Dicionário Bíblico
Letra I
Cidade perto de Hebrom (Js 15:52)
IBAR
Um dos filhos de Davi (1Cr 3:6; 2Sm 5:15).
IBLEÃO
Cidade cananita a sul de Jezreel, no
território de Manassés, que não foi capturada aos cananeus na altura das
conquistas (Js 17:11; Jz 1:27). Foi próximo desta cidade que o rei Acazias, de
Judá, foi mortalmente ferido (2Rs 9:27) e de acordo com algumas versões do (2Rs
15:10), o rei Zacarias, de Israel foi morto nesta cidade. Ibleão foi atribuída
aos levitas, de acordo com (1Cr 6:70).
ICADOBE
Nome que Jacó recebeu depois que lutou com Deus (Gn
32,23-33). O nome passou aos seus descendentes e ao povo eleito.
ICÔNIO
Importante cidade no interior da Ásia Menor que se situa,
como um oásis, na planície da Licaônia.
Capital da Licaônia até ser incorporada na província romana da Galácia em 25 AC . Paulo e Barnabé
pregaram em Icônio durante a sua primeira viagem missionária e aí fundaram uma
igreja mas tiveram que fugir quando começou a perseguição (At 13:51; At
14:1-6). Os judeus desta cidade atiçaram os habitantes de Listra contra os
apóstolos (At 14:19). Contudo, mais tarde, durante a mesma viagem, Paulo voltou
a Icônio (At 14:21), visitando-a novamente durante a sua segunda viagem
missionária (At 16:2) e possivelmente durante a sua terceira viagem missionária
(At 18:23).
IDALA
Cidade fronteiriça de Zebulom (Js 19:15)
IDO
1) Um levita descendente de Gerson (1Cr 6:21). 2) Pai de
Ainadabe, que era um dos fornecedores de Salomão (1Rs 4:14).
IDOLATRIA
Só o Senhor Deus de Israel deve ser cultuado. Todo outro
culto é proibido e constitui idolatria (Ex
20,3-6; Dt 5,7-10). Israel acreditou na existência de outros deuses (Jz 11,23s)
e se deixou seduzir pelo culto a deuses cananeus, assírios e babilônios (Nm
25,3; Jz 2,12; 1Rs 14,22-24; 2Rs 21,2-15). Os deuses e suas imagens (cf. Dt
4,15-24 e nota) são invenção dos homens (Br 6; Rm 1,23) e um grave pecado (Sl
96,5; Sb 13,1-5; Rm 1,23-25; 1Cor 5,10s). Também a cobiça de riquezas é
idolatria (Cl 3,5; Ef 5,5).
IDUMÉIA
O nome usado pelos gregos e pelos romanos para se referirem
a Edom (Mc 3:8). Em algumas versões, o termo aparece várias vezes referindo-se
a Edom, uma área situada entre o Mar Morto e o Golfo de Aqabah. Nos períodos
intertestamentais e do NT, o nome Iduméia designava a área a oeste e a noroeste
da antiga Edom, a sul de Judá. Esta área recebeu, dos edomitas, o nome de
Iduméia porque eles se mudaram para o sul de Judá após a queda de Jerusalém em 586 AC e também depois de
terem sido afastados da sua terra natal pelos árabes nabateus no século IV AC.
Nos tempos macabeus, os edomitas ocuparam importantes cidades hebraicas, tais
como Bete-Zur e Hebrom (I Mac 4:29; I Mac 5:65). O governante macabeu João
Hicarno acabou por subjugá-los e forçou-os a aceitarem a religião judaica.
Sendo judeus prosélitos, eles então tornaram-se tecnicamente judeus, sendo
vistos como fazendo parte da nação judaica. Os Herodes eram de ascendência
Idumaica.
IGAL
1) Filho de Natã, da cidade de Zobá e um dos
guerreiros de Davi (2Sm 23:36). 2) Um dos espias da tribo de Issacar (Nm 13:7).
IGREJA
Pode designar reunião de
pessoas, sem estar necessariamente associada a uma edificação ou a uma doutrina específica. No texto Bíblico,
no “Novo Testamento”, a palavra Igreja aparece por diversas vezes, onde é
utilizada como referência a um agrupamento de cristãos e não a edificações ou
templos, nem mesmo a toda comunidade cristã em alguns momentos. Em (Mateus 18, 15 a 17), encontramos as
seguintes palavras de Jesus: “Ora, se teu irmão pecar, vai, e repreende-o
entre ti e ele só; se te ouvir, terás ganho teu irmão; mas se não te ouvir,
leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas
toda palavra seja confirmada. Se recusar ouvi-los, dize-o à igreja; e, se
também recusar ouvir a igreja, considera-o como gentio e publicano.”, onde
Igreja se refere ao grupo de cristãos ao qual pertençam tais irmãos. Na Sagrada
Escritura encontramos muitas imagens que mostram aspectos complementares do
mistério da Igreja. O Antigo Testamento privilegia imagens ligadas ao povo de
Deus; o Novo Testamento, as ligadas a Cristo como Cabeça desse povo, que é o
seu Corpo, e tiradas da vida pastoral (aprisco, rebanho, ovelhas), agrícola
(campo, oliveira, vinha), de moradia (morada, pedra, templo), familiar (esposa,
mãe, família). A palavra Igreja aparece no Novo Testamento pela 1ª vez
no livro de Mateus (C.16, V.18), onde Jesus Cristo afirma que edificaria sua
Igreja e que as portas do Inferno nunca prevaleceriam sobre ela: “18 Pois
também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha
Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.
IJOM
Cidade no extremo norte de Israel, perto de Dã. Foi
capturada por Benadade, de Damasco, a pedido de Asa, de Judá (1Rs 15:20; 2Cr
16:4) e foi mais tarde tomada por Tiglath-Pileser III, da Assíria, que retirou
de lá toda a sua população (2Rs 15:29). É mencionada em registros egípcios do
Reino Central como ‘Ynw.
ILAI
Um aoíta, entre os chefes guerreiros
de Davi (1Cr 11:29); também conhecido como Zalmom.
