Letra P
PAARAI
“O arbita” e um dos valentes de Davi (2Sm 23:35); também
chamado Naarai (1Cr 11:37).
PAATE-MOABE
Governador de Moabe. Foi o lider de uma das principais
famílias de Judá. A sua descendência voltou com Zorobabel (Ed 2.6 - 10.30 - Ne
3.11 - 7.11 - 10.14). A singularidade do seu nome pode ser explicada pela
emigração dos filhos de Selá, filhos de Judá, para Moabe, onde tinham domínio
(1 Cr 4.22). Compare com o caso de Elimeleque (Rt 1.2), outras pessoas da mesma
família voltaram com Esdras (Ed 8.4).
PÃES DA PROPOSIÇÃO
Doze pães da melhor qualidade que eram colocados na mesa de
ouro do Templo (Êx 25, 30) em duas pilhas de seis e que eram renovados a cada
Sábado. Estes pães não eram oferecidos como alimento a Deus, mas como sinal de
agradecimento de todas as tribos pelos benefícios por Ele concedidos a Seu
povo. “Também tomarás da flor de farinha e dela cozerás doze pães, cada um dos
quais será de duas dízimas de um efa. E os porás em duas fileiras, seis em cada
fileira, sobre a mesa de ouro puro, perante o Senhor. “(Lev 24:5, 6).
PAGANISMO
Termo referente às diversas formas de religiosidade que têm
como lugar comum o encontro com o divino através da Natureza. O Paganismo
abarca uma larga variedade de movimentos religiosos, particularmente aqueles
influenciados pelas cultos europeus pré-cristãos. O termo pagão não deve ser
associado à praticas satanistas, sendo que a divisão da natureza divina entre
Bem e Mal, Deus e Demônios é invenção judaico-cristã. O atual Paganismo, denominado
neopaganismo inclui ainda visões mais secularistas e sociedades sob o paradigma
do ateísmo ou do agnosticismo. Os movimentos pagãos e neopagãos podem conter
crenças que divergem largamente entre si como o politeísmo, o animismo, o
panteísmo e outros paradigmas.
PAGIEL
Príncipe da tribo de Aser no deserto
(Nm 1:13).
PAI NOSSO
Uma da mais frequentes orações cristãs. De acordo com o
Evangelho segundo Mateus (capítulo VI, versículos 7-15) e Evangelho segundo
Lucas (capítulo XI, versículos 1-4), esta seria uma oração ensinada por Jesus
Cristo a seus discípulos, para que eles tivessem um modelo de como orar
corretamente a Deus.
PAIXÃO
Esta palavra aparece no sentido de
sofrer tribulações, quando se trata dos sofrimentos de Jesus Cristo (Getsêmani,
o julgamento, a flagelação, a zombaria, e a cruz), em alguns lugares do Novo
Testamento (At 1.3 - Hb 2.9 - 1 Pe 1.11 - 4.13). Literalmente, a frase ‘depois
de ter padecido’ significa ‘depois de Ele ter sofrido’, fazendo ver na forma
intransitiva do verbo que todos os incidentes da traição e da morte de Jesus
Cristo se concentraram num só grandioso fato de redenção. S. Paulo não emprega
intransitivamente o verbo, embora ele fale dos ‘sofrimentos de Cristo’ (2 Co
1.5 - Fp 3.10 - Cl 1.24) - mas nos últimos escritos do N.T. não são geralmente
ativos os verbos sofrer e padecer (Lc 24.46 - At 1.3 - 3.18 - 17.3 - Hb 2.18 -
9.26 - 13.12 - 1 Pe 2.21 - 3.18 - 4.1).
PALAVRA DE DEUS
Há milênios, a questão da existência
de Deus foi levantada dentro do pensamento do homem, e os principais conceitos
filosóficos que investigam e procuram respostas sobre esse assunto. Dentre os
vários significados de tal expressão, o mais relevante é que ela é um dos nomes
próprios de Jesus, o Filho de Deus. Ele era o Verbo desde toda a eternidade e o
Verbo era Deus (Jó l, 1). O Verbo se fez carne e habitou entre nós como
homem-Deus. (Jó l, 14).
PALESTINA
A terra dos filisteus. É propriamente o território da Terra
Santa, que foi habitado pelos filisteus. Ficava na costa ocidental de Canaã,
estendendo-se desde o rio do Egito, um pouco ao sul de Gaza, até Jope. A
palavra Palestina ocorre apenas quatro vezes, sendo traduzida em outros lugares
pelo termo Filístia. No sentido mais moderno, a Palestina ocidental compreendia
aquela parte da Síria entre o vale do Jordão, o mar Morto e a costa oriental do
Mediterrâneo. (1 Cr 7.28 - Jr 17.26 - Zc 7.7).
PALMEIRA
Árvore de grande estima e valor no
Egito, Palestina e Arábia. Dizem os árabes que a palmeira tem tantos usos
quantos são os dias do ano. A sua tâmara foi e é um artigo familiar de
alimentação. Na jornada dos filhos de Israel pelo deserto destacavam-se as
palmeiras de Elim (Êx 15.2l - Nm 33.9). As barracas na festa dos Tabernáculos
deviam ser feitas em parte com palmeiras (Lv 23.40). Jericó era conhecida pelo
nome de ‘cidade das palmeiras’ (Dt 34.3 - 2 Cr 2S.15 - Jz 1.16 - 3.13). Débora
habitava debaixo das palmeiras, que estavam em ligação com o seu nome (Jz 4.5).
As palmas admiravam-se na obra de entalhe do templo de Salomão (1 Rs 6.29,
etc.). Com respeito a nomes que a palmeira sugeria, temos Tamar, Baal-Tamar,
Hazazom-Tamar. Quando Jesus entrou em Jerusalém, o povo foi ao seu encontro com
palmas (Jó 12.13). As referências simbólicas feitas à palmeira mostram que esta
árvore era então, como é agora, considerada como tipo de graça e de beleza.
Cantares de Salomão (7.7) referem-se à sua elevada estatura - o salmo 92
(12,14) alude à sua verdura, fertilidade, e duração.
PALTI
1) Filho de Rafu, foi um dos espias, representante da tribo
de Benjamim (Nm 13:9). 2) Filho de Laís,
que era natural de Galim (1Sm 25:44). O mesmo que Paltiel (2Sm 3:15). Mical, a
mulher de David, foi-lhe dada como esposa.
PALTIEL
Foi o príncipe de Isacar que ajudou a “repartir a terra por
herança” (Nm 34:26).
PALTITA
Designação de um dos valentes de David
(2Sm 23:26); também é chamado pelonita (1Cr 11:27).
PALU
Segundo filho de Rúben (1Cr 5:3; Gn 46:9; Ex 6:14). Era o
pai dos paluitas (Nm 26:5, 8).
PALÁCIO
Algumas palavras hebraicas se
traduzem por ‘palácio’ ou ‘paço’, na Bíblia. É a habitação do rei, ou uma
fortaleza, ou um templo, ou ainda a casa de uma pessoa rica (Ed 6.2 - Ne 1.1 -
1 Cr 29.1 - Sl 45.8). No N.T. aplica-se a palavra palácio de um modo especial à
residência do governador romano - era a casa edificada por Herodes, e que é
chamada o pretório (Mc 15.16). A habitação do rei Davi foi construída com o
auxílio de artífices, que Hirão, rei de Tiro, forneceu (2 Sm 5.11). O mais
imponente palácio que Salomão edificou acha-se descrito em 1 Rs 5.8. Há alusões
aos tesouros encontrados na casa do rei (1 Rs 14.26 - 15.18 - 2 Rs 14.14, etc.)
- e também (Ed 6.2) a um registro ou memória que se encontrou no palácio de
Ecbátana, ou Acmeta.
PÃO
Alimento mais comum para muitos povos, inclusive os antigos
hebreus. Jesus chamou-se a Si mesmo o pão que veio do céu (Jó 6, 41; l Cor 10,
16; 11, 27). Só pães ázimos (sem levedo ou qualquer outro fermento) é que
podiam ser comidos com o Cordeiro Pascal e durante a oitava pascal (Êx 12,17).
Cristo milagrosamente multiplicou alguns pães, pelo menos, em duas ocasiões.
(Mt 14, 13-20; 15, 32).
PÃO ASMO
Este pão é feito somente de farinha e água, sem fermento, e
cozido em porções de pequena espessura. Para se comer não deve ser cortado, mas
partido com os dedos. (Mt 14.19.).
PAPIRO
Planta palustre que cresce em climas quentes e úmidos. Era
abundante no Egito. Tinha várias aplicações, e se usava também para fabricar
botes (Is 18, 2). Mas ficou famoso principal¬mente pelo uso de seus filamentos
sobrepostos em estratos cruza¬dos que se secavam ao sol fornecendo uma espécie
de papel chamado “papiro”.
