.
J. Bull. Esta expedição descobriu o primeiro Mitraeu na Palestina, um templo
dedicado a Mitra, a divindade persa identificada com o sol; descobriu também
uma série de armazéns abobadados junto ao mar, cada um com 27.5 metros de
comprimento; e investigaram o extensivo sistema de esgotos que, de acordo com
Josefo, era limpo diariamente pelas ondas do mar.
CESARÉIA DE FILIPO
Cidade perto de uma das principais nascentes do Jordão, na
vertente sul do Monte Hermom. Alguns identificam como Baal-Gade (Js 11:17) e
com Baal-Hermom (Jz 3.3) porque existem provas de que era o centro de adoração
cana-neu, mas estas identificações são duvidosas. O local aparece em tempos
históricos, primeiro durante o período selêucida com o nome de Paneas (ou
Panias, ou Paneion), sendo a cidade principal de um distrito com um dos mesmos
nomes atribuídos à própria cidade, pois o deus Pan era adorado numa gruta que
existia nesse local. O tetrarta Filipe, filho de Herodes, o Grande, embelezou a
cidade com muitos edifícios e deu-lhe o nome de Cesaréia, em homenagem ao
imperador. Para se distinguir da Cesaréia que se situava na costa palestiniana,
passou a chamar-se Cesaréia de Filipo (Mt 16:13; Mc 8:27). Jesus visitou, uma
vez, uma das cidades da região de Cesaréia de Filipo durante o seu ministério
na Galiléia e foi nessa ocasião que Pedro declarou que Jesus era o Filho de
Deus (Mt 16:16). Depois que Agripa II se tornou rei dos territórios a nordeste,
a cidade mudou novamente o nome, passando a chamar-se Neronias, em homenagem a
Nero. Tito conduziu os jogos no anfiteatro da cidade após a destruição de
Jerusalém, fazendo com que os judeus capturados lutassem entre si e também
contra animais selvagens. Nos séculos seguintes, a cidade perdeu a importância
que tinha a voltou a chamar-se Paneas. O antigo nome é preservado em Bâniyâs,
uma aldeia que se situa no antigo local.
CETRO
Palavra grega significa bastão curto, que é uma insígnia de
reis, de governadores e outras pessoas de autoridade (Gn 49.10 - Nm 24.17 - Is
14.5). O cetro serve, também, de vara de correção e para mostrar a suprema
autoridade que castiga ou humilha (Sl 2.9 - Pv 22.15 ). O cajado do pastor era,
também, chamado cetro (Lv 27.32) - nesta passagem a palavra vara é a quem
outros lugares se traduz por cetro (Mq 7.14). Os cetros eram feitos de ferro,
de ouro, de prata, e outros metais (Sl 2.9 - 125.3) - e também os havia de
marfim e de madeira preciosa. Do mesmo modo se usava metaforicamente a palavra
para exprimir predomínio (Gn 49.10) - e ao governo de Deus se chama o ‘cetro de
equidade’ (Sl 45.6 - Hb 1.8).
CEVA
Um judeu, principal dos sacerdotes em Éfeso (At 19:13-16); o chefe de um dos 24 turnos da
casa de Levi. Tinha sete filhos, que “tentavam invocar o nome do Senhor Jesus
sobre os que tinham espíritos malignos”, imitando Paulo. Tentaram usar o seu
método de exorcismo com um demônio violento e falharam. A resposta que ele lhes
deu (At 19:15) foi: “Conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo; mas vós quem
sois?”
CHAVE
A chave era usada nos tempos do A.T., muito diferente da
moderna, era uma grande peça de madeira, ajustada com arames ou pregos
pequenos. Quando introduzida na concavidade, que servia de fechadura, levantava
outras peças dentro da chapa, para deste modo fazer recuar a lingüeta. É comum
entre os mouros ver um homem de autoridade, andando com uma grande chave de
metal amarelo presa ao ombro num pedaço de pano. isto serve para explicar (Is
22.22): ‘Porei sobre o seu ombro a chave da casa de Davi’ (Cp com Mt 16.19).
CHEDORLAOMER
Rei de Elã. Muitos séculos antes do
tempo de Abraão, Canaã e a Península Sinaitica tinham sido conquistadas pelos
reis babilônicos e no tempo do próprio Abraão, a Babilônia era governada por
uma dinastia que reclamava a soberania da Síria e da Palestina. Os reis desta
dinastia usavam nomes que não eram babilônicos mas que eram, ao mesmo tempo,
hebreus e do sul da Arábia. O rei mais famoso desta dinastia foi Khammu-rabi,
que uniu a Babilônia sob um único governo e fez da cidade da Babilônia a
capital. Quando ele ascendeu ao trono, o país encontrava-se sob a suserania dos
elamitas e estava dividido em dois reinos: o da Babilônia (a Sinar Bíblica) e o
de Larsa (a Elasar Bíblica). O rei de Larsa era Eri-Aku (“o servo da deusa
lua”), filho de um príncipe elamita, Kudur-Mabug, que é denominado por “o pai
da terra dos amorreus”. Uma tabuínha recentemente descoberta enumera, de entre
os inimigos de Khammu-rabi, Khudur-Lagamar (“ o servo da deusa Lagamar”) ou Chedorlaomer,
Eri-Aku ou Arioque e Tudkhula ou Tidal. Khammu-rabi, cujo nome os eruditos
dizem também poder ser lido como Ammi-rapaltu ou Amrafel, conseguiu derrotar
Eri-Aku, fazendo com que os elamitas saíssem da Babilônia. Assur-bani-pal, o
último conquistador assírio, menciona em duas inscrições que tomou Suza 1635
anos depois de Kedor-nakhunta, o rei de Elã, ter conquistado Babilônia.
CHIFRE
Esta palavra tem muitos sentidos na Sagrada Escritura: 1)
São as pontas de um animal (Gn 22.13), ou a sua imitação (1Rs 22.11). 2) O
chifre servia, e ainda hoje serve, de vaso, para conter certos líquidos ou
perfumes (1 Sm 16.1). 3. Era também usado como trombeta (Js 6.5). 4.
Chamavam-se chifres as quatro pontas do altar - consideravam-se especialmente
sagrados e em certas cerimônias rituais eram aspergidos de sangue (Êx 29.12 -
Lv 4.7) - a eles se seguravam os refugiados que procuravam o santuário (1 Rs
1.51 - 2.28). 5. O chifre era símbolo do poder e da glória (1 Sm 2.1), podendo
ser cortado (Jr 48.25) e humilhado no pó (Jó 16.15). Para a interpretação (de
chifre) na profecia de Daniel, vede o Livro de Daniel. Um corno, ou uma
projeção de prata, é algumas vezes usado no oriente, especialmente pelas
mulheres - entre os povos selvagens são em certas cerimônias usados os cornos
sobre a cabeça.
CHIPRE
Ilha ao noroeste do Mar Mediterrâneo. A ilha tem cerca de 240 km de longitude. O
minério de cobre que existe nas suas montanhas fez dela a maior área produtora
de cobre do mundo antigo. Tal fato deu o nome a Chipre, que significa “cobre”.
No A.T, os seus habitantes são chamados quitins (Gn 10:4), um nome que foi
reconhecido em Cítio (Gr. Kition), a primeira capital da ilha. No século XV AC,
havia um contato ativo entre Chipre e Micene, na Grécia. Mais tarde, os
fenícios tomaram a ilha mas a população grega continuou a ser maioritária. A
ilha gozou de uma independência virtual, até se tornar numa possessão egípcia,
no tempo dos Ptolomeus. Os romanos ocuparam-na em 58 A .C. e em 27 A .C. tornaram-na numa
província imperial. Foi transferida para o Senado em 22 A .C., sendo administrada
por um procônsul, na situação de província senatorial. Quando Paulo visitou a
ilha, Sérgio Paulo, que é mencionado em várias inscrições, era procônsul de
Chipre. Muitos judeus viviam em Chipre nos tempos do N.T. e Barnabé (At 4:36) e
Mnosom, judeus cristãos, eram de Chipre (At 21:16). O cristianismo foi
introduzido na ilha pelos cristãos que fugiram de Jerusalém durante as
perseguições que se seguiram ao apedrejamento de Estevão (At 11:19, 20). Paulo e
Barnabé fizeram em Chipre a primeira paragem da sua primeira viagem
missionária, pregando na grande cidade de Salamina (At 13:5), perto da zona
oriental da ilha e em Pafos, a sede do governador romano, na zona ocidental (At
6-13). Barnabé e João Marcos passaram por Chipre num período posterior (At
15:39).