ILÍRICO
Uma zona na costa do Mar Adriático, a norte da Macedônia. É
um território montanhoso, sendo habitado nos primeiros tempos por um povo
selvagem, independente e dado à guerra. Só a partir do século III AC se formou
o primeiro reino, unindo sob um único chefe as várias tribos daquela área. Os
romanos lutaram contra este reino por várias vezes e com vários desfechos. Em
229 e 219 AC ,
subjugaram parcialmente o povo desta região; em 168, anexaram o país mas,
durante vários anos, os ilirianos da Dalmácia resistiram com considerável
sucesso, até que Otaviano os derrotou em 33 AC . Uns anos mais tarde, rebentou novamente
uma rebelião e mais tarde ainda eles juntaram-se aos panonianos na grande
revolta de 6-9 DC. Esta rebelião foi abafada por Tibério e a Dalmácia, a
Iapídia e a Libúrnia foram acrescentadas à província do Ilírico. Este era o
estatuto político daquela área durante o ministério de Paulo na Macedônia e na
Acaia. A referência de Paulo ao Ilírico em (Rm 15:19) talvez se refira à
província romana que incluía o Ilírico e a Dalmácia. Contudo, não é claro se o
apóstolo incluiu esta província no seu itinerário, ou se esta marcou
simplesmente o limite do território onde o apóstolo trabalhou.
IMAGEM
Cristo é a imagem visível do Deus invisível (Gn 1,26s; 1Cor
11,7; Sb 7,6; 2Cor 4,1-6; Cl 1,15). O cristão é imagem de Deus (2Cor 3,18; Cl
3,1-11; Rm 8,29; 1Cor 15,49). O homem e a mulher são imagem de Deus (Gn 1,26s;
9,6; 5,1; 1Cor 11,7; Tg 3,9). No A.T. é proibido fabricar imagens de Deus (Dt
4,9-28; 27,1-5; Ex 20,4). Entretanto, Deus manifesta a sua glória, não através
dos bezerros de ouro (Ex 32; 1Rs 12,26-33), nem de outras imagens fabricadas
pelos homens, mas através da criação (Os 8,5s; Sb 13; Rm 1,19-23).
IMER
Local na Babilônia de onde alguns judeus partiram, para
regressaram a Jerusalém com Zorobabel, após o exílio (Ed 2:59; Ne 7:61).
IMITAÇÃO DE CRISTO
O cristão deve assemelhar-se a ele (Mt 10,38; 11,29; 16,24;
Jó 8,12; 12,26; 13,14-16; Fl 2,5; 1Pd 4,1; 1Jó 2,6; 3,16), a exemplo de Paulo
(1Cor 4,16; 10,33; 11,1; Gl 2,19s; Fl 3,10s), na esperança da recompensa (Mt
10,22; Jo 12,26; Rm 8,17; 2Tm 2,11s).
ÍMPIO
1) Adjetivo dado a uma pessoa que não tem fé, incrédula, ateísta, infiel,
cruel; sem dó; impiedoso; sem compaixão.
IMPOSIÇÃO DAS MÃOS
Na Bíblia, a mão significa poder (Ex 14,31; Sl 19,2; 1Rs
18,46; Ez 3,14; 30,21). O gesto de impor as mãos criava uma relação especial
entre o sujeito e o objeto da ação, comunicando-lhe algo da força do agente (Lv
9,22; Lc 24,50). É sinal de consagração (Nm 8,10; Dt 34,9), símbolo de identificação
com a vítima do sacrifício (Lv 1,4; 3,2; 4,4). Servia assim para transmitir a
culpa (Lv 16,21) ou poderes (Nm 27,18-23); era usado para abençoar (Gn
48,14-20), curar doentes (Mt 9,18; Mc 8,23; Lc 4,40; 13,13), abençoar crianças
(Mc 10,16). Como Jesus, os discípulos também impunham as mãos para curar os
doentes (Mc 16,18; At 9,12; 28,8), comunicar o Espírito Santo (At 8,17; 19,6)
ou conferir um ministério ou missão (At 6,6; 13,3; 1Tm 4,14; 2Tm 1,6s).
IMPUREZA
Qualidade do que é impuro; coisa impura; o que perturba a
pureza de qualquer substância; impudicícia. Palavra mencionada em (Levítico
12:2, 5, 15, 19, 20, 25, 26 , 33; Isaías 1:25; Zacarias 13:1, 2 Romanos 6:19).
IMORTALIDADE
Termo
utilizado para designar uma vida ou existência indestrutível, que se auto
sustém. No ponto de vista do antigo testamento, a imortalidade é algo que só
pertenceria a Deus: “aquele que possui, ele só, a imortalidade, e habita em luz
inacessível; a quem nenhum dos homens tem visto nem pode ver; ao qual seja
honra e poder sempiterno. Amém.” (II Tm 6:16)
INCENSO
A
expressão incenso designa em geral uma substância resinosa aromática, empregada
desde a antiguidade queimado como perfume para aromatizar ambientes, afastar
insetos e em rituais religiosos. Entre os diversos tipos, destaca-se o incenso
de olíbano, considerado da mais alta qualidade e produzido com a resina de
olíbano, espécie de árvore cultivada no sul da península Arábica e na Somália,
na África.
ÍNDIA
A Índia é mencionada na Bíblia somente em (Et 1:1 Et 8:9) e
aqui como parte do Império Persa nos tempos de Assuero, ou Xerxes. Dario I, o
pai de Xerxes, conquistara a zona do Indo Inferior, incorporando-a no seu
império. Conseqüentemente é encontrada nas várias listas de Dario e Xerxes,
onde é considerada como uma das cidades do Império Persa.
INLÁ
Pai de Miqueias, o profeta (2Cr 18:7,8).