PARÃ
Foi a pátria de Ismael (Gn 21.21), e
teatro das errantes jornadas dos israelitas (Nm 10.12 - 12.16 - 13.3,26 - Dt
1.1 - 33.2 - Hc 3.3). Davi residiu no deserto de Parã depois da morte de Saul
(1 Sm 25.1, a não ser que esteja Parã por Maom) - e Hadade procurou segurança
em sítios fortificados, quando fugia de Salomão (1 Rs 11.18).
PARÁBOLAS
É uma narrativa, imaginada ou verdadeira que se apresenta
com o fim de ensinar uma verdade. Difere do provérbio neste ponto: não é a sua
apresentação tão concentrada como a daquele, contém mais pormenores, exigindo
menor esforço mental para se compreender. E difere da alegoria, porque esta
personifica atributos e as próprias qualidades, ao passo que a parábola nos faz
ver as pessoas na sua maneira de proceder e de viver. E também difere da
fábula, visto como aquela se limita ao que é humano e possível. No A.T. a
narração de Jotão (Jz 9.8 a
15) é mais uma fábula do que uma parábola,
mas a de Natã (2 Sm 12.1 a
4), e a de Joabe (14.5 a
7) são verdadeiros exemplos. Em (Is 5.1 a 6) temos a semi-parábola da vinha, e, em 28.24 a 28, a de várias operações da
agricultura. O emprego contínuo que Jesus fez das parábolas está em perfeita
concordância com o método de ensino ministrado ao povo no templo e na sinagoga.
os escribas e os doutores da Lei faziam grande uso das parábolas e da linguagem
figurada, para ilustração das suas homílias. Tais eram os Hagadote dos livros
rabínicos. A parábola tantas vezes aproveitada por Jesus, no Seu ministério (Mc
4.34), servia para esclarecer os Seus ensinamentos, referindo-se à vida comum e
aos interesses humanos, para patentear a natureza do Seu reino, e para
experimentar a disposição dos Seus ouvintes (Mt 21.45 - Lc 20.19). As parábolas
do Salvador diferem muito umas das outras. Algumas são breves e mais difíceis
de compreender. Algumas ensinam uma simples lição moral, outras uma profunda
verdade espiritual. Neander classificou as parábolas do Evangelho, tendo em
consideração as verdades nelas ensinadas e a sua conexão com o reino de Jesus
Cristo.
PARAÍSO
Esta palavra é de origem persa,
significando um jardim, um parque, um recinto. Encontra-se somente no N.T., ou
como lugar das almas piedosas, que partem deste mundo (Lc 23.42 - 2 Co 12.4),
ou em sua lata significação (Ap 2.7). A palavra acha-se em Neemias (2.8) a
respeito das ‘matas do rei’, e em Cantares como ‘pomar’ (4.13).
PARÁCLITO
Vocábulo grego que significa advogado, intercessor,
confortador. Em seu discurso, após a última Ceia (Jó 14, 15-16), Nosso Senhor
empregou este termo para indicar as qualidades e as funções do Espírito Santo,
a que, em breve, enviaria para completar sua obra.
PARALIPÔMENOS
Dois dos livros históricos do Antigo Testamento, cuja
designação vem da versão grega e significa coisas esquecidas, do que muitos
discordam, pois os assuntos neles tratados não são propriamente suplementos de
outros livros, mas independentes. São Jerônimo denominou-os Chronicon e por
esta designação são também conhecidos em outras versões.
PARASCEVE
Foi a véspera do sábado, quando morreu o Salvador. (Mt 27,
62).
PARDAL
No salmo 84.3, a palavra traduzida por ‘pardal’, usa-se em
geral para indicar simplesmente uma ‘ave’, ainda que nesse exemplo parece haver
referência a uma particular espécie. Há diversas variedades de pardais no
oriente, de brilhantes cores, sendo de pequena importância. O pardal do paúl
encontra-se no vale do Jordão - e ao oriente do mar Morto há outra variedade, o
‘pardal moabita’ (Mt 10.29,31 - Le 12.6,7).
PARENTE
No A.T. usa-se principalmente esta
palavra para significar as pessoas mais próximas pelo sangue, com certas
obrigações, como bem se acha explicado no livro de Rute (caps. 2 a 4). No N.T. o termo tem uma
significação mais lata, abrangendo os membros da mesma raça (Rm 9.3).
PARMASTA
Filho de Hamã, morto em Susã (Et 9:9).
PARMENAS
Um dos sete primeiros diáconos, eleitos com Santo Estêvão.
Foi martirizado em Filipos, cidade da Macedônia. (At 6, 5).
PARUÁ
Pai de Jeosafá, nomeado para fornecer mensalmente alguns
suprimentos á Salomão. Era da tribo de Issacar (1Rs 4:17).
PARTEIRA
Pessoa que ajuda no nascimento de um nenê (Gn 35.17).
PARUSIA
Emprega-se em sentido escatológico para expressar o retorno
de Cristo no final dos tempos. No NT se utiliza a palavra em contexto de
alegria, pois anuncia a vinda e a presença do Senhor consumando a história. O
anelo da parusia é um elemento importante da vida cristã (Mt 24,3.27.37.39;
1Cor 15,23; 1Ts 2,19; 3,13; 4,15; 2Ts 2,1; 2Pd 1,16).
PÁSCOA
Principal festa do judaísmo, que comemora a maravilhosa
libertação dos hebreus do Egito, pela passagem do mar Vermelho (Ex 12,1-13,16;
Lv 23,5-8; Nm 9,1-14). A Páscoa cristã celebra a ressurreição de Jesus no
domingo após o dia 14 de Nisã, data da Páscoa judaica (Lc 24,1; At 20,7; 1Cor
16,2; Ap 1,10). É a memória do sacrifício de Jesus na cruz, a nova vítima
pascal (1Cor 5,6-8; 11,26), e de sua vitória sobre a morte pela ressurreição.
PASTOR
A figura do pastor era muito familiar na Palestina e no
Médio Oriente. Diariamente o pastor sai com suas ovelhas para conduzi-las às
pastagens ou, em determinados momentos, às fontes. De tarde reconduz as ovelhas
ao curral. Na literatura universal o pastor tornou-se a figura do guia,
político ou religioso, de uma comunidade. Em Israel os reis (Ez 34,2-6), os
sacerdotes e os profetas são chamados pastores. Diante da infidelidade destes
pastores, Deus promete ele mesmo tomar conta de seu povo, por meio do pastor
fiel, o descendente de Davi (Jr 23,1-6). Jesus se apresenta como o bom pastor,
solícito pelas suas ovelhas a ponto de dar por elas a própria vida (Jó
10,1-18). Após a ressurreição, Jesus constitui Pedro como pastor para tomar
conta de seus discípulos em seu lugar.
PATMOS
Local para onde o apóstolo João foi exilado – conforme
consta na introdução do livro bíblico de Apocalipse, Patmos foi usada como um
lugar de banimento durante os tempos romanos. Segundo uma tradição preservada
por Ireneu, Eusébio, Jerônimo e outros, o exílio de João aconteceu em 95 d.C.,
no ano décimo quarto do reinado de Domiciano. A tradição local ainda aponta a
caverna onde João teria recebido a revelação para escrever o livro. (Apc l, 9).
PATRIARCA
Pai de uma família ou chefe de uma tribo ou raça;
antepassado dos israelitas (Hb 7.4).
PATROBAS
Um cristão de Roma a quem Paulo envia as suas saudações (Rm
16:14).
PATROS
Palavra egípcia, com a significação de Terra do Sul - a
parte setentrional do alto Egito, e a Tebaida dos gregos. Estendia-se desde
alguns quilômetros ao sul de Mênfis até Siena na primeira catarata. Recentes
descobertas de papiro têm confirmado a existência de judeus em Siena, no sexto
século antes de Cristo. O profeta Jeremias incuía os judeus, habitantes de
Patros, na condenação que ele pronunciou contra ‘todos os judeus, moradores da
terra do Egito’ (Jr 44.1), por causa das
suas inclinações idólatras. Ezequiel menciona Patros, quando fala da volta dos
egípcios cativos (Ez 29.14 - 30.14). Isaías profetizou que os judeus haviam de
voltar do ‘Egito, de Patros, da Etiópia’ (Is 11.11).
PATRÓCLUS
Foi o pai do ímpio Nicanor. (l Mac 3, 38).