CIDADE DE DAVI
Antiga cidade de Sião, fortaleza dos jebuzeus, que foi
conquistada por David e se tornou na capital do seu reino (2Sm 5:6-9; 1Cr
11:5-7). Mais tarde, fez parte da zona sudeste da Jerusalém alargada. A cidade
situa-se numa cordilheira que se dirige para sul, agora chamada “o monte a
sudeste” e que se localiza a sul e completamente fora da atual Antiga Cidade
(cujos muros datam do século XVI). A “Cidade de Davi” media somente 90x460 m. A
sua localização era determinada pela proximidade de duas fontes naturais de
água - o ribeiro de Giom a este e o poço de En-Rogel a sul do “monte a
sudeste”. Nos outros montes mais proeminentes, a norte e a oeste, não se vêem
ribeiros nem poços. A cidade era limitada pelo Vale Quidrom a este e pelo Vale
Tiropeom, atualmente quase obliterado, a oeste. O limite sul era formado pela
confluência de dois vales. O norte não tinha qualquer fronteira natural. Os
jebuseus, que ocupavam Jerusalém antes de esta ser tomada por Davi, tinham
fortificado a cidade e o acesso ao ribeiro de Giom era feito através de um
túnel subterrâneo, precavendo a necessidade de se deixar a cidade em tempos de
cerco. Foi provavelmente através deste curso de água que Joabe e os seus homens
conseguiram o acesso à cidade e a tomaram (1Cr 11:4-6). Jerusalém não parece
ter sido alargada durante a vida de Davi mas Salomão estendeu-a para norte, com
a construção de um palácio e a área do templo. A partir daí, a “Cidade de Davi”
é mencionada principalmente como o lugar onde os reis de Judá eram sepultados
(1Rs 11:43; 1Rs 14:31). Ezequias acrescentou-lhe uma secção a sul e fechou-a
com um segundo muro. Parece também ter acrescentado uma nova região a oeste,
tal como indica a descoberta, em 1970, de um setor da muralha. Ezequias também
cavou um túnel desde o ribeiro de Giom até esta nova seção a sul, canalizando a
água para um novo poço, o poço de Siloam (2Cr 32:3, 4, 2Cr 32:30). A “Cidade de
Davi” ainda fazia parte da Jerusalém de Neemias (Ne 3:15; Ne 12:37); na
realidade, permaneceu como parte da cidade até aos tempos medievais. Hoje em
dia, situa-se fora das muralhas e é, assim, felizmente, acessível aos
arqueólogos. Conseqüentemente, a sua história arqueológica é bem conhecida.
Foram localizadas as suas antigas muralhas, foi escavado o portão na sua
muralha a ocidente, assim como um setor das fundações da muralha oriental do
tempo dos jebuseus e ainda ruínas da muralha a este do tempo de Neemias. Foram
explorados os intricados sistemas subterrâneos de água, tendo sido descobertos
muitas cavernas que, originalmente, poderiam ter servido de túmulos reais.
Contudo, uma vez que se encontravam vazias quando foram descobertas, tendo tudo
sido roubado nos tempos antigos, não se pôde conhecer qual o seu propósito
original.
CIDADE DE MOABE
Uma cidade mencionada em (Nm 22:36). Aqui, Balaque, rei de
Moabe, encontrou-se com Balaão, que viera
para lançar uma maldição sobre Israel. Em outros textos, a cidade é mencionada
como “a cidade que está junto ao ribeiro”; “que está à borda do ribeiro de
Arnom” e a “cidade que está no meio do ribeiro de Gade” (Dt 2:36; Js 13:9, 16;
2Sm 24:5). Uma vez que os filhos de Israel se aproximaram dela durante as suas
vagueações pelo deserto que se situava à volta de Moabe, a cidade tem sido
procurada algures junto ao rio Arnom mas nenhum dos locais até agora sugerido
corresponde à identificação certa. Alguns eruditos identificam a Ar (‘Ar) de
(Nm 21:15; Dt 2:18 e de Is 15:1) com a “cidade” (‘Îr) de Moabe.
CILÍCIA
Área na costa sudeste da Ásia Menor. Na sua fronteira norte
situam-se as Montanhas Taurus e a este as Montanhas Amanus. A sua cidade mais
famosa era Tarsos, onde nasceu o apóstolo Paulo (At 21:39; At 22:3; At 23:34).
A Cilícia é mencionada em inscrições assírias e babilônicas. É ainda mencionada
nas inscrições fenícias de Zakar, Zenjirli, como Qwh e Herodoto também fala
dela. A zona ocidental da Cilícia era montanhosa e era, conseqüentemente,
chamada Cilícia escarpada. A zona oriental era plana, aí existindo pântanos e
pauis. A parte do Mediterrâneo que se situava entre a Cilícia e Chipre era
apelidada de “o mar da Cilícia” (At 27:5). Após ter pertencido aos Seleucidas
durante algum tempo, a Cilícia tornou-se numa província romana em 102 AC mas foi reorganizada
várias vezes. A sua população era composta por descendentes dos heteus, dos
gregos e dos judeus (cf. At 6:9). A igreja cristã aí erigida deve a sua
existência a Paulo, que passou vários anos nessa área após a sua conversão (At
9:30; At 11:25, 26; Gl 1:21). Durante a sua segunda viagem missionária,
entregou a essas igrejas os decretos do Concílio de Jerusalém (At 15:23, At
15:41).
CÍMBALOS
Instrumento musical feito de bronze que soavam sendo
batidos conjuntamente (2 Sam 6, 5; 1 Par 13, 8; Esdr 3, 10: Si 150, 5). Muito
usado em ritos religiosos.
CIRCUNCISÃO
Esta cerimônia foi ordenada por Deus a Abraão e seus
descendentes, como sinal do Pacto estabelecido entre o Senhor e o povo
escolhido, o rito fazia parte da herança comum a hebreus, cananeus e outras
nações da antigüidade, constituindo uma notável exceção os filisteus, que são
expressamente designados como incircuncisos (em 1 Sm). Era condição necessária
na nacionalidade judaica. Toda criança de sexo masculino devia receber a
circuncisão, quando chegasse ao oitavo dia do seu nascimento, igualmente os
escravos, quer nascidos em casa ou comprados tinham de ser circuncidados.
Nenhum estrangeiro podia comer o cordeiro na celebração da Páscoa, a não ser
que todos os varões da sua família fossem circuncidados, tornando-se então, de fato,
judeu (Êx 12.48). A obrigação de serem circuncidados os gentios que se
convertiam ao Cristianismo foi uma questão que se levantou na igreja
apostólica, dando causa a grandes inquietações. A paz da igreja de Antioquia
foi perturbada pelos mestres judaizantes, que diziam aos gentios convertidos:
‘Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos’
(At 15.1) - mas os apóstolos e presbíteros decidiram, em Jerusalém, que os
gentios estavam inteiramente livres de toda obrigação a respeito de qualquer
rito judaico (At 15.22 a
29). A maneira de pensar do Apóstolo Paulo, neste assunto, pode ver-se em (Gl 5
e 6 - Rm 3.30 e 4.9 a
12 - 1 Co 7.18,19 - Fp 3.2) - e também em (At 16.3 e Gl 2.3). Todavia, o
Cristianismo apoderou-se do significado espiritual da circuncisão. A
qualificação de ‘incircunciso’ era, no Antigo Testamento, aplicada aos lábios,
aos ouvidos e aos corações (Êx 6.12 - Jr 6.10 - e Lv 26.41). Declara-se, no
Novo Testamento, que a verdadeira circuncisão é ‘do coração, no espírito, não
segundo a letra’ (Rm 2.29). São os cristãos que pela sua fé constituem a
circuncisão no sentido espiritual (Fp 3.3, cp com G1 2.11).