INFERNO
O termo latino significa “lugar
inferior”, “abismo”. No AT conhece-se o lugar dos mortos (xeol), uma gruta
subterrânea. Para lá vão todos os mortos, bons e maus (Gn 37,25; Dt 32,22; 1Rs
2,6; Jó 10,21s; Sl 9,18; 31,18; Is 38, 10.18). Com o progresso da Revelação
foi-se esclarecendo o destino dos bons e dos maus: os justos ressuscitarão para
a vida (Dn 12,2; 2Mc 7,9-23; Sb 5,15s; 6,18); os ímpios sofrerão castigo (Is
50,11; 66,24; Sb 4,19) e ressuscitarão para o opróbrio (Dn 12,2; Is 50,11; Jt
16,17). Na Bíblia aparece também a imagem da Geena, vale de Jerusalém, lugar de
culto idolátrico, lixeira da cidade, espécie de boca-do-lixo (Jr 7,30-32; 19,6;
Is 30,33; Mc 9,43). O termo xeol é traduzido na versão grega dos Setenta por
Hades (Lc 16,23s; Ap 20,13s). O Apocalipse fala-nos no “lago de fogo”, que é a
segunda morte, no qual a morte e o hades serão lançados (20,6.14; 21,8). A
descida de Cristo aos infernos significa a dimensão cósmica do mistério pascal.
O mundo era então imaginado como uma casa com três compartimentos: gruta
subterrânea - morada dos mortos: rés-do-chão - morada dos homens; primeiro
andar - palácio de Deus. Pela sua sepultura, ressurreição e ascensão Cristo penetrou
em cada um destes três lugares (1Pd 3,18-20; Ef 4,8-10; At 2,24-31; Rm 10,6s;
1Pd 4,5s). Esta “descida” é sinal do triunfo de Cristo sobre a morte (Ap 1,18;
20,1). Na mentalidade bíblica, as “águas inferiores” (infernais) combateram
contra Deus na criação (Jó 26,5-14; Mt 16,18). Por isso, o cristão, ao ser
submergido nas águas batismais, ritualiza a sepultura de Cristo, descendo com
ele aos infernos (Rm 6,3s; Cl 2,12).
INIMIGOS
Devemos amá-los (Mt 5,23-48; Lc 6,35; Rm 12,14-21). Cristo
e Estêvão perdoaram a quem os matava (Lc 23,34; At 7,60).
I.N.R.I.
São as iniciais das palavras Jesus Nazarenas Rex
Indaeonim, Jesus Nazareno Rei dos Judeus, que constituíam a parte latina do
título, a inscrição com a causa da sentença de morte, que pregaram na
cruz por sobre a cabeça de Jesus. Diz-nos S. João que “foi escrita em hebreu,
grego e latim”. (Jó 19, 20).
INSPIRAÇÃO
Esta palavra deriva-se de in spiro, ‘soprar para dentro,
insuflar’, aplicando-se na Escritura não só a Deus, como Autor da inteligência
do homem (Jó 32.8), mas também à própria Escritura, como ‘inspirada por Deus’
(2 Tm 3.16). Nesta última passagem claramente se acha designada uma certa ação
de Deus, com o fim de transmitir ao homem os Seus pensamentos. Ainda que se
fale primeiramente de inspiração no A.T., pode o termo retamente aplicar-se ao
N.T., como sendo este livro considerado também como Escritura. A palavra,
significando ‘sopro de Deus’, indica aquela primária e fundamental qualidade
que dá à Escritura o seu caráter de autoridade sobre a vida espiritual, e torna
as suas lições proveitosas nos vários aspectos da necessidade humana. O que é a
inspiração, pode melhor inferir-se da própria reivindicação da Escritura. Os
profetas do A.T. afirmam falar segundo a mensagem que Deus lhes deu. O N.T. requer
para o A.T. esta qualidade de autoridade divina. De harmonia com isto, fala-se
em toda parte da Escritura, como sendo a ‘Palavra de Deus’. Tais designações
como ‘as Escrituras’ e ‘os oráculos de Deus’ (Rm 3.2), havendo também frases
como esta - ‘está escrito’ -, claramente mostram a sua proveniência divina.
Além disso, são atribuídas as palavras da Escritura a Deus como seu Autor (Mt
1.22 - At 13.34), ou ao Espírito Santo (At 1.16 - Hb 3.7) - e a respeito dos
escritores se diz que eles falavam pelo Espírito Santo (Mt 2.15). E deste modo
as próprias palavras da Escritura são consideradas de autoridade divina (Jo
10.34, 35 - Gl 3.16), e as suas doutrinas são designadas para a direção
espiritual e temporal da Humanidade em todos os tempos (Rm 15.4 - 2 Tm 3.16). o
apóstolo Paulo reclama para as suas palavras uma autoridade igual à do A.T.,
como vindas de Deus - e semelhantemente o autor do Apocalipse muito claramente
coloca a sua mensagem ao nível das mais antigas Escrituras. A garantia de ter
esta doutrina da Sagrada Escritura autoridade divina está no ensinamento a
respeito do Espírito Santo, que foi prometido aos discípulos de Cristo como seu
Mestre e Guia (Jo 14.26 - 16.13).
INTERCESSÃO
`Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de
súplicas, orações, intercessões, ações de graça, em favor de todos os homens´
(1 Tm 2.1). Paulo nos declara que a primeira prioridade de uma assembléia
cristã é a oração. Ele menciona diversas formas de oração, uma das quais é a
intercessão. Interceder significa literalmente “interpor-se, colocar-se entre”.
O intercessor é aquele que se coloca entre Deus e os que merecem sua justa ira
e castigo. O intercessor levanta suas mãos a Deus e diz: `Deus, estas pessoas
merecem seu juízo; tu tens todos direito de feri-las; mas se a ferires, terás
de ferir a mim primeiro, pois coloquei-me entre ti e eles´. No Velho Testamento
encontramos diversos relatos de cidades e nações que foram poupadas do juízo
divino através do ministério de um intercessor. Intercessão era uma das grandes
marcas do ministério de Jesus. O capítulo 53 de Isaías descreve sua obra
expiatória e conclui com este versículo: `Por isso eu lhe darei muitos como a
sua parte e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua
alma na morte; foi contado com os transgressores, contudo levou sobre si o
pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu.´ Há quatro fatos
registrados neste versículo a respeito de Jesus. Primeiro, ele derramou a sua
alma na morte. Levítico 17.11 diz que a alma de toda carne esta no sangue,
portanto Jesus derramou sua alma na morte quando derramou seu sangue.
INVEJA
É vício detestável, que torna a
pessoa incapaz de se alegrar com um bem que é do outro (Ecl 4,4; Sb 2,24s; Mt
20,9-15; Gl 5,26; Fl 1,15; 1Pd 2,1; At 5,17; Tg 4,1s). Dá origem a
contradições, ultrajes e perseguições (At 13,45-50; 17,5); tem como
conseqüência a violência (Gn 4,4; 27,41; 37,3-5; Pr 14,30; Mt 27,18; Tg 3,14s).