PAULO
PAZ
O conceito “paz” é muito rico na Bíblia. Ter paz é ser
completo, inteiro; é gozar de prosperidade material e espiritual; é manter boas
relações entre pessoas, famílias e povos. Paz é o oposto de tudo quanto
perturba a prosperidade e as boas relações. É um dom de Deus, concedido a
Israel em virtude da aliança (Nm 25,12; cf. 6,22-26). Quando Israel é fiel à
aliança, goza de paz; quando é infiel, perde a paz, mas pode recuperá-la pela
conversão (Lv 26). Em meio a tantas guerras, os profetas anunciam a paz para os
tempos messiânicos, paz entre Deus e os homens, e entre os homens e animais (Is
2,2-4; 9,5; 11,6-9; 60,17; Os 2,20; Am 9,13s; Zc 8,9-13). Para haver paz é
preciso que haja fidelidade à aliança e justiça entre os homens (Sl 72,3-7).
Cristo veio a este mundo para trazer a paz (Lc 2,14; 8,48; Mc 5,25-34), e
reconciliar os homens com Deus (Jó 14,27; Fl 4,4-9; Ef 2,14-17). Unindo-se a
Cristo, o homem participa desta paz (1Pd 5,14). Por isso o cristão deve não só
desejar aos outros esta paz (Lc 10,5), mas promovê-la efetivamente (Mt 5,9).
PECADO
O primeiro conceito de pecado está ligado à violação de um
tabu (Js 7,24-26; 9,20; 1Sm 15,3-32; 2Sm 1,14s; 6,1s). No AT o pecado está
ligado à relação do homem com Deus. O pecado implica em infidelidade à aliança,
em traição ao amor de Deus, em separação da comunidade. Para Jesus, pecador é
quem não observa a vontade de Deus expressa pela Lei (Mt 9,13; 19,17-29). Jesus
denuncia o pecado, mas é amigo dos pecadores (Mt 11,19; Lc 15,1s) e lembra que
Deus está pronto a perdoar (Lc 11,4; 15,1-34; 18,13). O pecado é a tentação do
ser humano de dominar a Deus (Gn 3,1-19; Eclo 3,26-29; 10,12; Jó 21,14-16;
22,17; 1Sm 2,1-10). O pecado é uma desobediência a Deus, um atentado contra o
amor de uma pessoa (Dt 11,16; Dn 9,5-9; Is 50,1; Os 2,4-9; Jr 3; Ez 16; Tg
4,4-10). Paulo descreve a origem do pecado, mal que aflige a humanidade toda
(Rm 1-5), mas que encontra o remédio na redenção operada por Cristo (Rm 6-8). O pecado para ele é uma escravidão à Lei e
ao mundo (Rm 6,6; 7,5-23; Gl 4,3). Mas pela fé em Cristo e pela prática do amor
ao próximo o cristão fica livre de todo pecado (Rm 13,8-10; 1Cor 13,4-7). Para
João, o pecado por excelência é o “príncipe deste mundo” (Jo 3,19-21; 8,44;
16,11). Do coração procede todo o pecado (Ex 20,17; Jó 31,4-37; Mt 12,33-37;
15,19s). Cristo veio por causa dos pecadores, não por causa dos justos (Lc
12,1s; 5,32; 19,1-10; Mt 9,1-13). Pecado original (Gn 3,1-24; 11,1-9; Rm
5,12-21; 1Cor 15,21s; Rm 3,23).
PECAÍAS
Filho e sucessor de Menaém no trono
de Israel. Foi morto no palácio real de Samaria por Peca, um dos capitães do
seu exército (2Rs 15:23-26), após um reinado de dois anos (761-759 AC ). Ele “fez o que era
mau aos olhos do Senhor”.
PEDAÍAS
1) Pai de Zorobabel (1Cr 3:17-19). 2) Um levita (Ne 8:4).
3) Um benjamita (Nm 11:7). 4) Um levita (Ne 13:13).
PEDAZUR
Pai de Gamaliel e príncipe de Manassés no tempo do êxodo
(Nm 1:10; Nm 2:20).
PEDRA ANGULAR
Grande pedra que desempenhava importante papel na
construção antiga, assim chamada por ficar nos ângulos. O Salmo 117, 22
descreve Israel como pedra rejeitada pelos construtores de impérios, mas que,
depois tornou-se a pedra fundamental.
PEDRO
Chamava-se, originalmente, Simão, um nome judaico muito
comum no Novo Testamento. Era filho de Jonas (Mt 16:17). A sua mãe não é
mencionada nas Escrituras. Tinha um irmão mais novo chamado André, que foi quem
primeiro o levou a Jesus (Jó 1:40-42). Era natural de Betsaida, uma cidade
situada na costa ocidental do Mar da Galiléia e de onde Filipe também era
natural. Foi educado ali junto às margens do Mar da Galiléia e foi-lhe ensinado
o ofício de pescador. É provável que o seu pai tivesse morrido quando ele era
ainda jovem, tendo Zebedeu e a sua mulher Salomé tomado conta dele (Mt 27:56;
Mc 15:40; Mc 16:1). Aí passaram Simão, André, Tiago e João a sua meninice e
juventude na companhia uns dos outros. Simão e o seu irmão gozaram de todas as
vantagens de uma boa educação religiosa, tendo sido precocemente instruídos no
conhecimento das Escrituras e das profecias relacionadas com a vinda do
Messias. É provável, contudo, que não tivessem tido qualquer instrução especial
no que dizia respeito à lei sob a tutela de qualquer um dos rabis. Quando Pedro
foi levado perante o Sinédrio, foi visto como um “homem sem letras e indouto”
(At 4:13). “Simão era galileu e era-o de alma e coração… Os galileus tinham um
carácter vincado e muito próprio. Tinham a reputação de serem independentes e
enérgicos, o que, por vezes, os fazia parecerem turbulentos. Eram muito mais
francos e transparentes do que os seus irmãos do sul. Relativamente a todos
estes aspectos - franqueza, impetuosidade, arrebatamento e simplicidade - Simão
era um galileu genuíno. Os galileus falavam um dialeto muito peculiar. Tinham
dificuldade em pronunciar sons guturais e mais alguns outros e a sua pronúncia
era considerada desagradável na Judéia. O sotaque galileu perseguiu Simão
durante toda a sua vida e denunciou-o como discípulo de Jesus, quando estava no
átrio do tribunal (Mt 14:70). Denunciou também a sua nacionalidade e a dos que
estavam com ele no dia do Pentecostes (At 2:7). “Já era casado antes de se
tornar apóstolo. É-nos mencionada a mãe da sua mulher (Mt 8:14; Mc 1:30; Lc
4:38). É provável que a sua mulher o tivesse acompanhado durante as suas
viagens missionárias (1Co 9:5; comparar com 1Pe 5:13). Estava a viver em
Cafarnaum, quando Cristo iniciou o seu ministério público e já passava dos
trinta anos. A sua casa era suficientemente grande para albergar o seu irmão
André, a sua sogra e também Cristo, que parece ter vivido com ele (Mc 1:29, 36;
Mc 2:1), assim como a sua própria família. Era uma casa de dois pisos (Mc 2:4).
Em Betânia, para além do Jordão, João Batista dava o seu testemunho
relativamente a Jesus, apelidando-o de o “Cordeiro de Deus” (Jó 1:29-36).
Quando João e André ouviram isto, seguiram Jesus e procuraram saber onde ele
morava. Ficaram convencidos de que Ele era o Messias, por causa das graciosas
palavras que Cristo pronunciou e da autoridade com que falou (Lc 4:22; Mt
7:29); e André foi procurar Simão, trazendo-o a Jesus (Jó 1:41). Jesus logo
aceitou Simão e declarou que, daí em diante, ele passaria a chamar-se Cefas, o
nome aramaico que correspondia ao grego Petrus, que significa “um pedaço de
pedra tirado da Rocha Viva”. O nome aramaico não volta a aparecer e o nome
Pedro substitui gradualmente o antigo nome Simão, embora o Senhor use o nome
Simão quando fala com ele (Mt 17:25; Mc 14:37; Lc 22:31; comparar com Lc 21:15-17).
Não nos é dita qual a impressão que a primeira entrevista com Jesus produziu na
mente de Pedro. Vamos encontrá-lo depois junto ao Mar da Galiléia (Mt 4:18-22).