CIRENE
Principal cidade da Cirenaica
(Trípoli). Este país estendia-se desde Cartago ao Egito, e desde a Líbia (At
2.10) ao Mediterrâneo. Cirene era habitada por um considerável número de
judeus, que deram o seu nome a uma das sinagogas de Jerusalém (At 2.10 - 6.9) -
era natural desta mesma cidade aquele homem de nome Simão, que levou a cruz do
Salvador (Mt 27.32 - Mc 15.21 - Lc 23.26), e também alguns dos primeiros
evangelistas. Ainda que Cirene estava na costa africana, era uma cidade grega.
CIRO
O célebre “rei da Pérsia” (Elã) que
conquistou Babilônia e emitiu o decreto de libertação dos Judeus (Ed 1:1,2).
Era filho de Cambises, o príncipe da Pérsia e nasceu em 599 a .C.. No ano de 559 a .C., tornou-se no rei da
Pérsia, sendo o reino da Média parcialmente incorporado na Pérsia depois de
conquistado. Ciro era um grande líder militar, inclinado a conquistar para si
todo o mundo. A Babilônia caiu perante o seu exército (538 a .C.) na noite do
banquete de Belsazar (Dn 5:30) e a soberania da Assíria foi também acrescentada
ao seu império (“Sobe, ó Elão”, Is 21:2). Até aqui, os grandes reis da terra
tinham oprimido os Judeus. Ciro foi para eles como um “pastor” (Is 44:28 e Is
45:1). Deus usou-o para que rendesse serviço ao seu povo. Pode ter obtido,
através do contato com os Judeus, algum conhecimento da religião deles. O
“primeiro ano de Ciro”
(Ed 1:1) não é o ano da sua subida ao trono dos Medos, nem ao trono dos Persas,
nem o ano da queda de Babilônia, mas o ano que sucedeu aos dois em que “Dario,
o Medo” foi vice-rei na Babilônia, após a sua queda. Só neste momento (536 a .C.) Ciro se tornou rei
da Palestina, que passara a incorporar o império Babilônico. O édito de Ciro
para a reconstrução de Jerusalém marcou uma grande época na história do povo
Judeu (2Cr 36:22; Ed 1:1-4; Ed 4:3; Ed 5:13-17; Ed 6:3-5).
CISTERNA
Os verões na Síria são muito secos,
e, como há falta de nascentes em muitas partes do país, a água da chuva, que
cai durante as outras estações, é ajuntada em cisternas e reservatórios. Os
depósitos públicos de água são de costume chamados ‘lagoas’. A natureza rochosa
do solo torna fácil, de um modo especial a construção de cisternas, ou por
escavação, ou pelo alargamento de cavidades naturais. As cisternas vazias
serviam, algumas vezes, de cárcere e de lugares de detenção. Era assim a cova
onde José foi lançado (Gn 37.22). Jeremias foi lançado numa lodosa cisterna, que
não tinha água (Jr 38.6).
CITARA
Instrumento musical feito de sândalo
trazido para Salomão pelos navios de Hirão. (3 Rs 10, 12).
CITAS
Os citas incluíam “todas as tribos pastoris que habitavam a
norte dos mares Negro e Cáspio e que foram dispersos para este. Deste vasto
país, pouco era conhecido antigamente. O seu representante moderno é a Rússia
que, em grande extensão, inclui os mesmos territórios”. Eram descendentes de
Jafé (Gn 9:27). Parece que, nos tempos dos apóstolos, houve alguns de entre este
povo que abraçaram o Cristianismo (Cl 3:11).
CLAUDA
Pequena ilha árida ao sul de Creta e que não possuía um
porto seguro. O barco de Paulo encontrava-se perto desta ilha quando foi
apanhado por uma tempestade, depois de ter saído de Creta (At 27:16).
CLÁUDIO LISÍAS
O capitão-mor (tribuno) que comandava as tropas romanas em
Jerusalém e enviou Paulo, sob proteção, até ao Procurador Félix, em Cesaréia
(At 21:31-38; At 22:24-30). A sua carta dirigida ao seu oficial superior é um
exemplo interessante da correspondência militar romana (At 23:26-30). Ele
comprou a sua cidadania romana e seria provavelmente grego.
CLEMENTE
Videntede Davi, e chefe de um turno
ao serviço do santuário (1 Cr 25.4,25). 2) Censurou o rei Asa por ter confiado
no rei da Síria, Ben-Hadade (2 Cr 16.7 a 10). Provavelmente é o mesmo indivíduo
que o seguinte. 3) O pai de Jeú um vidente, que falou contra Baasa (1 Rs 16.1),
e Josafá (2 Cr 19.2 e 20.34). 4) Um sacerdote (Ed 10.20). 5) irmão de Neemias
que o fez governador de Jerusalém (Ne 1.2 - 7.2). 6) Sacerdote e músico, que
prestou o seu auxílio na dedicação dos muros de Jerusalém (Ne 12.36).
CNIDO
Cidade portuária em Cabo Krio , na costa
sudoeste da Ásia Menor. Parte da cidade situava-se em uma ilha, que estava
ligada ao continente por uma estrada a pique. Nos tempos do N.T., a cidade
pertencia à província romana da Ásia. O navio romano onde Paulo se encontrava
como prisioneiro passou por esta cidade (At 27:7).
COLOSSENSES
Esta epístola foi escrita durante o tempo em que Paulo esteve preso em
Roma pela primeira vez, e foi, provavelmente, também por essa ocasião que ele escreveu as cartas dirigidas aos
Efésios e a Filemom, sendo as três cartas mandadas pelos mesmos mensageiros,
Tíquico e onésimo. Este último estava de volta à casa de seu senhor Filemom,
residente em Colossos.
Por conseqüência, devia ter sido escrita pelo ano 62. o seu
objetivo é manifesto. A descrição da igreja feita por Epafras, o seu fundador,
que tinha sido mandado pelos colossenses a Roma com o fim de confortar Paulo e
dar-lhe informações da sua situação, era no seu todo satisfatória. Todavia,
parece ter havido algum perigo nos ensinamentos dos falsos doutores que
pretendiam harmonizar o Cristianismo com as especulações dos filósofos. Negavam
a suprema dignidade de Cristo, atribuindo aos anjos não só a criação (1.16),
mas também a obra mediadora de redenção entre Deus e o homem e além disso
haviam introduzido na igreja o culto dos anjos (2.18). Há, também, claras
referências à influência perturbadora dos mestres judaizantes e dos ascetas
(2.16 - 3.11, 18,19). Corrigir e refutar os mencionados erros foi o fim desta
epístola. Na sua exposição o Apóstolo faz-lhes ver que nem as especulações dos
filósofos, nem as tradições humanas, nem as austeridades, poderiam levantar a
alma acima dos atos grosseiros e habilitá-la a realizar propósitos invisíveis e
eternos. Mas em Cristo há perfeita salvação: porquanto a fé Nele nos reconcilia
com Deus, e, pondo-nos em relação com um Redentor celestial, guia os nossos
pensamentos e desejos para assuntos superiores. o pensamento essencial da
epístola é: ‘Cristo é tudo e em
todos.’ Como na epístola aos Efésios, aparece aqui também o
seu termo favorito ‘riquezas’, nestas e outras expressões: ‘a riqueza da glória
deste mistério’ (1.27) - ‘toda riqueza da forte convicção’ (2.2) - e na forma
adverbial ‘Habite ricamente em vós a palavra de Cristo’ (3.16). A semelhança
entre esta epístola e a escrita aos Efésios mostra que tendências parecidas se
manifestavam nas duas igrejas - e pode, também, atribuir-se a analogia ao fato
de, sendo as duas epístolas enviadas pelo mesmo tempo, haverem naturalmente
ocorrido as mesmas idéias e ainda as mesmas expressões. E, na verdade, as duas
epístolas devem ser lidas juntamente. Uma é comentário da outra. Uma diferença,
contudo, de tom enfático se nota nelas. São Paulo, levado pela controvérsia,
sustenta com firmeza nesta epístola a natureza de Cristo e o que Ele é para com
a Sua igreja - ao passo que na carta aos Efésios é explicada a unidade da
igreja e o seu glorioso destino nos desígnios do seu divino fundador.