IRA
1) Um sacerdote e oficial-mor jairita (2Sm 20:26) ou
conselheiro confidencial (compare com 2Sm 8:18; 1Cr 18:17). 2) Príncipe de uma
tribo edomita, no Monte Seir (Gn 36:43). 3) Um itrita também pertencente ao
grupo dos heróis de Davi (2Sm 23:28). 4) Um tecoíta de entre os trinta valentes
de Davi (2Sm 23:26). 5) A ira do homem pode ser justa e sã (2Sm 12,5; Ex 16,20;
32,19-22; Nm 31,14; Lv 10,16; Mc 3,5; At 17,16). Normalmente é má (Pr 14,17;
29,22; 15,18; Jó 18,4; Mt 5,22; Cl 3,8; Ef 4,31; Rm 12,19; Ap 11,18). A ira de
Deus é descrita no AT como ardor, fogo, tempestade (Sl 2,12; 83,16; Is 13,13;
30,27s; Jr 15,14; 30,23). Fala-se do cálice da ira divina (Is 51,17; Ap 14,10),
que Cristo teve de beber. O dia do Senhor, anunciado para os tempos
messiânicos, será um dia de ira (Am 5,18-20; Sf 1,14-18; Ml 3,2s; Rm 2,5).
Paulo vê a imoralidade dos pagãos como um efeito da ira de Deus (Rm 1,24-28);
esta desencadeia-se também sobre Israel (Rm 11,25-32); “todos são por natureza
filhos da ira” (Ef 2,3; Rm 3,25s).
IRADE
Um dos patriarcas antediluvianos. Pai de Meujael (Gn 4:18)
e neto de Caim.
IRMÃOS DE JESUS
Passagens (Mt 12,47; 13,55; Mc 3,31;
6,3; Lc 8,19; Jo 2,12). São parentes próximos (Gn 11,31; 13,8; 14,14; 16,12;
24,27; 31,23; Rm 9,3; Hb 7,5). Ver as notas em Gn 29,4.12 e Mt 12,46-50.
IR-NAÁS
Um descendente de Judá (1Cr 4:12), mas geralmente considerado
como sendo o nome de um local, por causa do seu significado.
IRPEEL
Uma cidade no território de Benjamim (Js 18:27)
ISMAELITAS
Tribo de beduínos, descendentes de
Ismael, filho de Abraão, e de sua concubina Agar (Gn 16,15s).
IRSEMES
Uma cidade em Dã (Js 19:41), geralmente denominada por
Bete-Semes.
ISABEL
Mãe de João Batista (Lc 1:5). Ela era descendente de Aarão.
Tanto ela como o seu marido Zacarias “eram justos perante Deus” (Lc 1:5,6,13).
A visita que Maria fez a Isabel está registrada em (Luc 1:39-63).
ISAQUE
Era filho de Abraão e Sara. Foi-lhe dado este nome por sua
mãe, porque, quando um anjo lhe anunciou que havia de ter um filho, embora já
tivesse passado a idade de ter filhos, ela riu-se consigo (Gn 18.10 a 12). Quando nasceu
o menino, disse ela: ‘Deus me deu motivo de
riso’ (Gn 21.6), o nascimento de Isaque foi assunto de várias profecias e
promessas. Esse fato foi por Deus adiado até serem já velhos Abraão e Sara, a
fim de ser pelo Senhor experimentada a fé dos Seus servos, e tornar evidente
que a criança era um dom de Deus, um filho da promessa (Gn 17.19). Nasceu
Isaque em Gerar, sendo já seu pai da idade de cem anos. Quando foi desmamado,
zombou dele o seu irmão Ismael, filho de Hagar (Gn 21.9) - e mais tarde esteve
a ponto de ser sacrificado pelo seu pai, havendo então a intervenção de Deus
(Gn 22.6 a
19). Casou, quando tinha quarenta anos, e teve dois filhos, Jacó e Esaú, de sua
mulher Rebeca, que era também sua prima. Estava já na sua meia idade quando a
fome o levou a Gerar, onde Deus lhe apareceu, proibindo-lhe que fosse ao Egito.
Foi, também, naquela povoação que ele repetiu o erro de Abraão, sujeitando-se à
censura de Abimeleque por ter declarado falsamente que Rebeca era sua irmã (Gn
26.7). Vindo a ser um homem rico apesar da oposição dos filisteus, ele edificou
em Berseba um altar ao Senhor. Quando o seu filho Jacó obteve de modo enganador
a sua bênção, Isaque o mandou para Padã-Arã (Gn 28.5), de onde, passados anos,
ele voltou em prosperidade e com numerosa família. Viveu até a idade de 180
anos, e foi sepultado em Macpela pelos seus filhos, na mesma sepultura em que
ele e seu irmão Ismael tinham colocado muitos anos antes o corpo de Abraão.
ISAÍAS
1) Filho de Amós (Is 1:1; Is 2:1) que,
aparentemente, era um homem de posição humilde. A sua mulher era chamada “a
profetiza” (Is 8:3), quer porque lhe tivesse sido concedido o dom profético,
tal como Débora (Jz 4:4) e Hulda (2Rs 22:14-20), ou simplesmente porque era
mulher “do profeta” (Is 38:1). Teve dois filhos que tinham nomes simbólicos.
Exerceu as suas funções durante o reinado de Uzias (ou Azarias), Jotão, Acaz e
Ezequias (Is 1:1). Uzias reinou durante 52 anos (810-759 a .C.) e Isaías deve ter
começado a sua carreira alguns anos antes da morte deste rei, provavelmente em 762 a .C. Viveu até ao 14º ano
de Ezequias e talvez tenha sobrevivido a esse monarca (que morreu em 698 a .C.), podendo ainda ter
sido contemporâneo de Manassés durante alguns anos. Assim, Isaías poderá ter
profetizado durante um longo período de, pelo menos, 64 anos. O seu primeiro
chamado profético não está registrado. O seu segundo chamado veio “no ano em
que o rei Uzias morreu” (Is 6:1). Ele exerceu o seu ministério num espírito de
firmeza e intrepidez intransigente, relativamente a todos quantos se dedicavam
aos interesses religiosos. Não dissimula nada e nada retém por medo dos homens.