Aí, os quatro (Simão, André, Tiago e João) tinham tido uma fraca noite de
pesca. Jesus apareceu de repente e, subindo para o barco de Simão, ordenou-lhe
que lançasse as redes. Ele assim o fez, apanhando muitos peixes. Foi um milagre
feito perante Simão. O aterrado discípulo lançou-se aos pés de Jesus, dizendo:
“Senhor, ausenta-te de mim, que sou um homem pecador” (Lc 5:8). Jesus
dirigiu-se com palavras que transmitiam segurança: “Não temas, de agora em
diante serás pescador de homens.” Simão respondeu imediatamente ao chamado,
tornando-se discípulo, após o que o vemos a dar uma assistência constante ao
Senhor. É depois chamado para o apostolado e torna-se “pescador de homens” (Mt
4:19) nos tempestuosos mares do mundo da vida humana (Mt 10:2-4; Mc 3:13-19; Lc
6:13-16) e tem, cada vez mais, um papel proeminente em todos os acontecimentos
importantes da vida de Cristo. É ele que profere aquela notável profissão de fé
em Cafarnaum (Jo 6:66-69) e novamente em Cesaréia de Filipo (Mt 16:13-20; Mc
8:27-30; Lc 9:18-20). Esta última foi de grande importância e como resposta, o
Senhor usa estas palavras memoráveis: “Tu és Pedro e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja.” “Desde então,” Jesus começou a falar dos seus
sofrimentos. Pedro repreendeu-o por isso. Mas o Senhor, por sua vez,
repreende-o também, usando palavras ásperas e que nunca usara com nenhum dos
outros discípulos (Mt 16:21-23; Mc 8:31-33). Perto do fim da sua breve estadia
em Cesaréia, o Senhor levou Pedro, Tiago e João até uma alta montanha e
transfigurou-se perante eles. Pedro, sob o peso da impressão que aquela cena
produzira na sua mente, exclamou: “Senhor, bom é estarmos aqui: se queres,
façamos três tabernáculos” (Mt 17:1-9). Ao regressar a Cafarnaum, os coletores
das taxas do templo (metade de um siclo sagrado) - taxa essa que todos os
maiores de 20 anos tinham que pagar - vieram ter com Pedro e lembraram-no de
que Jesus ainda não a tinha pago (Mt 17:24-27). O Senhor disse a Pedro que
fosse apanhar um peixe no lago e que da sua boca tirasse a quantia exata para
pagar a taxa - um estáter, ou dois meio siclos. “Toma-as,” disse o Senhor, “e
paga-lhes por mim e por ti”. À medida que o fim se aproximava, o Senhor enviou
Pedro e João (Lc 22:7-13) à cidade para que preparassem um local onde Ele
pudesse celebrar a Páscoa com os seus discípulos. Aí, Pedro foi avisado com
antecedência do pecado que mais tarde cometeria (Lc 22:31-34). Acompanhou o
Senhor até ao Jardim do Getsemani (Lc 22:39-46), onde ele e os outros dois que
tinham também testemunhado a transfiguração puderam entrar com o Senhor. Os
outros discípulos permaneceram ao longe. Aí ele passou por uma experiência
invulgar. Sob um impulso repentino, cortou a orelha de Malco (Lc 22:47-51), um
dos que viera com o grupo que vinha prender Jesus. Seguiu de perto as cenas do
julgamento de Cristo (Lc 22:54-61), que culminaram com o seu amargo sofrimento
(Lc 22:62). Vêmo-lo na companhia de João na manhã da ressurreição. Entrou
corajosamente no túmulo vazio (Jo 20:1-10) e “viu os lençóis ali postos” (Lc
24:9-12). A ele, o primeiro dos apóstolos, o Senhor ressuscitado se revelou,
conferindo-lhe, assim, um sinal da sua honra e mostrando-lhe o quão
completamente ele fora reintegrado no Seu favor (Lc 24:34; 1Co 15:5). Lemos
depois a singular entrevista que o Senhor manteve com Pedro junto ao Mar da
Galileia, onde lhe perguntou três vezes: “Simão, filho de Jonas, amas-me?” (Jó
21:1-19). Após este incidente, nada mais ouvimos dele, até que aparece com os
outros na ascenção (At 1:15-26). Foi ele que propôs que a vaga causada pela
apostasia de Judas fosse preenchida. Tem uma ação proeminente no dia do Pentecostes
(At 2:14-40). Os eventos desse dia “completaram a mudança que se deu em Pedro e
que a dolorosa experiência da sua queda e todo o processo de instrução anterior
tinham já iniciado. Ele já não é mais o homem cheio de confiança própria,
inconstante e instável, oscilando entre a
coragem impetuosa e a timidez vacilante. Era agora um guia em quem se podia
confiar, um dirigente da amizade entre os crentes, um pregador intrépido de
Cristo em Jerusalém e fora dela. E agora que ele se tornara mesmo Cefas, quase não
ouvimos ninguém pronunciar o nome Simão (somente em At 10:5, 32 e At 15:14) e
ele passa, finalmente, a ser conhecido como Pedro”. Após o milagre à porta do
templo (At 3), surge a perseguição contra os crentes e Pedro é preso.
Defende-se corajosamente a si e aos seus companheiros no Conselho (At 4:19,
20). Uma nova onda de violência contra os cristãos (At 5:17-21) leva todo o
corpo de apóstolos para a prisão; mas, durante a noite, são maravilhosamente
salvos e são vistos de manhã a pregar no templo. Mais uma vez, Pedro os
defendeu perante o Conselho (At 5:29-32) que, “chamando os apóstolos e tendo-os
açoitado, os deixou ir”. Chegara o momento em que Pedro deveria sair
de Jerusalém. Após algum tempo em Samaria, ele volta a Jerusalém e relata à
igreja que aí está estabelecida os resultados do seu trabalho (At 8:14-25). Aí
permanece durante algum tempo e conhece Paulo pela primeira vez após a sua
conversão (At 9:26-30; Gl 1:18). Deixa novamente Jerusalém e parte para uma
viagem missionária em Lida e Jope (At 9:32-43). É depois chamado a abrir a
porta da igreja cristã aos gentios, através da admissão de Cornélio de Cesaréia
(At 10). Permaneceu algum tempo em Cesareia, voltando depois a Jerusalém (At
11:1-18), onde defende a sua conduta em relação aos gentios. Voltamos a ouvir
falar dele quando Herodes Agripa o coloca na prisão (At 12:1-19); mas, de
noite, um anjo do Senhor abre as portas da prisão e ele sai, encontrando
refúgio em casa de Maria. Tomou parte nas deliberações do Conselho em Jerusalém
(At 15:1-31; Gl 2:1-10)
relativamente às relações dos gentios com a igreja. Este assunto despertara um
novo interesse em Antioquia e foi resolvido pelo Conselho dos apóstolos e dos
anciãos de Jerusalém. Paulo e Pedro encontram-se novamente aqui. Não mais se
menciona Pedro nos Atos dos Apóstolos. Parece ter ido até Antioquia após o
Conselho de Jerusalém, tendo sido acusado de hipocrisia, pelo que foi
severamente repreendido por Paulo (Gl 2:11-16), que “lhe resisti na cara”.
Depois vemo-lo a levar o Evangelho até ao leste, tendo trabalhado durante algum
tempo em Babilônia, no Eufrates (1Pe 5:13). Não existem provas claras de que
alguma vez tivesse estado em
Roma. Não se sabe ao certo quando ou onde morreu. Terá
morrido entre 64 e 67 DC.
PEIXE
Propriamente é o vertebrado que respira por guelras e tem
corpo adaptado à vida na água. Na Bíblia, como na literatura antiga, o conceito
é mais extenso abrangendo qualquer animal exclusivamente aquático. Na arte
cristã primitiva, a representação de um peixe era muito comum, como símbolo,
cuja interpretação se baseia no fato de que a palavra grega para designar
peixe, ichthys, escreve-se com as iniciais da frase grega que significa: “Jesus
Cristo, Filho de Deus, Salvador”. No entanto parece quase certo que,
originariamente, a figura de peixe não representava Cristo, mas sim um cristão,
como alusão ao convite feito por Jesus a seus primeiros discípulos, que eram
pescadores, de que o seguissem porque os faria “pescadores de homens” (Mt 4,
19). É mais do que provável que houvesse também uma referência ao Batismo, pelo
fato de que assim como a água é o elemento em que vivem os peixes, assim
também, a água do Batismo é o meio pelo qual um cristão começa a viver a vida
da graça.
PENITÊNCIA
É metanóia - conversão - mudança de
vida (2Sm 12,14-23; Is 1,16-19; Jl 2,12-19; Ez 18,30s; 33,10s; Lc 13,4s;
24,46s; Mt 3,2.8; 11,21s; Lc 13,3; Ap 2,5; At 3,19; Ef 4,20-24; 1Jo 1,8-10). A
penitência deve ser interior (Is 58,5-7; Jr 4,4; 9,24s; Rm 2,29; Cl 2,11; Gl
5,6; 6,15), mas manifesta-se também em ritos exteriores (Lv 4-5; 16,1-19; Nm
29,7-11; Lc 5,8; 18,9). É uma virtude: Dt 4,9; Jó 42,6; Sl 51,10; Eclo 2,18;
1Cor 11,31; Cl 3,9. O Batismo - sacramento da penitência ou da conversão:
Batismo de João (Mt 3,6; Mc 1,4s; Lc 3,3-14). Batismo cristão (At 2,38; 3,19;
5,31; 11,18; 17,30; 22,16; 26,20).
PENSAMENTOS
Podem ser pecaminosos (Pr 6,18; Sb 1,3; Zc 8,17; Mt 15,19;
Hb 4,12). É preciso evitá-los (Sl 1,2; 39,4; 85,9; 119,92.97; Rm 1,19s).