COLOSSO
Cidade da Ásia Menor, a sudoeste da Frígia, no rio Lycus,
não muito longe do local onde o rio deságua no Maeander. Situa-se a 17.5 km de Laodiceia e a 21 km de Hierápolis,
encontrando-se, originalmente, na grande rota comercial que partia de Éfeso,
via Magnésia, Colosso e Tarso, terminando na Síria. É mencionada por Herodoto e
Xenofonte como sendo uma cidade grande e rica. Deve a sua riqueza
principalmente à lã e à tinta violeta, chamada colossinus, que aí se produzia.
Quando a rota comercial mudou, Colosso entrou em declínio. Podem
ainda ser vistas algumas ruínas de Colosso perto da aldeia de Honaz. A
população do tempo do NT era composta principalmente por frígios, gregos e
judeus, embora predominassem os frígios. A sua igreja cristã foi provavelmente
fundada por Epafras (Cl 1:7). Mais tarde, um certo Arquipo passou a ser o seu
líder (Cl 4:17; Filemon 2). Nos tempos de Paulo, as reuniões eram aparentemente
efetuadas em casa de Filemon (Cl 4:2), o dono de Onésimo, escravo fugitivo
convertido por Paulo em Roma e que, mais tarde, voltou para o seu dono (Cl
4:10-12). Paulo escreveu uma carta à igreja desta cidade.
CONCÍLIO DE JERUSALÉM
O Concílio de Jerusalém teve lugar no
ano 49 da era cristã em
Jerusalém. A admissão de gentios (não-judeus) era um fato de
difícil compreensão para os cristãos-judeus, que ainda se encontravam em parte
presos às velhas tradições e práticas antigas. Para tratar da aplicabilidade ou
da convivência da Lei Antiga com a Lei Nova reuniram-se todos os apóstolos em
“concílio”. Paulo e Barnabé se fizeram portadores do ponto de vista das
comunidades não-judaicas e Pedro manifestou-se a favor da liberdade dos
cristãos com relação à Lei Antiga. Por proposta de Tiago, bispo de Jerusalém, o
“concílio” decidiu não impor qualquer outra carga aos gentios batizados e
bastaria que se abstivessem da fornicação e, por consideração aos
judeus-cristãos, que se abstivessem de comer carnes sufocadas (At. 15, 1-33).
CONCUBINA
Na idade patriarcal não aparece muito
clara a diferença entre esposa e concubina, devido ao predomínio da poligamia.
Contudo, a concubina era, em geral, uma escrava. Com respeito aos filhos das
concubinas, como as idéias de legitimidade não eram compreendidas como hoje,
aparece nas genealogias exatamente como os das esposas. Se a concubina fosse
hebréia que tivesse sido comprada a seu pai como escrava, ou fosse uma pagã
prisioneira de guerra, eram os seus direitos protegidos por lei (Êx 21.7 - Dt 21.10 a 14). Um hebreu não
podia tomar para sua concubina uma mulher cananéia, embora fosse nesta classe
de mulheres que as concubinas dos reis eram, na maior parte, procuradas. As
mulheres hebréias livres, podiam, também, tornar-se concubinas.
CONVERSÃO
Adoção de uma nova identidade religiosa, ou uma mudança de uma identidade
religiosa para outra. Isto envolve tipicamente o devotamento sincero a um novo
sistema de crença, mas também pode ser concebido de outras maneiras, como a
adoção em uma identidade de grupo ou linha espiritual. “Conversão” não ocorre
apenas de uma religião para outra, mas também entre diferentes setores, como os
das denominações protestantes que possuem mesma fé, e neste caso, a mudança é
motivada por questão de identidade. Cristianismo e islamismo são as principais
religiões que enfatizam o desejo de conversão.
COOS
Uma extensa e estreita ilha situada entre os promontórios
de Cnido e Halicarnasso. Aí existe uma cidade com o mesmo nome da ilha. Após
ter sido dominada por várias nações, tornou-se numa possessão romana, à qual o
Imperador Cláudio deu autonomia em 53 D.C. Era esta a sua situação política
quando Paulo passou pela ilha ao se dirigir a Jerusalém durante a sua terceira
viagem missionária (At 21:1). Nesta ilha nasceram homens famosos como
Hipócrates e o Rei Ptolomeu II, do Egito. Possuía um templo dedicado a
Asclepius e ao qual está associado uma escola de medicina. A ilha era conhecida
como um rico centro bancário. Era o refúgio favorito de Herodes, o Grande. Foi
encontrada, em Coos, uma estátua do filho de Herodes.
CORAÇÃO
Órgão que controla e causa a circulação do sangue em todo o
corpo. A palavra coração aparece na Bíblia mais de mil vezes mas
raramente em seu sentido próprio de órgão fisiológico (2 Sam 18, 14; 4 Rs 9,
24; Tob 5, 6; SI 44, 6), na maioria das vezes, vem empregada metaforicamente. É
muito importante frisar a diferença entre o antigo conceito semita e o nosso
moderno: Os antigos costumavam considerar o coração não só como símbolo do
amor ou outras emoções, mas relacionavam-no também com a atividade intelectual,
que reservamos para o cérebro.
CORAZIM
Local situado em um vale na direção do Mar da Galileia,
identificado com Khirbet Kerâzeh, cerca de 3 km a norte de Tell Hûm (Cafarnaum). Não é
mencionado no A.T. As ruínas, incluindo as de uma antiga sinagoga construída
com pedra basaltica preta local, são um marco no local. As escavações foram
efetuadas pelo Departamento de Antigüidades da Palestina em 1926. Nas ruínas da
sinagoga foi encontrada uma cadeira esculpida e com algumas inscrições, um
exemplo da cadeira de Moisés referida em Mt 23:2. Cristo denunciou a cidade,
juntamente com Cafarnaum e Betsaida, por terem testemunhado muitos dos seus
milagres e terem ouvido muitos dos seus sermões sem que correspondessem aos
seus apelos (Mt 11:21-24; Lc 10:13).
CORDEIRO
São diversas as palavras que no A.T.
se traduzem por ‘cordeiro’. A mais livremente usada, especialmente em Levítico
e Números, refere-se ao cordeiro macho. o cordeiro pascal tanto podia ser um
cordeiro, como um cabrito (Êx 12.5), visto como a respectiva palavra hebraica
se aplica aos dois animais. o cordeiro aparecia notavelmente entre os
sacrifícios ordenados pela Lei. Era oferecido todos os dias (Êx 29.38 - Nm
28.3) - e designadamente no sábado (Nm 28.9 - cp com Ez 46.4,13 -) - na Páscoa
(Êx 12.5), no Pentescoste (Lv 23.18), na Festa dos Tabernáculos (Nm 29.13), e
em outras ocasiões. No N.T. há três palavras gregas traduzidas como ‘cordeiro’,
o cordeiro aparece como símbolo de inocência e da impotência no Antigo e Novo
Testamento (Is 11.6 e 53.7 - cp com Lc 10.3, e
At 8.32).
CORDEIRO DE DEUS
A frase ocorre somente duas vezes (Jó 1.29,36) e tem
relação com (Is 53.7) (cp com At 8.32). As palavras foram usadas por João,
quando se aproximava a Páscoa, sugerindo assim o sacrifício do cordeiro pascal
(Êx 12.5 - cp com João 19.36 - e 1 Co 5.7 - e 1 Pe 1.19). Esta expressão
‘cordeiro de Deus’ dá a idéia não só da inocência de Jesus, mas também dos seus
sofrimentos de substituição. Foi Ele o cordeiro designado para o sacrifício
pelo próprio Deus (Gn 22.8). o epíteto de cordeiro aplica-se vinte e nove vezes
a Jesus Cristo no Apocalipse, sendo a respectiva palavra grega somente
encontrada no próprio Apocalipse e em (Jó 21.15). É uma forma diminutiva da
palavra usada em (Lc 10.3).