É também notado pela sua espiritualidade e pela sua reverência para com “o
Santo de Israel”. Na sua juventude, Isaías deve ter-se sentido tocada pela
invasão que o monarca assírio Pul levou a cabo contra Israel (2Rs 15:19); e
novamente, vinte anos mais tarde, quando já tinha iniciado o seu ministério,
pela invasão de Tiglath-Pileser III e por todas as conquistas que este
conseguiu. Acaz, o rei de Judá, neste momento de crise, recusou-se a cooperar
com os reis de Israel e da Síria, opondo-se aos assírios e foi, por isso,
atacado e derrotado por Rezim, de Damasco e por Peca, de Samaria (2Rs 16:5; 2Cr
28:5,6). Acaz, desta feita mais humilde, colocou-se ao lado da Assíria e
procurou ajuda junto de Tiglath-Pileser III contra Israel e contra a Síria.
Como conseqüência, Rezim e Peca foram conquistados e muitos de entre o povo
levados cativos para a Assíria (2Rs 15:29; 2Rs 16:9; 1Cr 5:26). Pouco tempo
depois disto, Salmaneser decidiu subjugar o reino de Israel. Samaria foi tomada
e destruída (722 a .C.).
Enquanto Acaz reinou, o reino de Judá não foi molestado pelo poder assírio;
mas, ao ascender ao trono, Ezequias (726 a .C.) “rebelou-se contra o rei da Assíria”
(2Rs 18:7), tendo sido encorajado por Isaías, que exortou o povo a depender de
Deus (Is 10:24; Is 37:6). Mas Ezequias fez uma aliança com o rei do Egito (Is
30:2-4). Isto fez com que o rei da Assíria ameaçasse o rei de Judá e mais tarde
invadisse o país. Senaqueribe (701
a .C.) conduziu o poderoso exército contra a Palestina.
Ezequias ficou desesperado e submeteu-se aos assírios (2Rs 18:14-16). Mas após
um breve intervalo, rebentou novamente a guerra e novamente Senaqueribe
conduziu o seu exército contra a Palestina, uma parte do qual ameaçou Jerusalém
(Is 36:2-22; Is 37:8). Isaías, nessa ocasião, encorajou Ezequias a resistir aos
assírios (Is 37:1-7), após o que Senaqueribe enviou uma carta ameaçadora ao rei
de Judá, a qual ele levou perante o Senhor (Is 37:14). O julgamento de Deus
caiu agora sobre os assírios. “Tal como Xerxes na Grécia, Senaqueribe nunca
recuperou do choque do desastre em
Judá. Não fez mais expedições quer contra o sul da Palestina,
quer contra o Egito”. Ezequias reinou em paz pelo resto dos seus dias (2Cr
32:23,27-29). Isaías viveu provavelmente durante todo o seu reinado e
possivelmente também durante o reinado de Manassés mas o momento e o modo como
ele morreu são desconhecidos. A tradição diz que ele foi martirizado no tempo
de Manassés. 2) Um levita (1Cr 26:25). 3) Um dos chefes dos cantores no tempo
de Davi (1Cr 25:3,15).
ISAÍAS, LIVRO DE
Os assuntos do livro podem ser divididos em sete seções,
como se segue: (1) Caps. 1 a
6. Discursos de caráter geral, principalmente nos tempos de prosperidade e de
corrupção, nos reinados de Uzias e Jotão, publicando os pecados do povo e
fazendo ver, também, que com o arrependimento viria a misericórdia do Senhor, o
cap. 6 relata a chamada do Profeta, como uma justificação para as suas ameaças
e promessas. g) Caps. 7 a
12, o Livro de Emanuel. Profecias em conexão com a invasão de Judá pelas
combinadas forças de Israel e da Síria, referindo-se, também, às invasões dos
assírios - e compreende os avisos a Acaz contra o seu desejo de procurar obter
a aliança com aquele povo - e são depois anunciadas as incursões dos assírios,
e a destruição dos seus exércitos, com promessas de uma salvação mais
grandiosa. (3) Caps. 13 a
23, o Livro dos Pesos. Calamidades anunciadas contra várias nações, que eram
hostis ao Senhor e a seu povo. E nesses inimigos estava incluída a própria
cidade de Jerusalém e um alto oficial do palácio do rei (2.2), porque estavam
infeccionados dos pecados dos pagãos. (4) Caps. 24 a 27. O Apocalipse de
Isaías. Uma vista geral de todas estas operações divinas acerca do julgamento e
da misericórdia, mostrando os seus fins e resultados. (5) Caps. 28 a 35. Estes capítulos
compreendem certas profecias, principalmente as do tempo de Ezequias,
denunciando os pecados de Israel e de Judá, mas com promessas de compaixão, e
de cair o peso das calamidades sobre os seus opressores.(6) Caps. 36 a 39. Há nestes uma
narrativa da invasão de Senaqueribe e da sua derrota, ilustrando esse
acontecimento as precedentes profecias - e ainda outra narrativa sobre a
vaidade de Ezequias, e a conseqüente ameaça de castigo, não faltando em seguida
as consoladoras promessas. (7) Caps. 40 a 66. A Grande Profecia da Restauração de Israel.
Uma prolongada revelação dos desígnios de Deus quanto à sua misericórdia para
com o povo de Israel, tendo especialmente em vista o fim do cativeiro da
Babilônia. Trata-se, na maior parte, de uma profecia continua - mas pode ser
dividida em três seções: (a) os capítulos 40 a 50 contêm uma defesa da Divindade do
Senhor, que há de manifestar-se grandemente como Salvador do Seu povo. (b) os
capítulos 51 a
56.8 anunciam e descrevem esta manifestação por meio do Messias, e o resultado
maravilhoso da Sua obra. (c) os capítulos 56.9 a 66 expõem mais
largamente estes resultados na superioridade da igreja de Cristo sobre o antigo
Israel nacional, relativamente ao caráter, privilégios e destinos daquela.