PENTÁPOLIS
Nome da província onde se achavam as
cinco cidades destruídas pelo fogo celeste: Sodoma, Gomorra, Adama, Seboim e
Segor. (Gên 14, 2-8). Segundo a Bíblia, ali estabeleceu-se Ló, sobrinho de
Abraão, filho do seu irmão Aarão. Cidades dadas ao vício, teriam sido
castigadas por Deus. Passagem bíblica: “Diante da intercessão de Abraão com o
Senhor: este respondeu: se se encontrarem dez justos naquela cidade,
contestou-lhe o Senhor, perdoarei a todo o povo por amor a eles; e Deus
castigou a Pentápolis, fazendo baixar fogo e enxofre, convertendo toda a região
em pó e cinza.” “Deus salvou a Ló, mas converteu a sua mulher em estátua de sal
por olhar para trás, contrariando o advertido pelos anjos enviados a castigar
as cidades.”
PENTATEUCO
O termo vem do grego e significa “cinco rolos”, isto é, os
cinco primeiros livros da Bíblia, chamados
também “Lei de Moisés” (2Cr 23,18) ou “Lei” (Ne 8,2). Os samaritanos reconhecem
apenas o Pentateuco como canônico.
PENTECOSTES
Símbolo do Cenáculo, onde os Apóstolos se reuniram, pela
primeira vez, à espera do Espírito Santo, inspirador de todos os seus trabalhos
na Igreja. No Cenáculo, desde a sua fundação, a comunidade cristã aí se reúne,
para ser conduzida pelo Sopro Inspirador, compartilhando o amor em Cristo. Atualmente
o 50.º dia após a Páscoa é considerado pelos cristãos o dia de Pentecostes. No
antigo calendário israelita estão relacionadas três festas (Ex 23.14-17;
34.18-23): a primeira é a Páscoa, celebrada junto à dos Ázimos ou Asmos; a
segunda é a Festa das Colheitas ou Semanas que, a partir do domínio Grego,
recebeu o nome de Pentecostes; finalmente, a festa dos Tabernáculos ou Cabanas.
As duas primeiras celebrações foram adotadas pelo cristianismo, porém, a
terceira foi relegada ao esquecimento. Seria extremamente exaustivo tentar
abordar a origem dessa festa a partir dos cananeus, ou de outros povos do
Antigo Oriente Médio. Todavia, é perfeitamente justo suspeitar que o costume de
realizar a Festa das Colheitas pertencia aos cananeus. No Antigo Testamento, a
liturgia mais desenvolvida dessa festa encontra-se em (Lv 23.15-21). Porém, (Dt
16.9-15); mostra uma outra liturgia que reflete um diferente período e,
conseqüentemente, um novo ambiente de celebração.
PERDÃO
O poder de perdoar é um poder messiânico, pertence ao
“Messias-Juiz” (Is 33,24; Jr 31,34; 33,8; Ez 16,63; 36,25-33). Está ligado ao
dom do Espírito (Ez 36,27; Is 11,1-3; Jó 20,19-23). É um poder do Filho do
homem (Mt 9,3-7; Lc 7,48s; Dn 7,13s). O perdão de Deus está subordinado à fé do pecador arrependido (Mt 9,1-8;
Lc 5,17-26; 7,48-50; At 10,42s; 13,38; 26,18). Esta fé pode ser também a de uma
comunidade (Mc 2,2-5). O poder de perdoar dos ministros da Igreja (Mt 9,8;
16,19; 18,28; Jó 20,19-23). Os cristãos devem ser portadores do perdão de Deus
(Mt 5,23-26; 6,12-15; 18,21-25; Lc 11,4; 17,3s; 2Cor 2,5-11). Devem perdoar até
aos inimigos (Eclo 28,1-7; Mt 5,44s; 6,12; 18,21s.35; Lc 6,36; 17,3; Rm
12,17-19; Ef 4,32; 1Ts 5,15; 1Pd 3,9; 1Jó 2,11).
PEREGRINAÇÃO
O Êxodo é uma peregrinação para a
Terra Prometida, para o país da liberdade. As peregrinações a Jerusalém situam-se
neste movimento (Sl 48; 84; 121-122; Dt 16,16s; Lc 2,41). Também o regresso do
Exílio é previsto como uma peregrinação processional (Is 35,6-10; 60; Jr
31,12-14; Ne 12,31-40). A entrada dos pagãos na Igreja é descrita como uma
peregrinação-procissão (Is 60; Mt 2,1-12). A procissão da Arca da Aliança (1Rs
8,1-4; Sl 131; 2Cr 5,2-5) renova-se com a subida de Cristo a Jerusalém (Lc
2,22-51; 19,28-38). Lc apresenta o ministério de Cristo como uma subida a
Jerusalém (Lc 9,51-53; 13,22.33; 17,11; 18,31). E a missão dos apóstolos é
descrita como uma peregrinação da Palavra, de Jerusalém a Roma (At 1,8; 8,1;
10,1-48; 11,19-21; 13,1-51; 27,Is; 28,30-31). Também João constrói o seu
Evangelho sobre as “subidas” de Cristo a Sião (Jó 2,13; 5,1; 7,1-10; 10,22s;
12,12). Mas, na sua última peregrinação Cristo deixa a cidade, caminhando para
a Cruz (Jó 19,16s). A meta da nossa peregrinação é a Jerusalém celeste, onde
Cristo está ressuscitado (Ap 7,1-11; 1Pd 2,11s; Hb 11,8-16). Por isso, Cristo e
o cristianismo são “caminho” (Jó 14,4-6; At 9,2; 19,9.23; 22,4; 24,22).
PERFEIÇÃO
No AT: Gn 17,1; Lv 11,44; 19,2; 20,7.26; Nm 15,40; Dt 7,6;
18,13; Js 24,14. A perfeição dos escribas e fariseus estava no cumprimento da
Lei (Sl 119; Jó 1,1; Lc 1,6; 18,9-14; Jo 5,44; Rm 10,3s; Gl 3,10s). A perfeição
cristã está no amor que é Deus em Cristo (Mt 5,48; Lc 6,36; Cl 3,14; 1Cor 11,1;
Fl 2,5-8; 1Ts 4,1-4; 1Pd 2,21-25; 3,18; 1Jó 3,24).
PERFUMES
Altar dos perfumes, que servia para se oferecerem nele
vários aromas a Deus. Estava este Altar na primeira parte do Tabernáculo,
diante do véu que separava a Arca da Mesa dos pães da Proposição e do
Candelabro de Ouro. (Êx 25, 6; 35, 8; 37, 29).
PERGAMINHO
Pele de cabra, ovelha ou de outro animal, que é raspada e
polida para servir de material de escrita. O método de preparar o pergaminho
foi inventado e aperfeiçoado na Ásia Menor, graças a um boicote. O rei de
Pérgamon (hoje Bérgama, na Turquia), Ecumênio II (197-159 aC ), queria fazer da
biblioteca real de 200.000 manuscritos a maior biblioteca do mundo. Diante
destes esforços, o rei do Egito boicotou a exportação de papiro, para
salvaguardar a primazia cultural de Alexandria. O novo material de escrita
inventado em Pérgamon foi chamado “pergaminho”. Em razão de sua durabilidade
difundiu-se no mundo greco-romano. Os mais antigos códices da Bíblia são de
pergaminho.
PÉRGAMO
Cidade da Mísia, na Ásia Menor. S. João dirigiu ao bispo de
Pérgamo uma queixa, em que mencionava os nicolaítas. (Apc 2. 13-16). No monte
cônico, quase 300 metros
acima do vale ao redor da cidade, vários
templos foram construídos, entre os quais destaca-se um altar dedicado a
Asclépio, deus grego da cura. Pérgamo tornou-se o centro de quatro seitas pagãs
durante o século I, competindo com Éfeso. Pérgamo foi também uma das sete
igrejas mencionadas no livro do Apocalipse na Bíblia.
PERGE
Foi a capital da província da
Panfília, local onde Paulo e Barnabé visi¬taram em sua primeira viagem
missionária. (At 13, 13-14; 14, 25).
PÉROLA
Concreção calcária que se forma no interior da concha de certas
ostras, considerada, desde os mais antigos povos, como de alto valor. No Novo
Testamento, Cristo compara o reino do céu a uma pérola de grande preço (Mt 13,
45) e concita seus discípulos a não atirarem pérolas aos porcos. (Mt 7, 6).