CORÉ
1) Um levita e um dos coraítas de entre os guardas
dos umbrais do tabernáculo. Era filho de Asafe e pai de Salum e Meselemias,
porteiros do templo (1Cr 9:19; 1Cr 26:1). 2) Um levita e um dos coraítas de
entre os guardas dos umbrais do tabernáculo. Era filho de Asafe e pai de Salum
e Meselemias, porteiros do templo (1Cr 9:19; 1Cr 26:1). 3) Terceiro filho de
Esaú e Aolibama (Gn 36:14; 1Cr 1:35). 4) Um levita, filho de Izar, o irmão de
Anrão, pai de Moisés e Aarão (Ex 6:21). A instituição do sacerdócio araónico e
do serviço levítico no Sinai foi uma grande revolução religiosa. O velho
sistema sacerdotal dos chefes de família foi ultrapassado. Isto deu lugar a
murmurações e descontentamento enquanto os Israelitas estavam acampados em
Cades pela primeira vez, transformando-se, depois, numa rebelião contra Moisés
e Aarão, chefiada por Coré, Datã e Abirão. Duzentos e cinquenta príncipes,
“homens de renome”, i.e., homens bem conhecidos entre as outras tribos,
juntaram-se a esta conspiração. Exigiram a Moisés e a Aarão que o antigo estado das coisas fosse restaurado, alegando que
aquilo já era demais (Nm 16:1-3). Na manhã da insurreição, Coré e os seus
associados apresentaram-se à porta do tabernáculo, “tomaram todos eles o seu
incensário, colocaram neles fogo e também incenso”. Mas logo “saiu fogo do
Senhor” e eles foram destruídos (Nm 16:35). Datã e Abirão colocaram-se à porta
das suas tendas com as suas mulheres, os seus filhos e os seus netos e
aconteceu que se abriu um buraco sob os seus pés e a terra os engoliu. Surgiu,
então, uma praga entre aqueles que se mostraram simpatizantes com a rebelião. A
praga só parou quando Aarão se colocou entre os vivos e os mortos e intercedeu
pelo povo (Nm 16:47). Os descendentes dos filhos de Coré, que não participaram
na rebelião, ascenderam depois a uma posição importante nos serviços levíticos.
CORÍNTO
Antiga cidade grega. A localização de Corínto na única
ligação terrestre entre o norte da Grécia e o Peloponeso, tal como o facto de a
cidade possuir portos em dois golfos (o porto de Cencréia, cerca de 11 km a este de Corínto, no
Golfo Sarônico e o porto de Lechaeum, 2.5 km a oeste no Golfo de Corínto), era
responsável pela sua importância e riqueza. Corinto estava ligada a Lechaeum
por dois muros paralelos. Uma vez que o canal (construído entre 1881 e 1893),
ocupando todos os 8 km
de largura do istmo, não existia nos tempos antigos, os pequenos barcos eram,
muitas vezes, arrastados por um trilho em terra firme (conhecido por diolkos),
desde o Golfo Sarônico até ao Golfo de Corínto e vice-versa. Os primeiros
colonos de Corínto não eram gregos. Mais tarde, os fenícios instalaram colonos
nesta cidade e ele envolveram-se na manufatura de púrpura tingida com uma
substância feita a partir de marisco. Dedicaram-se também à manufatura de
têxteis, cerâmica e armaduras. Na última parte do 2º milênio, o povo de Ática
tomou Corínto e, mais tarde, os dórios conquistaram-na. A cidade caiu nas mãos
de Filipe da Macedônia e permaneceu sob controlo macedônio até que os romanos a
declararam independente em 196
AC . Rebelou-se contra Roma e foi completamente destruída
por Mummius em 146 AC ,
permanecendo em ruínas durante um século. Júlio César deu início à reconstrução
da cidade em 44 AC ,
tornando-a capital da província senatorial da Acaia, com estatuto de colônia e
tendo sido apelidada de Colonia Laus Iulia Corinthiensis. Por causa deste seu
estatuto, tornou-se na residência de um procônsul (At 18:12). Este oficial
mantinha a sua corte no centro do agora, ou mercado, tal como revelaram as
escavações. A nova cidade tinha muitos templos, basílicas e uma grande
quantidade de lojas. Na cidade viviam muitos romanos, gregos e orientais.
Existia ali também uma comunidade judaica suficientemente grande para possuir a
sua própria sinagoga. Foi encontrado um caixilho de pedra onde se podia ler:
“[Sina]goga dos Hebr[eus]”. Esta inscrição mostra que o caixilho pertenceu a um
edifício do século IV AC que poderá, contudo, ter-se situado no local onde se
situara a sinagoga do tempo de Paulo (At 18:4). O contraste entre o estatuto
social de uma população muito variada era grande, sendo que dois terços da
população eram composta por escravos. Por isso, muitos eram pobres e um pequeno
número era extremamente rico. A cidade
era universalmente conhecida pela sua imoralidade. O termo “rapariga coríntia”
era sinônimo de “prostituta” e “corintianizar” significava levar uma vida
imoral. Nas comédias gregas, “coríntio” era ocasionalmente a designação dada
aos bêbados. De acordo com Estrabão, existiam cerca de mil raparigas escravas
trabalhando como prostitutas no templo, no santuário de Afrodite, localizado no
Acrocorinthus. Uma inscrição mostra que tinham os seus próprios lugares no
teatro. Estas condições lançam alguma luz sobre as referências que Paulo faz à
imoralidade no mundo pagão, nas suas duas cartas aos coríntios (1Co 5:1; 1Co
6:9-20; 1Co 10:8; 2 Co 7:1) e na sua carta aos romanos (Rm 1:18-32), escrita
quando ele esteve em Corínto durante a sua terceira viagem missionária.
Expedições americanas têm levado a cabo escavações intermitentes em Corínto
desde 1896. Praticamente todo o agora foi escavado, assim como seções da
estrada de Lechaeum, do Odeão, do teatro, do templo de Asclepius e de algumas
outras estruturas isoladas. Estas escavações tornaram possível o conhecimento
correto da vida na antiga Corínto. Foi descoberta uma inscrição contendo o nome
de Erasto (provavelmente o homem mencionado em Rm 16:23); também uma do mercado
do peixe (cf. o “açougue” de 1Co 10:25). No agora, foi descoberto o Bema, o
tribunal do procônsul (At 18:12). Foi identificado por uma inscrição descoberta
perto desse local. Paulo esteve em Corínto na sua segunda viagem missionária e
passou dezoito meses na cidade. Durante este tempo, fundou uma igreja (At
18:1-18) que, subseqüentemente, exerceu grande influência. Mais tarde, Apolo
trabalhou em Corínto com um considerável sucesso (At 18:24, 27, 28; At 19:1;
1Co 3:4). Paulo poderá ter visitado a cidade novamente durante a sua estadia de
três anos em Éfeso (2Co 12:14; 2Co 13:1). Passou algum tempo em Corínto,
provavelmente três meses, no fim da sua terceira viagem missionária, por volta
do inverno de 57/58 DC (At 20:2, 3). Na sua carta a Timóteo, Paulo terá querido
dizer que fizera, pelo menos, uma última visita a Corínto depois do seu
primeiro encarceramento em Roma (2Tm 4:20). Duas das mais longas cartas de
Paulo agora existentes foram escritas à igreja de Corínto. Pelo menos uma outra
carta se perdeu (1Co 5:9).
CORNÉLIO
Centurião que fazia serviço em Cesaréia, e um dos mais
antigos convertidos da religião pagã ao Cristianismo (At. 10). Cornélio e Simão
Pedro tiveram visões celestiais que resultaram num encontro entre eles. ‘Vós
bem sabeis’, disse Simão Pedro, ‘que é proibido a um judeu ajuntar-se ou mesmo
aproximar-se a alguém de outra raça - mas Deus me demonstrou que a nenhum homem
considerasse comum ou imundo.’ o apóstolo Pedro anunciou, então, o Evangelho a
Cornélio que recebeu bem as doutrinas de Cristo, manifestando-se o Espírito
Santo sobre aqueles que tinham ouvido a Palavra, isto é, sobre Cornélio, os
seus parentes e os seus amigos (At 10.24,44). A importância dada a este
acontecimento, pois que até a sua narração se acha repetida no cap. 11,
mostra-nos que esse fato constitui uma época distinta na história da igreja.
Embora Cornélio temesse a Deus e fosse muito afeiçoado ao Judaísmo (10.2), era,
contudo, incircunciso (11.3), não sendo, por isso, prosélito. E desta maneira
foi o seu batismo o primeiro passo importante na admissão dos gentios (11.18).