Citações no N.T.: São numerosas as citações que se fazem do livro de Isaías no
N.T., mais especialmente do cap. 53, que trata dos sofrimentos do Servo do
Senhor: ele salva do pecado e da aflição. Este capitulo acha-se quase todo
reproduzido no N.T., sempre aplicado a Jesus Cristo. ( Mt 8.17 - 1 Pe 2.24, 25
- e 8 com At 8.32, 33 - 1 Pe 2.22 - Mc 15.28 e Lc 22.37, e Hb 9.28)
ISBI-BENOBE
Um dos de Refaim, cuja lança pesava trezentos ciclos de cobre.
Foi morto por Abisai (2Sm 21:16,17).
ISBOSETE
Dos quatro filhos de Saúl, era o mais novo e o único que
lhe sobreviveu (2Sm 2-4). O seu nome era, originalmente, Es-Baal (1Cr 8:33; 1Cr
9:39). Tinha cerca de quarenta anos quando o seu pai e os seus três irmãos
morreram na batalha de Gilboa. Através da influência de Abner, primo de Saúl,
ele foi reconhecido como sucessor ao trono de Saúl e reinou sobre todo o
Israel, com excepção da tribo de Judá (sobre quem Davi reinava), durante dois
anos, tendo como capital a cidade de Maanaim, a este do Jordão (2Sm 2:9). Após
um reinado incerto e perturbado, ele foi morto por um guarda, que o esfaqueou
enquanto ele dormia na sua recâmara, ao meio dia (2Sm 4:5-7); e tendo-lhe
cortado a cabeça, apresentaram-na a Davi, que os repreendeu firmemente por
causa daquele assassinato a sangue frio, tendo ordenado que fossem
imediatamente executados (2Sm 4:9-12).
ISCA
Filha de Arã, irmã de Milca e de Ló (Gn 11:29,31).
ISMAEL
1) Filho de Obadias e príncipe de Zebulom no reinado
de Davi e de Salomão (1Cr 27:19). 2) Filho de Netanias, “da semente real” (Jr
40:8,15). Conspirou contra Gedalias e, traiçoeiramente, matou-o a ele e a
outros. Levou muitos cativos e “partiu para se juntar aos amonitas”. 3) Filho
mais velho de Abraão e de Agar, a concubina (Gn 16:15; Gn 17:23). Nasceu em
Manre, quando Abraão tinha 86 anos, onze anos depois de ter chegado a Canaã (Gn
16:3; Gn 21:5). Com a idade de treze anos foi circuncidado (Gn 17:25). Cresceu
como um verdadeiro filho do deserto, desobediente e selvagem. Na altura em que Isaque foi
desmamado, o seu espírito rude e desobediente brotou em expressões insultuosas
e de zombaria (Gn 21:9,10); e Sara, ao ver aquilo, disse a Abraão: “Expulsa
esta escrava e o seu filho”. Influenciado por uma admoestação divina, Abraão
despediu Agar e o seu filho, tendo-lhes dado apenas um pote de água e algum
pão. A narrativa que descreve este incidente é um dos eventos mais tocantes e
bonitos da vida patriarcal (Gn 21:14-16). Ismael estabeleceu-se em Parã, uma
região situada entre Canaã e o monte Sinai; e “Deus estava com ele e tornou-se
num grande arqueiro” (Gn 21:9-21). Tornou-se num grande chefe do deserto mas da
sua história, pouco está registrado. Tinha cerca de noventa anos quando o seu
pai morreu e durante o seu enterro faz uma breve aparição. Nessa ocasião, os
dois irmãos encontram-se após uma longa separação. Da sua vida posterior pouco é conhecido. Morreu com 137 anos mas não se
sabe como nem onde (Gn 25:17). Teve doze filhos, que foram os fundadores de
muitas tribos e colônias árabes - os ismaelitas - e que se espalharam pelo
deserto da Arábia do Norte, desde o Mar Vermelho até ao Eufrates (Gn
37:25,27,28; Gn 39:1).
ISRAEL
1) Nome que Jacó recebeu depois que lutou com Deus
(cf. Gn 32,23-33 e nota). O nome passou aos seus descendentes e ao povo
eleito. 2) O nome aparece pela
primeira vez em textos cuneiformes de Ebla no período pré-patriarcal. Mais
tarde, aparece como Ysr’l na Pedra Moabita e em ugarítico como Ysr’il. Pode-se
encontrar o nome de Israel (Isr’r) na coluna israelita de Merneptah, sendo que
o segundo r representa o l hebraico, para o qual a ortografia egípcia não tem
qualquer caráter; Gr. Israel. As dez tribos do norte que se separaram, numa
altura em que a monarquia ainda unia todo o país em 931 AC e opondo-se ao reino
do sul - Judá (1Rs 12:1,16,19). A posição dominante de Judá entre as doze
tribos predispôs as outras contra a casa reinante de Davi e Salomão. Os
impostos opressivos cobrados por Salomão com o fim de manter a sua luxuriosa
corte e destinados à construção de edifícios magníficos e outras obras
públicas, assim como a influência mundial do seu exemplo pessoal contribuíram
para fazer diminuir ainda mais os laços que uniam todo o reino. A política
austera de Roboão, filho e sucessor de Salomão, levou as dez tribos à separação
em 931 a .C,
fazendo de Jeroboão rei (1Rs 12:1-24). A fim de consolidar o seu domínio,
Jeroboão estabeleceu uma nova religião na qual ele misturou a adoração a Jeová
e a adoração ao bezerro do Egito, para fazer com que as pessoas se esquecessem
de Jerusalém, do templo e da casa de Davi (1Rs 25 a 33). Tal como um vírus, a
influência desta religião infectou o novo reino e fez com que o povo virasse
costas ao verdadeiro Deus. Mais tarde, sob o domínio de Acabe, o culto a Baal
passou a ser promovido (1Rs 16:30-32). Apesar dos esforços zelosos dos
profetas, tais como Elias, Eliseu, Jonas, Amós e Oséias, o reino do norte nunca
passou por uma experiência de reforma genuína, como aconteceu com Judá durante
o reinado de Josafat no século IX a.C., de Ezequias no século VIII AC e de
Josias no século VII AC. Toda a história israelita até à sua ruptura em 723/22
a.C. foi uma constante apostasia e corrupção. Em contraste com a única dinastia
de Judá, com os seus vinte reis - refletindo a estabilidade que sempre
caracterizou o reino do sul - as condições religiosas, políticas e sociais
deteriorantes que prevaleceram em Israel fizeram surgir várias dinastias e
vinte reis subiram ao trono num período de tempo com uma duração menor em cerca
de 2/3 (as datas aqui fornecidas são aproximadas). Durante o seu reinado de 22
anos, Jeroboão I (931-910 a .C.)