PERSEGUIÇÃO
É a sorte dos profetas (1Rs 19,1-18; Jr 13-18; Is 28,9s; Lc
11,49s; Mt 22,6s; 23,34-39; At 7,51s). Cristo é o Servo de Javé perseguido (Is
53; Sl 69; Mt 2,13-21; Mc 3,6.22; Lc 4,28-30; Jo 11,47-54; 16,1-4; Mc
14,43-15,47; At 8,26-35). A perseguição é um exercício expiatório da Igreja (Fl
3,10; Rm 8,17; 1Pd 4,13); é a glória dos discípulos de Cristo (Mt 5,10-12;
10,17-22; Rm 8,35; 1Cor 4,12; 2 1Cor 4,9; 12,10; 2Tm 3,12).
PERSEVERANÇA
A perseverança bíblica é a confiança em Deus e resistência
ao mal (Sl 25,2; Eclo 22,18; Tg 5,10s). O justo persevera, esperando a
intervenção de Deus (Jó 6,8-13; 15,31; Mt 24,13; Mc 13,13). Perseverança nas
boas obras (2Cr 15,7; Eclo 2,16; 5,11s; Ez 33,18; 1Cor 15,58; 2Ts 2,2; 3,13; Tg
1,8). Perseverança na fé (At 14,21s; 1Cor 16,13; Ef 4,14; 1Tm 1,19; Hb 10,38).
Perseverança na vocação (Pr 27,8; Eclo 11,23s; 1Cor 7,20; Hb 3,14; 10,23).
Perseverança na graça especial (1Cor 1,8; Ef 6,10; 1Ts 5,24). Prêmio da
perseverança (Mt 10,22; Rm 2,6s; 1Tm 3,16; Ap 2,10; 3,21).
PESO
Palavra usada, além da significação
própria, para indicar figuradamente o juízo de Deus contra um povo ou lugar.
(Is 14, 28; Os 8, 10).
PETOR
Cidade situada no norte da Palestina, nas vizinhanças do
Rio Eufrates, habitada pelos heteus até a conquista de Salmanasar, que a
transformou em colônia assíria. (Num 22, 5).
PIGMEUS
Povo de grande coragem, que defendeu as torres de Tiro. (Ez
27, 11).
PILATOS, PÔNCIO
Foi o prefeito da província romana da
Judéia entre os anos 26 e 36. Foi o juiz que, de acordo com a Bíblia, após ter
lavado as mãos, condenou Jesus a morrer na cruz, apesar de não ter Nele
encontrado nenhuma culpa. Os evangelhos citam que Pilatos era ferrenho inimigo
de Herodes Antipas, mas ficaram amigos após este ter recebido Cristo das mãos
de Pilatos em face da origem de Cristo ser a Galiléia. Eusébio de Cesaréia, em sua História Eclesiástica ,
afirma que Pilatos caiu em desgraça junto ao imperador e cometeu suicídio por
volta do ano 37 d.C. (Mt 27; Lc 23).
PINÁCULO
Parte elevada do Templo, onde Jesus foi conduzido por
Satanás para contemplar a magnificência do mundo. (Mt 4, 5).
PISCINA
Tanques ou reservatórios de água existentes em várias
cidades, de onde era canalizada para regar os jardins. Em Jerusalém havia os
tanques de Betsaida, Siloé e Gion. (2 Rs 2, 13; 4, 12; 3 Rs 22, 38).
PISÍDIA
Distrito da província da Galácia,
cuja cidade principal era Antioquia. O apóstolo Paulo passou pela Pisídia em
sua primeira viagem missionária, viajando da costeira Panfília, pelas
montanhas, até a Antioquia da Pisídia. (At 13:13, 14) Também passou pela
Pisídia na viagem de regresso. (At 14:21, 2) Os bandidos e os turbulentos rios
montanhosos dessa região bem que poderiam constituir a base para Paulo dizer
que enfrentara “perigos de rios, ... perigos de salteadores de estradas”. (II
Cor 11:26).
PITONISA
Mulher que se entregava à prática da magia, o que era
contrário à Lei de Deus. Por esse motivo, Saul expulsou várias delas que se
achavam em seus domínios; porém, mais tarde, uma dessas adivinhas lhe fez
aparecer Samuel, que lhe profetizou sua morte e a de seus filhos, (l Rs 28,
1-24).
PLÁTANO
Árvore silvestre na Palestina, embora cultivada em alguns
lugares. É o platanus orientalis, traduzido também como pinheiro em algumas
versões. (Gên 30, 37; Ez 31, 8).
PLÊIADES
Grupo de estrelas da constelação de
Touro. Os antigos referiam-se a elas como sendo em número de sete, mas são
vistas apenas seis atualmente a olho nu. (Jó 9, 9; 38-31 Am 5, 8).
PLENITUDE
A vinda de Cristo constitui a plenitude dos tempos (Gl 4,4;
Ef 1,10). Pela sua ressurreição, Cristo torna-se Cabeça da Igreja e do Universo
(Cl 1,15-19; 2,9-15; 1Cor 15,20s; Ef 5,25; Cl 2,9; Jó 1,14). A Igreja é a
plenitude de Cristo (Ef 1,22s; 1Cor 12,6; 15,28; Cl 3,11). Os carismas, a fé e
a caridade tornam os cristãos participantes da plenitude de Cristo (Ef 4,11-13;
1,17-19; 3,17-19; 4,10-13). A caridade é a plenitude de todas as virtudes (Rm
13,8-10; Ef 1,10; Cl 3,14).
POBREZA EVANGÉLICA
Natureza: (Mt 10,9; 1Cor 7,29-31; Fl
3,8; 1Tm 6,7); vantagens: (Ecl 5,14; Eclo 20,21; Mt 19,21-24; Lc 6,20; 14,33;
18,28-30; 1Cor 9,25); exemplos: (Lc 5,11; At 2,44s; 4,32-35; 2Cor 6,10).
POÇO
Escavação feita na terra para
encontrar água. Quando não era muito profunda, tirava-se por meio de um cântaro
mergulhado, sendo também usadas para o mesmo fim vasilhas de barro ou de couro
baixadas com cordas. Havia também poços nos quais se cavavam degraus nas
rochas, de modo a atingir a superfície da água. Geralmente, os poços ou
cisternas eram circundados por meias paredes de pedra. Muitas vezes a escavação
era também feita em sentido horizontal, correndo a água encontrada pelas
depressões do terreno, até ser acumulada em lugar próprio. Diversos desses
poços conservaram os nomes daqueles que os perfuraram, como o poço de Jacó,
onde a Samaritana se encontrou com Jesus e recebeu dele a mais eloqüente lição
de sua vida. (Jó 4, 5).
POMBA
Ave mencionada em várias passagens da Escritura como
símbolo da simplicidade, timidez e graça. SI
54, 47; (Cânt l, 15; Os 7, 11). Era vendida no átrio do Templo (Mt 21, 12) para
os sacrifícios e é símbolo do Espírito Santo. (Lc 3, 22).
PONTO
Região marítima a nordeste da Ásia Menor, a sudeste do Mar
Negro. Entre os ouvintes de São Pedro, no dia de Pentecostes, alguns se
contavam provenientes do Ponto. (At 2, 9).
PORCO
Animal imundo, conforme preceituava a lei cerimonial (Lev
11,7). Sua carne é abominável aos judeus (Is 65, 4). Era símbolo da imundíce
(Prov 11, 22; Mt 7, 6) e a condição mais degradante a que um homem podia chegar
era a de cuidar desses animais. (Lc IS, 15).
PORTA
As cidades mais importantes eram cercadas por muralhas. A
saída e a entrada da cidade eram controladas por uma ou mais portas. A porta,
além de significar segurança (Sl 87,2), tornou-se também um lugar público onde
se faziam negócios, decidiam-se questões judiciais (Rt 4). Em sentido
simbólico, Jesus comparou-se à porta, pois somente por ele temos acesso às
realidades celestes e recebemos os dons divinos (Jó 10,7).
PÓRTICO
Espécie de varanda coberta e sustentada por meio de
colu¬nas, encontrada nos palácios dos potentados e nos templos. Ficou celebre o
pórtico oriental do Templo de Salomão. (Ez 8, 16; Jó 10, 23; At 3, 11; 5, 2).
POVO DE DEUS
A expressão “povo de Deus” está ligada à terminologia da
aliança (Rm 9,24s; Os 1,9; 2,25; 2Cor 6,16; Hb 4,9; 8,10; Jr 31,33; 1Pd 2,10;
Ap 18,4; 21,3).
POTESTADES
Termo bíblico Cristão que se refere a seres celestiais,
espeficamente anjos e hostes de demônios (anjos caídos). Exemplo: Livro de
Efésios - Capítulo 3 - Verso 10 “...para que, pela igreja, a multiforme
sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos
lugares celestiais” NA GUERRA CONTRA OS PRINCIPADOS E POTESTADES. SALMO 45 1.