COROZAIM
Cidade da tribo de Manasses. Foi de tal sorte insensível às
maravilhas do Evangelho, que, disse Jesus Cristo, ser digna de um castigo mais
severo do que aquele que experimentaram as cidades de Tiro e de Sidon. (Mt 11,
21; Lc 10, 13). Também chamada Corazim
COXA
Parte superior da perna. Para se fazer um juramento solene,
no tempo dos patriarcas de Israel, havia o costume de colocar a mão debaixo da
coxa do que recebia o juramento, como que a
significar que o que jurava ficaria ligado a ele e à sua descendência. Quando
o juramento era feito por Deus ou a Deus, o costume era levantar a mão para o
céu. Coxa, em hebraico yerik, era um eufemismo para designar as partes
sexuais às quais se atribuía um caráter sagrado quer por causa da circuncisão,
sinal sensível do pacto com Deus, quer porque a vida é dom que só Deus pode
dar. (Gên 24. 2.9; 47, 29).
COZ
1) Foi um sacerdote, chefe da sétima divisão de sacerdotes
(Ed 2:61; Ne 3:4, 21; Ne 7:63). Em (1Cr 24:10), a palavra leva um prefixo,
aparecendo, assim, o nome “Hacoz”. 2) Um descendente de Judá (1Cr 4:8).
CRESCENCIO
Foi um dos Discípulos de São. Paulo, mencionado como indo
para Galada, para pregar o Evangelho. (2 Tim 4, 10).
CRETA
Uma das maiores ilhas do mar
Mediterrâneo, igualmente distante da Europa, Ásia e África, mas sempre
considerada como fazendo parte da Europa. Era habitada por considerável número
de judeus, alguns dos quais estavam em Jerusalém no célebre dia de Pentencoste
(At 2.11) - por esta ilha, do lado sul, passou Paulo na sua viagem para Roma
(At 27.7 a
13,21) - e, provavelmente, foi pelo mesmo Apóstolo visitada depois da sua
primeira prisão em Roma (Tt 1.5) - foi campo dos trabalhos de Tito, que ali
recebeu a epístola de Paulo, na qual são descritos os seus habitantes como
gente sem lei e imoral (Tt 1.10
a 13). o seu próprio poeta Epimênides (600 a .C.) é citado contra
eles (Tt 1.12). Tito foi muito venerado em Creta durante a idade Média. o nome
da ilha é hoje geralmente Cândia.
CRIAÇÃO
Conceito teológico, sustentado por quase todas as religiões e por correntes
filosóficas, segundo o qual o universo teria sido formado a partir da decisão e
da ação de uma divindade. Segundo a teologia cristã, toda a Santíssima Trindade
está envolvida na tarefa criadora do universo. No entanto, a iniciativa da
criação coube a Deus Pai.
CRISTÃO
Esta palavra ocorre somente três vezes no Novo Testamento
(At 11.26 - 26.28 - 1 Pe 4.16) - e todas estas referências sugerem que o nome
era de origem e aplicação pagãs. Eram os cristianos donde se derivou cristão. A
mesma formação se vê na palavra ‘herodianos’, que quer dizer partidários de
Herodes. Nos Atos e Espístolas, todos aqueles que abraçavam as doutrinas de
Jesus Cristo se chamavam a si mesmo discípulos, irmãos, santos, etc. o honroso
título que prevaleceu nas igrejas desde o segundo século, tendo o sentido de
uma particular afeição e devoção para com a santa pessoa de Jesus, parece ter
tido a sua origem numa alcunha pagã. ‘Em Antioquia foram os discípulos pela
primeira vez chamados cristãos’ (At 11.26). Em concordância com este uso
gentílico está o governador romano, Festo, que afasta a idéia de tornar-se
cristão (At 26.28). E S. Pedro diz que ser alguém acusado de cristão nos
tribunais romanos não é motivo para um crente envergonhar-se mas para dar
glória a Deus (1 Pe 4.16). Tácito, escrevendo pelo ano 116 (d. C). acerca da
perseguição movida pelo imperador Nero (64 a 68), diz que tinham sido infligidos
grandes castigos àqueles ‘a quem a populaça chamava cristãos’. o escritor
Claúdio também se refere aos que seguiam um certo Cresto, que era um nome de
uso comum com a significação de amável. Desta particularidade sobre o sentido
da palavra se aproveitaram os apologistas cristãos do segundo século,
acentuando esse caráter de gentileza, de amabilidade, completamente vazio de
ofensa, em resposta a serem acusados de malfeitores os discípulos de Jesus
Cristo.
CRISTO
Tradução grega da palavra hebraica mashiab
como vem expressamente indicado em (Jó l, 41) e que quer dizer ungido: “Achamos
o Messias que quer dizer o Cristo”. A palavra hebraica indicava o rei que
estava para vir, o Messias prometido. “O Cristo” era o título oficial do
Senhor, ao passo que “Jesus” era seu nome próprio. Em português, pode-se usar o
artigo com a palavra, Cristo, considerando-a simples título de Jesus, como
deixar de usá-lo, considerando-a nome próprio de Jesus. Então, o Filho de Deus
se manifestou em carne, e aniquilou o pecado pelo sacrifício de si mesmo na
cruz, pela vontade de seu Pai. Assim como as leis do Antigo Testamento foram
instituídas no tempo de Moisés, um novo testamento foi assim instituído: “Quem
crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” (Marcos
16:16). Segundo os Evangelhos, no terceiro dia após sua morte (que ocorreu numa
Sexta-feira, portanto seria o Domingo), ele ressuscitou, e subiu aos céus
quarenta dias após a sua ressureição. (Atos 1:3). “E, como aos homens está
ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, assim também Cristo,
oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez,
sem pecado, aos que o esperam para salvação.” (Hebreus 9:27-28). O propósito de
sua vinda até hoje ainda não foi entendido por muitos. “Porque, se cremos que
Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os
tornará a trazer com ele.” (I Tessalonicenses 4:14)
CRÔNICAS
Título do primeiro e segundo livro de Crônicas foi dado por
Jerônimo, os dois livros eram, primitivamente, um só livro, que se chamava
‘Palavras dos Dias’, isto é, judeus incluídos nos Quetubins, ou Hagiógrafos.