viu-se envolvido em várias guerras com Roboão de Judá e sofreu uma invasão
egípcia que o prejudicou bastante. A sua dinastia terminou com a morte do seu
filho Nadabe (910-909 a .C.),
perpetrada por Baasa (909-886
a .C.), cujo reino foi marcado pelas guerras contra Judá
e a Síria. Com a morte do filho de Baasa - Elá (886-885 AC ) - levada a cabo por
um dos seus capitães, Zinri (que reinou durante sete dias em 885 a .C.), terminou a segunda
dinastia de Israel. Um golpe militar levado a cabo por Onri (885-874 a .C.), que se encontrava
em campanha na terra dos filisteus, pôs fim ao breve reinado de Zinri. Tibni,
um rival de Onri na subida ao trono, não demorou a ser eliminado e Onri fundou
uma dinastia que sobreviveu durante 44 anos. Ao escolher o facilmente
fortificável monte de Samaria, Onri deu a Israel uma capital impugnável. Por
isso, quando foi cercada anos mais tarde, só capitulou quando a água e a comida
acabaram. Onri estabeleceu cordiais relações comerciais e políticas com a
Fenícia e combinou casar o seu filho Acabe com Jezabel, filha do rei de Tiro.
De acordo com a Pedra Moabita, erigida pelo rei Messa, dos Estados Moabitas,
Onri subjugou Moabe e transformou este país num tributário seu. Com a ascensão
de Acabe (874-853 a .C.)
ao trono, Israel deu um passo importante em direção à apostasia ainda mais
profunda, em grande parte por causa da sua fraqueza de caráter e da política
agressiva da sua esposa fenícia - Jezabel. Ela mostrou-se determinada em
erradicar do país a adoração a Deus e em fazer da adoração a Baal a religião
nacional de Israel. Neste momento de crise espiritual, os profetas Elias e
Eliseu defenderam ousadamente a fé dos seus pais. O reinado de Acabe
experimentou um certo grau de prosperidade material e sucessos militares.
Coligado com Benadade, de Damasco e também com outros reis, ele refreou
temporariamente o avanço ocidental dos assírios na famosa batalha de Qarqar em
853, mas perdeu a sua vida pouco depois, numa tentativa fútil de tomar
Ramote-Gileade (1Rs 22). Acazias, o filho de Acabe (853-852 a .C.), sucedeu-lhe no
trono, tendo depois o seu irmão Jorão ocupado o lugar vago (852-841 a .C.). Este último tentou
perpetuar a hegemonia israelita sobre Moabe (2Rs 3:4-27) e envolveu-se, ele
próprio, numa série de batalhas não muito bem sucedidas contra os sírios (2Rs 6
e 7). Enquanto recuperava, em Jezreel, das feridas que lhe tinham sido
infligidas nestas batalhas, foi assassinado pelo capitão do seu exército - Jeú
-, que arrasou completamente a casa de Onri, incluindo Jezabel, nomeando-se rei
(2Rs 8:28, 29; 2Rs 9:24 a 10:17). A dinastia fundada por Jeú (841 - 814 AC ) durou noventa anos,
ou quase metade de todo o período da história de Israel enquanto reino
separado. Jeú erradicou do país a adoração a Baal mas as suas reformas não
tocaram na adoração do bezerro, estabelecido por Jeroboão. Jeú tornou-se
voluntariamente num vassalo da Assíria, pagando tributo a Salmanezer III,
provavelmente em troca de assistência contra Hazael, da Síria. Durante o
reinado de Joacaz (814- 798
AC ), filho e sucessor de Jeú, Israel esteve quase
constantemente em guerra contra a Síria levando o reino a um estado de
impotência. Ao suceder ao seu pai Joacaz, Joás (798-782 AC ) recuperou toda a
área que ele perdera para os sírios. Joás viu-se também forçado a entrar em
guerra contra Judá, tendo capturado o seu rei. Entrou em Jerusalém e levou
consigo para Samaria uma grande quantidade de tesouros e exilados (2Rs 14:8-14).
Aparentemente para promover a continuidade do seu reino, associou-se ao seu
filho no trono durante doze anos (793-782 AC ). Depois da morte de Joás, Jeroboão II
gozou de um longo e próspero reinado de quase trinta anos (782-753 AC ), durante o qual
recuperou, com excepção do território de Judá, praticamente todo o território
que Israel perdera desde a era dourada de Davi e Salomão (2Rs 14:23-27). Um
período de fraqueza política por que passaram as nações vizinhas de Israel,
nessa altura, não permitiu que elas tomassem qualquer tipo de medida de
contra-ataque. Tal como o livro de Oséias mostra, a enganosa prosperidade
material e política que marcou o reinado de Jeroboão II foi acompanhada por uma
grande corrupção moral e social. O seu filho Zacarias reinou somente durante
seis meses (753-752 AC ),
antes de ser assassinado por Salum (2Rs 15:8-12). Seguiu-se à morte de Zacarias
um período de trinta anos de anarquia política e caos social. Após a queda da
dinastia fundada por Jeú, surgiram cinco reis
em rápida sucessão. Salum (752
AC ), o assassino de Zacarias, foi, por seu turno,
assassinado por Menaem após um breve reinado de apenas um mês. Menaem (752-742 AC ) suprimiu cruelmente
toda a oposição ao seu governo e aumentou excessivamente os impostos, a fim de
poder livrar-se de Tiglath-Pileser III da Assíria, utilizando esse dinheiro
(2Rs 15:19, 20). Quase no fim do reinado de Menaem, Israel perdeu mais uma vez
o território recuperado por Jeroboão II. Pecaías, o filho de Menaem, ocupou o
trono durante dois anos (742-740
AC ), tendo sido assassinado por Peca (740-732 AC ) que, ou reclamara já
o trono durante os doze anos precedentes, ou fora um rei rival desde a morte de
Zacarias ou de Salum em 752. Peca estabeleceu uma aliança com a Síria para uma
campanha conjunta contra Jerusalém, que não foi bem sucedida. Esta campanha
destinava-se provavelmente a fazer com que Acaz se juntasse a eles contra a
Assíria (2Rs 15:37; 2Rs 16:5-9). Por sua vez, Acaz procurou e conseguiu ajuda
de Tiglath-Pileser. Peca perdeu para a Assíria os seus territórios a norte e a
este (2Rs 15:29). O seu reinado inglório terminou com o seu assassinato,
perpetrado por Oséias (732-722
AC ), que lhe sucedeu como vigésimo e último rei de
Israel. Uma aliança desesperada com o rei egípcio de Sais não impediu a
dissolução do seu reino e a captura da sua capital, Samaria, levada a cabo por
Salmanezer V, ou Sargon II (723/22 AC). Assim, o reino de Israel teve um
trágico fim, sendo testemunha do destino de uma nação que se recusou a andar
nos caminhos de Deus.