De boas palavras transborda o meu coração: Ao Rei consagro o que compus, a
minha língua é como a pena de habilidoso escritor. 2. Tu és o mais formoso dos
filhos dos homens; nos teus lábios se extravasou a graça; por isso Deus te
abençoou para sempre. 3. Cinge a espada no teu flanco, herói, cinge a tua
glória e a tua majestade! 4. E nessa majestade cavalga prosperamente, pela
causa da verdade e da justiça: e a tua destra te ensinará proezas. 5. As tuas
setas são agudas, penetram o coração dos inimigos do Rei: os povos caem
submissos a ti. 6. O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; cetro de equidade
é o cetro do teu reino. 7. Amas a justiça e odeia a iniqüidade; por isso Deus,
o teu Deus, te ungiu com o óleo da alegria como a nenhum dos teus companheiros.
PRAGA
Segundo a linguagem da Escritura, uma forma de castigo que
Deus enviava, para fazer o povo compreender as conseqüências da transgressão de
suas leis e da prática do mal. A primeira menção de uma praga na Escritura,
como castigo, é em (Gên 12, 17), quando Faraó foi atingido pelo fato de ter
cobiçado Sara, mulher de Abraão. Vêm em seguida as Pragas do Egito, mandadas em
número de dez contra os egípcios, ao ensejo da saída dos israelitas sob o
comando de Moisés, procurando livrar-se da servidão. (Êx caps. 7 a 11).
PREDESTINAÇÃO
É o plano e o conhecimento prévio que
Deus tem de nossa salvação: (Sb 15,7; Eclo 33,10-14; Mt 20,16; Rm 8,28-30; Ef
1,5; 2Tm 2,20). É um mistério: (Eclo 3,22s; Jó 15,16; Rm 9,14s.18-21; 11,5). O
conhecimento prévio que Deus tem de nossa salvação não tolhe nossa
responsabilidade e deve provocar uma atitude de temor e de confiança; (Ecl
9,1s; Jó 3,16s; Rm 11,20; 1Cor 4,4; Fl 2,12; 1Tm 2,4; 4,10; 2Pd 1,10).
PREGAÇÃO
A pregação neotestamentária tem três objetos centrais: O
Evangelho ou o anúncio do Reino aos pobres (Lc 4,16-22.43s; 6,20-23; Mc 1,1; Mt
3,2; 4,23; 11,2-6; At 13,32s; Is 40,9-15; 61,2). É o anúncio do “mistério”, do
plano de Deus, realizado em Cristo e na Igreja e inclui também o que Jesus
disse e fez (At 1,1s; 1Cor 1,17-25; 15,3-5; Cl 1,24-29; 4,2-4; Ef 3,1-7; Rm
1,1-6). O convite à conversão e à participação no banquete messiânico (Pr
9,2-5; Mt 22,2-10; 25,6; Jó 2,2). O “nome”de Jesus, isto é, a sua elevação à
categoria de “Senhor” (Kyrios), título obtido pela sua morte e ressurreição (Rm
1,4s; At 8,12; 5,41s).
PRETÓRIO
Nome dado ao palácio de Pilatos em Jerusalém, onde se davam
audiências e se lavravam as sentenças. Também o palácio de Herodes, em
Cesaréia, onde Paulo esteve preso, era assim denominado. (Mc 15, 16; Mt 27, 27;
At 33, 35).
PRIMÍCIAS
Primeiros frutos da terra oferecidos a Deus (Lv 23,10-17;
Dt 26). No sentido simbólico, o termo é aplicado a Israel (Jr 2,3), a Jesus
ressuscitado (1Cor 15,20.23), aos primeiros convertidos ao cristianismo (Rm
16,5).
PRIMOGÊNITO
Tanto a primeira cria de um animal,
como os primeiros frutos das árvores deviam ser oferecidos ao Senhor no
santuário, em agradecimento pelo dom da vida. A mesma lei se aplicava ao
primeiro filho do casal: ele era considerado propriedade do Senhor (Ex 13,2;
22,29). Mas como sacrifícios humanos eram severamente proibidos, os pais,
depois de oferecer o menino no templo, o resgatavam mediante uma oferta
material. Esse costume devia lembrar aos israelitas a noite do êxodo, quando
Deus fez morrer os primogênitos dos egípcios, ao passo que preservou os filhos
dos israelitas (Ex 12,29). Também Jesus, aos quarenta dias de idade, foi levado
ao templo por seus pais, oferecido ao Senhor e em seguida resgatado (Lc 2,28s;
Ex 13,12). Ao filho primogênito cabiam os direitos de primogenitura, como dupla
herança (Dt 21,17), supremacia entre os irmãos e chefia da família (Gn
27,29.40; 49,8). Mas às vezes, como no caso de Jacó e de Judá (27,30-37;
49,4-8), este direito não foi respeitado. Jesus é chamado “primogênito de toda
criatura” (Cl 1,15; Hb 1,6) em razão da supremacia que o Pai lhe concedeu entre
os homens (Rm 8,29).
PRÍNCIPE
Designação dada a quem exercia autoridade e, de modo geral,
título de que gozavam os oficiais da Sinagoga (Lc 8, 41), os membros do
sinédrio (Jó 3, - At 16, 19).
PRISCILA
Esposa de Áquila, mencionada em (At 18, 1-3. 18. 26) e
saudada por São Paulo em sua carta aos Romanos. (Rom 16, 3- 1 Cor 16:19 - 2 Tim
4:19).
PROFECIA
Relato, muitas vezes com conotação religiosa, no qual se
prevê acontecimentos futuros. A previsão
profética pode surgir por visões, sonhos ou até mesmo encontros com um ser
sobrenatural, sendo muitas vezes considerados como mensagens divinas. Aqueles
que obtem as revelações são, muitas vezes, chamados de profetas. As profecias
estão presentes na maior parte das grandes religiões. A maioria das religiões
cristãs acreditam que somente Deus pode ver o futuro e muitas vezes é o desejo
de Deus revelar fatos futuros ao homem. Para isso, Deus usava e ainda usa até
hoje homens que recebem as Suas revelações e as transmite por forma oral e/ou
escrita. A crença que Deus fala aos homens sobre fatos vindouros está
fundamentada em muitos textos da Bíblia tais como: (Is 46:9 e 10 - Amós 3:7 -
II Crônicas 20:20 - Is 42:9 - II Pedro 1:20-21).
PROFETA
É alguém que fala aos outros em nome de Deus (Dt 18,18). É
um porta-voz escolhido, enviado e inspirado por Deus para fazer em seu nome
pronunciamentos (Jr 7,25; 25,4; 2Rs 17,13), chamados oráculos, e para fazer ver
a vontade divina (Am 3,7). Por causa do conhecimento dos segredos divinos é
chamado também “visionário”ou “vidente” (1Sm 9,11; Am 7,12; Is 30,10). Mas o
essencial de um profeta é falar em nome de Deus e não prever o futuro ou estar
sujeito a transes proféticos (Nm 11). Em Israel houve comunidades ou confrarias
proféticas, que viviam junto dos santuários (1Sm 19,18-24; 1Rs 18,4.13.22; 19,10;
2Rs 2,3-5.15-18; 4,1; 5,22; 6,1). Eram parecidas com as dos “profetas de Baal”
(1Rs 18; 2Rs 10,19-25). Houve também profetas cortesãos (1Rs 22; Jr 28). Estes
foram freqüentemente combatidos pelos verdadeiros profetas (Mq 3,5; Sf 3,4; Jr
5,31; Ez 13,9s). No AT Deus comunicou-se com os homens por meio de Moisés e dos
profetas. Nos últimos tempos falou por meio de seu Filho Jesus Cristo (Jó
1,1-18; Hb 1,1s), o profeta como Moisés (Dt 18,15; Jó 1,21; 6,14; 7,40).
Fala-se de profetas também no Novo Testamento (At 2,17; 11,27; 13,1; 15,32;
21,9; 1Cor 12; 14,26-32; Ef 4,11; Rm 12,6; Ap 1,3; 2,7; 1Ts 5,19s; 1Tm 1,18;
4,14; 1Pd 1,10).
PROMESSA
O termo não ocorre no AT, mas o
conceito está presente. Deus promete ao homem e cumpre a sua palavra (Is 40,8),
que é eficaz (Is 55,9-11). Deus prometeu numerosa descendência, uma terra e a
bênção a Abraão. A Davi prometeu uma dinastia estável (2Sm 7,5-16; 1Rs 2,4),
promessa atualizada pelas promessas messiânicas e escatológicas (Is 2,2-5;
11,1-9). As promessas, fruto da bondade e misericórdia de Deus, são garantidas
por sua fidelidade. No NT o aspecto profético da palavra de Deus e a história
do povo eleito são chamados promessa, que teve sua realização em Cristo. A promessa
realizada se torna o anúncio da boa-nova (At 13,32). A promessa caracteriza a
gratuidade dos dons divinos em oposição às obras da Lei (Rm 4,13-21; Gl
3,17-22). Em Cristo as promessas divinas se tornaram um “sim” (2Cor 1,20; Ap
3,14).