Segundo a tradição judaica, foi Esdras o autor das Crônicas, devendo
observar-se que a conclusão do segundo livro é igual ao começo do livro de
Esdras - e assim se acham reunidos estes livros, que com o de Neemias formavam
a princípio um todo completo. São também semelhantes estes livros, considerando
seu ponto de vista histórico e o método seguido na escolha de elementos. Não se
pode determinar a data em que foram escritos. Se foi Esdras o seu principal
autor, houve, provavelmente, um acréscimo feito por outro escritor. Que as
‘Crônicas’ são uma compilação de primitivas fontes, que por certo foram obra
dos profetas, evidentemente se deduz dos próprios livros. Estes documentos
parecem algumas vezes ser citados literalmente (2 Cr 8.8). Além disso, muitas
passagens são idênticas, ou quase idênticas, a outras dos livros dos Reis, o
que revela que tanto umas como outras foram tiradas dos mesmos anais, os
documentos a que se faz referência são os seguintes: 1) o livro dos Reis de
Judá e de Israel, (2 Cr 16.11 - 25.26 - 28.26). Que na citação deste livro não
se compreendem os livros canônicos dos Reis é evidente pelas alusões feitas a
acontecimentos, que nestes não se acham registrados. 2) A História de Samuel, o
vidente (1 Cr 29.29). 3) A História de Natã, o profeta (1 Cr 29.29). 4) A
História de Gade, o vidente (1 Cr 29.29). 5) A profecia de Aías, o silonita (2
Cr 9.29). 6) A visão de ido, o vidente (2 Cr 9.29). 7) As Histórias de Semaías,
o profeta, e de ido, o vidente (2 Cr 12.15). 8) A História de Jeú, o filho de
Hanani (2 Cr 20.34). 9) O Comentário ao Livro dos Reis (2 Cr 24.27). 10) os
Atos de Uzias, por isaías o filho de Amóz (2 Cr 26.22). 11) A Visão de Isaías,
o profeta, filho de Amóz (2 Cr 32.32). 12) A História escrita por Hosai (2 Cr
33.19). As matérias dos livros podem ser expostas da seguinte maneira: l. o
primeiro livro das Crônicas acha-se naturalmente dividido em duas partes: i
Parte. Contém as genealogias, com resumidas narrações históricas, mostrando a
descendência do povo de Israel desde Adão até ao tempo de Esdras. As
genealogias desde Adão até Jacó (1.1-2.2). os descendentes de Judá, e suas
residências (2.3 a
55) - a família de Davi (3). outros descendentes de Judá e também de Simeão,
Rúben e Gade, e da meia tribo de Manassés, com a sua colonização - e noticias
históricas (4 e 5). Genealogias dos levitas e sacerdotes (6). os descendentes
de Issacar, Benjamim, Naftali, da outra meia tribo de Manassés, de Efraim e de
Aser, com algumas das suas possessões - e notícias históricas (7). A genealogia
de Benjamim até ao tempo de Saul - os descendentes de Saul (8). Lista das
famílias que habitaram em Jerusalém (9.1 a 34). Linhagem de Saul, repetida (9.34 a 44). II Parte. A
segunda parte trata, principalmente, do reinado de Davi, e compreende: a morte
de Saul e de Jônatas (10) - a subida de Davi ao trono, e a tomada de Jerusalém
- os seus homens valentes (11 e 12) - a mudança da arca para a casa de
obede-Edom (13) - o palácio de Davi, os filhos deste rei e as suas vitórias
(14) - a arca é levada da casa de obede-Edom para Jerusalém, e os necessários
preparativos para o culto divino (15 e 16) - o desejo que Davi tem de edificar
um templo, e a mensagem que Deus lhe manda por meio de Natã (17) - diversas
vitórias alcançadas sobre os filisteus, os moabitas, os edomitas, os sírios, e
os amonitas (18 a
20) - a numeração do povo, a peste que se seguiu a esse fato, e a extinção da
epidemia (21) - os preparativos de Davi para o templo (22) - número de
distribuição dos levitas e sacerdotes (23 e
24) - os cantores e os músicos (25) - funções dos porteiros, guardas do tesouro,
oficiais e juizes (26) - a ordem do exército - os príncipes e os oficiais g7) -
as últimas exortações de Davi - as ofertas dos príncipes e do povo para o
templo - ação de graças e preces de Davi - e o princípio do reinado de Salomão
(28 e 29). O segundo livro das Crônicas pode, também, dividir-se em duas
partes: i Parte. Trata da história do povo de Israel sob o governo de Salomão e
compreende: os sacrifícios de Salomão em Gibeom, a sua oração, e a sua escolha
de sabedoria - suas riquezas e poder (1) - a edificação, aprestos e ornamentos
do templo (2 a
5) - a oração de Salomão na dedicação do templo e a resposta de Deus (6 e 7) -
as edificações de Salomão, os oficiais, e o comércio (8) - a visita da rainha
de Sabá - riquezas e grandezas de Salomão (9). II Parte. Compreende esta parte
a história do reino de Judá, depois da separação das dez tribos - narra,
também, a elevação de Roboão ao trono e a revolta das dez tribos (10) - o
governo de Roboão e êxito - a sua degeneração, e a invasão do rei do Egito (11 e
12) - reinado de Abias e de Asa (13,14,15,16) - o bom reinado de Josafá (17 a 20) - maus reinados de
Jeorão e de Acazias, e a usurpação de Atalia (21 e 22) - reinado de Joás (23 e
24) - de Amazias, de Uzias, de Jotão e de Acaz (25 a 28) - o bom reinado de
Ezequias e as reformas - Jerusalém é ameaçada por Senaqueribe, é libertada por
Deus (29 a
32) - a maldade de Manassés, o seu cativeiro, e o seu arrependimento - e o mau
reinado de Amom (33) - o bom reinado de Josias, e o seu zelo reformador (34 e
35) - reinados de Jeoacaz, de Jeoaquim e de Joaquim, pai e filho, e de
Zedequias - destruição da cidade e do templo - cativeiro do povo (36.1 a 21) - e, finalmente,
a proclamação de Ciro, permitindo a volta dos judeus (36. 22,23).
CRONISTA
O primeiro a ocupar tal cargo foi Jeosafá, na corte de
David (2Sm 8:16) e também na corte de Salomão (1Rs 4:3). O cronista que é
mencionado a seguir é Jó, no reinado de Ezequias (2Rs 18:18,37; Is 36:3,22). No
reinado de Josias, um outro, também chamado Joá, ocupou o mesmo cargo (2Cr
34:8). O “cronista” era o chanceler ou vizir do reino. Ele trazia todos os
assuntos importantes ao conhecimento do rei, “tais como queixas, petições e
desejos dos súbditos ou estrangeiros. Era ele também quem preparava toda a
papelada para orientação do rei, assim como os esboços do testamento real para
os escribas. Todos os tratados eram fiscalizados por ele, devendo ainda manter
em ordem os arquivos ou registos nacionais, aos quais, como historiógrafo real,
tal como os oficiais estatais da Assíra e do Egito, ele acrescentava os anais
correntes do reino.”
CRONOLOGIA
Os hebreus não tinham divisão do tempo em frações da hora.
A noite estava dividida em três vigílias. Mas no N.T. acham-se mencionadas
quatro (Mc 6.48 e 13.35), originando-se a idéia, provavelmente, dos romanos. A
semana era um período de sete dias, que terminava no sábado. os dias da semana,
a não ser sábado, parece não terem tido nome especial. o dia correspondente à
sexta-feira, porém, era designado ‘dia da preparação’, isto é, a preparação
para o sábado. os meses eram rigorosamente lunares, constando de 354 dias o ano
de 12 meses - mas durante o exílio, e depois dele, um mês intercalar foi
acrescentado, o “veadar”, com o fim de completar com os onze dias de excesso o
ano solar de 365 dias. o dia da lua nova era guardado como de festa sagrada. o
primeiro mês é chamado abibe ou nisã, ‘o mês das espigas de trigo’, era o tempo
em que estas estavam tão crescidas que no décimo-sexto dia, o segundo dia da
Festa dos Pães Asmos, podiam ser oferecidas já maduras. isto fixa o princípio
do ano nos meados de março. Acredita-se que o ano patriarcal fosse de 360 dias.
Nas passagens históricas, desde o fato do Êxodo até ao tempo do cativeiro, o
ano é lunar, constando de 354 dias. Era o princípio do ano, o primeiro dia do
sétimo mês, em que havia uma especial santificação acima da santificação da
ordinária lua nova. os antigos hebreus não dividiam o ano em estações certas:
achamos menção do verão e do inverno, e também das estações em relação com a
agricultura, como a da sementeira e a da ceifa. o ano sabático ocorria de sete
em sete anos, como o sábado ocorria de sete em sete dias. Durante esse ano não
se cultivava a terra. Havia, também, remissão temporária ou absoluta das
dívidas. o ano sabático começava no sétimo mês. Passados sete anos sabáticos,
ou o espaço de quarenta e nove anos, guardava-se o qüinquagésimo, que era o ano
do jubileu. o jubileu chamava-se ‘o ano da trombeta’, porque o inicio do ano
era anunciado ao som da trombeta no dia da expiação. Era um ano privilegiado,
visto como nessa ocasião as dívidas eram perdoadas, as terras voltavam aos seus
primitivos possuidores, e os escravos ficavam livres. Cronologia do Antigo
Testamento. Antes do estabelecimento do reino, a cronologia é matéria de debate.
1. Período da História dos Reis. Para este período encontra-se a principal
fonte de informações nas listas que a Escritura apresenta dos reis de israel e
de Judá, estabelecendo-se a comparação com os anais dos impérios confinantes.