ISRAELITAS
Descendentes de Israel.
ISRAITA
Designação de um dos oficiais de Davi
(1Cr 27:8).
ISSACAR
“E chamou o seu nome Issacar” Gn 30:18. Era o nono filho de
Jacó e nasceu em Padã-Arã (compare com Gn 28:2). Teve quatro filhos enquanto se
dirigia ao Egito (Gn 46:13; Nm 26:23,25).
ITAI
1) Um nativo de Gate. Um filisteu que aparentemente
comandava 600 homens que formavam o bando de Davi, durante as suas vagueações
(2Sm 15:19-22; compare com 1Sm 23:13; 1Sm 27:2; 1Sm 30:9,10). É depois visto
com Davi em Maanaim, tendo, no exército, uma posição igual à de Joabe e de
Abisai (2Sm 18:2,5,12). 2) Um benjamita de entre os trinta valentes de Davi
(2Sm 23:29).
ITÁLIA
A terra natal dos romanos, tendo Roma como sua capital e
também como capital do império. No período pré-cristão, o termo “Itália”
representava um pequeno distrito a sul da península que é atualmente conhecida
por esse nome, mas nos tempos do NT já era aplicado, tal como hoje a toda a
península. A península era habitada por vários povos, tais como os gálios, que
viviam a norte; os gregos, que viviam no sul e os latinos, os sabinos, os
etruscos e outros, que viviam na parte central. Não muito depois do ano 300 AC , a cidade-estado de
Roma controlava já quase a maior parte de Itália e nos tempos do NT concedeu
aos povos italianos a cidadania romana. A Itália é mencionada quatro vezes no
NT: ( o país do qual Áquila e Priscila, que mais tarde se tornaram auxiliares
de Paulo, migraram quando os judeus foram expulsos de Roma por Cláudio (At
18:2); ( o país para o qual Paulo foi enviado como prisioneiro (cap. At 27:1);
( o destino de um navio alexandrino que Paulo e outros tomaram em Mirra, na
Lícia, na costa sul da Ásia Menor (At 27:5, 6); ( o país onde viviam ou tinham
vivido os cristãos que enviaram saudações às pessoas a quem era dirigida a
carta aos hebreus (Hb 13:24).
ITAMAR
O quarto filho de Arão e o mais novo dos quatro (1Cr 6:3).
Foi consagrado ao sacerdócio juntamente com os seus irmãos (Ex 6:23); e após a
morte de Nadabe e Abiú, ele e Eleazar ocuparam-se das funções sacerdotais (Lv
10:6,12; Nm 3:2). Ele e a sua família ocuparam uma posição de simples
sacerdotes, até que o sumo sacerdócio passou para a sua família, na pessoa de
Eli (1Rs 3:27), por razões que não estão registadas.
ITLA
Cidade no território de Dã (Js 19:42)
ITRITA
Dois dos guerreiros de Davi são assim designados (2Sm
23:38; 1Cr 11:40).
ITUREIA
Uma área a nordeste da Palestina (Lc 3:1), incluindo parte
das montanhas do Anti-Líbano. Em determinados períodos, a sua capital foi
Chalcis. Recebeu o seu nome provavelmente da tribo árabe de Jetur, uma tribo
descendente de Ismael (Gn 25:15; 1Cr 1:31). Quando as tribos transjordanas de
Israel alargaram os seus territórios, derrotaram Jetur (1Cr 5:19), que depois
parece ter-se estabelecido entre o Líbano e as montanhas do Anti-Líbano. Nada
se conhece acerca desta tribo, até ser subjugada por Aristóbulo, o rei macabeu
que forçou os itureus a aceitarem a religião judaica, incluindo o rito da
circuncisão. Mais tarde, a área foi governada por Ptolomeu, filho de Meneu.
Entrou em guerra com Damasco mas submeteu-se a Pompeu de Roma em 65 ou 64 AC . Tendo pago uma
indemnização de mil talentos aos romanos, Ptolomeu continuou a reinar até 40 AC , sucedendo-lhe o filho
Lisânias (I), que foi executado por António em 34 BC. O território foi depois
deixado nas mãos de Zenodoro, filho de Lisânias. Contudo, parte dele foi dado a
Herodes, o Grande em 24 AC
e o resto em 20 AC .
Depois da morte de Herodes, em 4
AC , o território passou para o seu filho Filipe (Lc
3:1), que o governou até à sua morte em 33/34 DC. Mais tarde, tornou-se parte
do reino de Agripa I e, após a morte deste, foi governada por vários
procuradores durante alguns anos. Foi, finalmente, atribuída a Agripa II em 52
DC, que governou como o último dos reis herodianos.
IVA
Uma cidade conquistada pelos assírios sob as ordens de
Sargon II, ou de Senaqueribe ( 2Rs 18:34; 2Rs 19:13; Is 37:13). Trata-se
provavelmente da mesma cidade que Ava (Heb. ‘Awwa’ - 2Rs 17:24), de onde foram
trazidos colonos para povoarem as antigas cidades israelitas de Samaria.
IZAI
Um dos filhos de Coate e neto de Levi (Ex 6:18,21; Nm
16:1).
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