PROPICIATÓRIO
A cobertura da Arca, feita de ouro,
ladeada por dois querubins também de ouro, cujas asas se tocavam e no meio dos
quais se manifestava a glória de Deus. (Êx 25, 17-22; 30, 6; Num 7, 89).
PROSÉLITO
Pagão convertido ao judaísmo, que se agregou ao povo judeu
pela circuncisão (Mt 23,15; At 2,11). Alguns prosélitos converteram-se ao
cristianismo (At 6,5; 13,43).
PROSTITUIÇÃO
Relações sexuais com mulheres, por dinheiro, não eram desconhecidas em Israel (Gn 38,15-23; Jz
16,1). Mas era uma prática condenada pela Lei (Lv 19,29) e por São Paulo (1Cor
6,15s). Em Canaã era comum a prostituição de homens e mulheres, que se
ofereciam em santuários, nos cultos de fertilidade em honra de alguma
divindade; a prática era repelida pela Lei (Dt 23,18).
PROVÉRBIOS, LIVRO DOS
Um dos livros sapienciais do Antigo
Testamento da Bíblia. Conforme declara a sua introdução, tem como propósito
ensinar a alcançar sabedoria, a disciplina e uma vida prudente e a fazer o que
é correto, justo e digno. Em suma, ensina a aplicar e fornecer instrução moral.
Como é comum na Bíblia Hebraica, o título hebraico do livro é simplesmente um
conjunto de palavras do primeiro verso do livro. Na Septuaginta esse livro se
chama Paroimiai, que significa “provérbios, parábolas”. O Livro de Provérbios
ocupa o terceiro lugar na ordem dos Hagiógrafos no Cânon Judaico, e foi um dos
que foram discutidos no Sínodo de Jâmnia. A tendência não era excluí-lo do
Cânon Sagrado, mas da leitura pública, na sinagoga. A questão básica girava em
torno de Pv. 26.4,5, pois alguns rabinos viam contradições nessas passagens; a
conclusão deles é que o primeiro versículo diz respeito à Lei e o segundo fala
sobre a vida secular. A autoria dos Provérbios não é algo fácil de determinar.
Contudo estudiosos apontam que foi Salomão aquele que escreveu a maior parte.
Agur e Lemuel contribuíram nas últimas seções.
PROVIDÊNCIA DIVINA
Em geral: (Sl 104,27s; 145,15s; Sb 6,7; Mt 6,25-30; At
17,28; Cl 1,17; 1Pd 5,7). Em particular: (Sl 23,1; 37,23; 147,8s; Eclo 17,19;
Is 43,1s; Lc 12,6s.22-32). Tudo acontece por vontade ou permissão de Deus: (Jó
5,6.17s; 34,21; Pr 5,21; 16,9; 19,21; Lm 3,37; Am 3,6; Mt 10,29-31; Rm 8,28;
2Cor 4,17; Hb 12,11s; 2Pd 3,9).
PROTOMÁRTIR
Título dado a Santo Estêvão por ter
sido o primeiro cristão a sofrer o martírio. (At 7, 54).
PRUDÊNCIA
Realiza as obras planejadas com
sabedoria (Pr 24,3; Sb 9,11). Obtém-se com a oração (1Rs 3,9; Pr 2,6-9; Sb
8,21; 9,9-11) e com a docilidade aos pais, mestres e anciãos (Pr 1,8s; 6,20-22;
7,1s; 23,22-25; Sb 4,9; Eclo 25,3-6; 44,1-4). Quem observa as palavras de
Cristo é prudente (Mt 7,24-27). A máxima prudência é dar tudo para entrar no
Reino (Mt 13,44s; 19,21; 25,26s; Lc 14,28-32). O cristão prudente vigia,
esperando o seu Senhor (Mt 25,8-11; 26,41; Lc 12,35-37; Mc 13,35; 1Pd 4,7).
Também existe uma prudência falsa, mundana (Is 5,21; 7,12; Lc 12,16-20; 16,8).
PTOLOMEU
Nome comum aos reis do Egito, que
teve origem nos dias de Alexandre, o Grande, começando com Ptolomeu Sóter, que
entrando em Jerusalém como amigo, levou cativo grande número de judeus. Outro
Ptolomeu ajudou por muito tempo os Macabeus, casando-se com a filha de Simào
Macabeu. No entanto, mandou matar o sogro e os cunhados na fortaleza de Doe,
proximidades de Jericó, (l Mac 16, 11).
PUBLICANO
Cobrador de impostos a serviço do governo romano. O posto
era leiloado e por isso muito cobiçado nos vários distritos e vilas. Para
cumprir o compromisso assumido com o governo cobravam-se pesadas taxas; por
isso, os publicanos eram odiados pelo povo em geral.
Mateus exercia
este ofício em Cafarnaum (Mt 9,9) e Zaqueu em Jericó (Lc 19,1-10). Jesus era
acusado de ser amigo de cobradores de imposto e de pecadores (Mt 9,10-13;
11,19).
PUREZA
Pureza cultual: é a aptidão exigida pela Lei para
participar no culto. Não tem relação direta com a pureza em sentido moral (Lv
11,11-15). Vários fenômenos tornavam o homem impuro. A verdadeira impureza é o
adultério religioso, a idolatria (Os 2; Ez 16; 23), própria de um coração
incircunciso (Jr 9,24s; Rm 2,25-29). Pureza moral: Os profetas insistem na
pureza interior, frente aos formalismos cultuais (Is 1,15-17; 29,13; Os 6,6; Am
4,1-5; 5,21-23; Sl 18,21-25; 51,12).
PURGATÓRIO
Segundo a Igreja Católica, não é um
nível intermédio entre o Inferno e o Paraíso, mas uma última oportunidade de
purificação/conversão onde as pessoas que morreram em estado de graça (isto é,
já estão destinadas ao paraíso), mas ainda precisariam se preparar para ter
capacidade de ver Deus face-a-face no Céu. A sua existência foi teorizada no
pontificado do Papa Gregório I, em 593, com base no livro de 2º Macabeus
(12.42-46 2Mc 12,43-46; Mt 5,25s; 12,32; Lc 12,48; 1Cor 3,13-15; 2Cor 5,10; Gl
6,8; Ap 21,27).
PURIFICAÇÃO
Rito que visava recolocar na esfera da comunicação com a
divindade indivíduos que contraíam alguma “impureza”. Havia ritos para
purificar quem tivesse tocado um cadáver (Nm 5,2s; 6,9-12; 19) ou contraído uma
doença de pele (Lv 14-15) e para a mulher que deu à luz (12,8; Lc 2,21-24).
PURO-IMPURO
Puro e impuro são noções encontradas
quase em todas as
religiões antigas e povos primitivos. Não se trata de pureza física, moral ou
de castidade. Impuro é o que está carregado de forças perigosas ou pode
desencadeá-las, e por isso deve ser evitado. A impureza não significa, pois,
culpabilidade ou pecado; por exemplo, a mulher após o parto ou durante a
menstruação é considerada impura; tocar um morto, estar atacado por certas
doenças (“lepra”) torna a pessoa impura. Certos animais ou alimentos de origem
agrícola são considerados impuros e por isso rejeitados pela cultura nômade da
qual provinham os israelitas. Assim os animais elencados em (Lv 11,29) são
considerados impuros pois tinham um papel no culto cananeu; o porco era impuro
porque era usado no culto de Adônis-Tamuz. Tais proibições visavam evitar
misturas e manter a integridade. Por isso também animais ou coisas híbridas
deviam ser evitados (Lv 18,23; 19,19). O motivo original de tais práticas podia
ser um simples tabu. Mas, no contexto atual, Israel deve evitar certos
alimentos e atos que o tornam impuro, porque impedem de participar no culto
divino (Lv 11,1-47). Jesus criticou este conceito de pureza ritualística e
meramente exterior (Mt 23,25s), mostrando que o que torna impuro o homem não
são as coisas que vêm de fora, mas o que procede do coração: os maus
pensamentos que levam ao pecado (Mc 7,15-23; Lv 12,1-8; 14,33-53; 15,1-33).
PUTIFAR
1) Foi um eunuco e general de exército
egípcio que comprou José, filho de Jacó, como escravo. Referido no livro de
Gênesis, em seu capítulo 39, Potifar assume importante papel para a consecução
dos fatos que levaram José a ganhar relevância junto ao Faraó. É referido,
indiretamente, pela última vez no capítulo 41, versículo 10. Tendo José sido
vendido pelos próprios irmãos como escravo, foi adquirido por Potifar, eunuco,
capitão da guarda, e nalgumas versões ainda como “varão egípcio”, ou ainda
“oficial da corte e “chefe da guarda pessoal do faraó”. 2) Um sacerdote de
Heliópolis, pai de Asenet. (Gên 41, 45-50).
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