As dificuldades do cômputo aparecem primeiramente pelo fato de que as duas
séries de reinados diferem na totalidade dos anos - e, na verdade, os reinados
de Judá, desde a morte de Salomão até à queda de Samaria, abrangem, segundo
parece, o espaço de 259 anos, ao passo que os de israel, durante o mesmo
período, não contam mais do que 241 anos. Diferentes interpretações se têm
adotado para a explicação desta divergência: pensam uns que não foram
registrados os intervalos de anarquia em israel - outros fazem ver que em Judá
houve exemplos da associada soberania, de forma que os mesmos anos foram
contados ao pai e ao filho. A segunda fonte de dificuldades ocasionais está no
ajustamento dos anais das outras nações com a cronologia bíblica. Todavia, a
despeito de aparentes discrepâncias, os resultados notavelmente confirmam e
esclarecem o que se diz na Bíblia. os sincronismos da última parte deste
período com conhecidas datas da história profana já tornam possível a indicação
precisa do ano antes de Jesus Cristo. Dum modo especial deve notar-se aqui que
certas particularidades sobre a maneira de contar são causa de dificuldades
circunstanciais. a) Historiadores judeus, por exemplo, falam de certo reinado
que, compreendendo um ano e parte de dois, é por eles considerado como sendo de
três anos. ora, tanto podem ser dois anos e dez meses como um ano e dois meses.
b) Algumas vezes eles fixam o principal número, omitindo o mais pequeno, como
em Jz 20.35 (Vide *veja 46). c) Como acontecia freqüentes vezes, nas antigas
monarquias, governarem os pais juntamente com os filhos, o tempo do reinado de
cada um inclui, algumas vezes, o reinado do outro, e outras vezes o exclui.
Diz-se, por exemplo, que Jotão reinou dezesseis anos (2 Rs 15.33) - todavia, no
*veja 30 faz-se menção do seu vigésimo ano. Parece que, durante quatro anos,
ele reinou com Uzias, que era leproso. Compare-se 2 Rs 13.1 a 10 e 24.8 com 2 Cr
36.9. De modo semelhante se pode explicar Dn 1.1 e Jr 25.1: Nabucodonosor era
rei juntamente com seu pai quando Jerusalém foi cercada. d) Acontece também,
não poucas vezes, que se adotam diferentes modos de contar com referência aos
mesmos acontecimentos (*veja Gn 15.13 e Gl 3.17). Moisés fala de 400 anos desde
o nascimento de isaque até ao Êxodo, ao passo que S. Paulo menciona 430 desde a
vocação de Abraão até que a Lei foi dada no monte Sinai, fato este que ocorreu
três meses depois do Êxodo. 2. Do Cativeiro ao Advento. o segundo período,
compreendendo o tempo dos últimos profetas e encerramento do Cânon do Antigo
Testamento e o intervalo antes do Advento, está definitivamente determinado
pelos anais das várias nações. Acerca desta parte da cronologia não há,
positivamente, dúvida alguma (*veja israel). Eras cronológicas. Deve-se
acrescentar que, tendo em vista os sincronismos com a história profana no
primeiro e segundo períodos, temos certas eras determinadas nos ‘Cânones’
seguintes: 1) Cânon Assiríaco Epônimo. Quatro anais diferentes foram
descobertos, concordando entre si substancialmente, sendo as faltas de qualquer
deles supridas pelos outros. os anos são contados pelos nomes dos dignitários
anualmente nomeados, desde 893 até 669 antes de Jesus Cristo. A DATA conhecida
de um eclipse total do Sol mencionado nestes anais (15 de junho, 763 a .C.) dá a chave do
resto. 2) Em Babilônica de Nabonassar: 747 a .C. Nabonassar foi um rei de Babilônia, de
quem nada mais se sabe do que o ter início no seu reinado o celebrado Cânon de
Ptolomeu (um astrônomo egípcio do ii século da Era Cristã), o qual se prolonga
desde 747 a .C.
até 137 d.C. 3) As olimpíadas, ou períodos de quatro anos, que eram contados
pelos gregos.
CRUCIFIXÃO
A Crucifixão era uma forma de pena
oriental que foi introduzida no Ocidente pelos persas. Foi pouco usada pelos
gregos, mas muito utilizada pelos cartagineses e romanos.
CRUZ
Instrumento de suplício usado desde a remota antigüidade.
Jesus empregou a palavra em sentido simbólico (Mt 10, 38; 16, 24). Eram de
madeira pesada, mas suportável para ser levada pelo condenado. Usavam-se três
tipos, com a forma de T, de X e de +. Parece ser desse último a que serviu de
suplício a Jesus, considerando-se a inscrição posta por cima de sua cabeça. (Mt
27, 37). Tornou-se o símbolo principal do Cristianismo.
CUSÃ - RISATAIM
Governador de duas presidências. Rei da Mesopotâmea que
oprimiu Israel na geração imediatamente a seguir à de Josué (Jz 3:8).
CUSE
1) Um benjamita com este nome é mencionado no título
do (Salmo 7). “Cuse era provavelmente um seguidor de Saúl, o príncipe da sua
tribo, que procurou a amizade de Davi com o propósito de ‘pagar com o mal
àquele que tinha paz comigo’”. 2) Um dos filhos de Cam, provavelmente o mais
velho e pai de Nimrod (Gn 10:8; 1Cr 1:10). Foi dele que a terra de Cuse tomou o
nome. A questão da localização precisa da terra de Cuse levantou alguma
controvérsia. O segundo rio do Paraíso rodeava toda a terra de Cuse (Gn 2:13).
O termo Cuse é, no Velho Testamento, geralmente aplicado aos países a sul dos
Israelitas. Era o limite a sul do Egito (Ez 29:10, Heb. Cush), com o qual era
geralmente associado (Sl 68:31; Is 18:1; Jr 46:9). Está também associado com Elã (Is 11:11), com a Pérsia (Ez
38:5) e com os sabeus (Is 45:14). A partir destes fatos, inferiu-se que Cuse
incluía a Arábia e o país na costa oeste do Mar Vermelho. Rawlinson ainda vê
Cuse como sendo o Cuzistão, a Este do Baixo Tigre. Mas algumas insinuações
levam à conclusão de que também existe uma terra de Cuse em África: a Etiópia
(assim chamada pelos Gregos) da África. Ezequiel fala dele (Ez 29:10) como o
sendo o sítio ao sul do Egito. É o país que nós conhecemos como Núbia e
Abissínia (Is 18:1; Sf 3:10; Heb. Cuse). Em inscrições egípcias antigas, a
Etiópia é denominada por Kesh. Os cusitas parecem ter-se estendido por uma
grande região, desde o Nilo Superior até ao Eufrates e ao Tigre. Num período
anterior, deu-se um fluxo migratório de cusitas “desde a Etiópia, propriamente
assim chamada, através da África, Babilônia e Pérsia, até à Índia Ocidental”.
As raças canitas, logo que chegaram a África, começaram a espalhar-se até ao
norte, este e oeste. Três dos ramos cusitas ou do tronco etíope dirigiram-se
para a Ásia Ocidental e instalaram-se em regiões contíguas ao Golfo Pérsico. Um
dos ramos, os chamados cosseus, instalou-se no distrito montanhoso a este do
Tigre, conhecido depois por Susiana; o outro ocupou as regiões baixas do
Eufrates e do Tigre; enquanto que o terceiro colonizou as praias e ilhas a sul
do golfo, donde depois emigraram para o Mediterrâneo, instalando-se na costa da
Palestina, com o nome de fenícios. Nimrod foi um grande chefe cusita.
Conquistou os acadianos, uma raça tauraniana já instalada na Mesopotâmea e aí
fundou o seu reino. Os cusitas misturaram-se com os acadianos e assim formaram
a nação caldeia. 3) A terra dos cusitas, geralmente conhecida por Etiópia. Os
assírios referiam-se-lhe como Kûsu e os babilônios como Kûshu. Nas Cartas de
Amarna é chamada Kashi. Incluía a zona a sul do Egito, mais tarde chamada Núbia, agora Sudão, que era
conhecida dos antigos pelo nome de Etiópia e incluía também a área oeste da
Arábia e seções a sul da Arábia (2Rs 19:9; Et 1:1; Ez 29:10, etc.).
CÚSPIO FADO
Governador da Judéia. Libertou-a de
ladrões sabendo que um certo homem chamado Teudas se fazia profeta e levava
consigo o povo, mandou prendê-lo por alguns cavaleiros que espalharam a
multidão. Teudas foi degolado. (FL Jos).
CUZA
Era o procurador de Herodes Antipas,
sendo Joana, sua mulher, uma das crentes que acompanhavam Jesus e os Seus discípulos
(Lc 8.3). Ela foi também das que muito cedo se dirigiram ao sepulcro naquela
manhã da ressurreição (Lc 24.10).
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