Dicionário Bíblico
Letra L
LAAMÁS
Cidade de Judá, mencionada em (Js 15:40).
LABÃ
Local no deserto, perto do qual Israel acampou (Dt 1:1).
LABÃO
Filho de Betuel, que era filho de Naor, o irmão de Abraão.
Vivia em Harã, na Mesopotâmea. A sua irmã Rebeca foi mulher de Isaque (Gn 24).
Jacó, um dos filhos deste casamento, fugiu para casa de Labão, com cujas filhas
- Raquel e Leia - ele acabou por casar.
LACUM
Cidade no território de Naftali (Js 19:33).
LADRÕES, OS DOIS
Homens, que apareceram na cena da crucificação, não eram
simples ladrões, mas salteadores ou bandidos, fazendo parte dos terríveis
bandos que infestavam a Palestina nesse tempo. A parábola do Bom Samaritano nos
mostra como era comum serem por eles atacados e roubados os viajantes, mesmo na
grande estrada que ia de Jerusalém a Jericó (Lc 10.30). Era necessário empregar
a força armada para os impedi-los (Lc 22.52). Muitas vezes, como no caso de
Barrabás, a vida desses turbulentos salteadores estava em conexão com um zelo
fanático pela liberdade, sendo transformado o saque numa popular insurreição
(Mc 15.7). Para crimes desta espécie era a crucificação a pena aplicada.
LAGAR
Máquina para esmagar uvas na fabricação de vinho. (Is 63,
2).
LAGO DE FOGO
No sentido literal, o lago de fogo só existirá após o
período dos mil anos. Isto é muito claro nas Escrituras: “Então, a morte e o
inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o
lago de fogo”. (Apocalipse 20:14). O sofrimento de alguns pecadores ao
queimarem sem dúvida durará um período de vários dias e noites (Ap 20:10),
porque cada pessoa ímpia será recompensada “conforme as suas obras” (Mat
16:27). Sendo assim, o diabo demorará mais tempo do que os outros, pois seus
pecados foram um maior proporção do que os pecados de qualquer outro; mas a
Bíblia não diz que ele será atormentado pela eternidade, pois o livro sagrado
afirma: “... os ímpios serão como o restolho; o dia que vem os abrasará, diz o
SENHOR dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo... Pisareis
os perversos, porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés, naquele
dia que prepararei, diz o SENHOR dos Exércitos”. (Malaquias 4:1-3).
LAÍS
1) Cidade cananéia no extremo norte
da Palestina, depois chamada de Dã, na altura em que os danitas capturaram a
cidade (Jz 18:7-29). Era também chamada Lesém (Jos 19:47). Laís aparece pela
primeira vez em registros extra-bíblicos, em textos egípcios e mais tarde numa
tabuínha cuneiforme do século XVIII encontrada em Mari. 2) Cidade no território
de Benjamim, situando-se aparentemente entre Galim e Anatote (Is 10:30). 3) Pai
de Palti (1Sm 25:44).
LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS
As lamentações de Jeremias constam de cinco poemas. Estes
poemas, à exceção do último, são no original hebraico acrósticos alfabéticos,
começando cada estância com uma nova letra, o terceiro tem ainda a
particularidade de principiarem todas as três linhas de cada estância pela
mesma letra, o quinto poema não é um acróstico, embora tenha, como os outros,
vinte e duas estâncias. A autoria do livro é uniformemente atribuída por
antigas autoridades ao profeta Jeremias, embora no original hebraico não venha
o seu nome. A versão dos Setenta tem uma nota, explicando que ‘Jeremias... fez esta lamentação sobre
Jerusalém, e disse’. A elegia sobre Josias, que é atribuída a Jeremias em (2 Cr
35.25), e à qual se refere Josefo, como tendo permanecido até ao seu tempo, é,
talvez, uma referência às Lamentações. A data dos poemas, se eles são de
Jeremias, deve ter sido a daquele tempo que imediatamente se seguiu à queda de
Jerusalém - mas, se é outro o autor, foram então escritos em qualquer ocasião
antes da volta do cativeiro, os assuntos do livro: (1) a miséria da cidade
destruída, e é confessada a sua culpa e a justiça do julgamento divino - (2) a miséria
da cidade, descrita com expressões ainda mais lastimosas - (3) a lamentação
pelas desgraças dos povos, seguindo-se firmes palavras sobre a compaixão e
justiça de Deus, e uma oração pedindo o Seu auxilio - (4) ainda uma confissão
do pecado - (5) mais uma vez são expostos os infortúnios do povo judeu, e, por
fim, vem uma oração implorando a misericórdia de Deus.
LAMEQUE
1) Foi o quinto da descendência de Caim. Foi o primeiro a
violar as ordens primitivas sobre o casamento (Gn 4:18-24). O discurso que dirigiu
às suas duas mulheres, Ada e Zila (Gn 4:23, 24), é o único exemplo existente de
poesia antediluviana. É chamado o “Cântico Guerreiro de Lameque”. Lameque era
“rude e violento”, não temendo a Deus, nem aos homens. Com ele acaba a raça de
Caim. Nada sabemos sobre a sua descendência. 2) Foi o sétimo na linhagem de
Sete, sendo o único filho de Matusalém. Noé foi o mais velho dos seus vários
filhos (Gn 5:25-31; Lc 3:36).
LAODICÉIA
Era uma florescente e rica cidade da Ásia Menor, nas
margens do rio Lico, perto de Colossos, sobre a estrada principal, que, de
grande movimento comercial, punha em comunicação o oriente com o ocidente da
Ásia - a sede de uma importante igreja cristã, que não foi visitada por S.
Paulo (Cl 2.1 - 4.13,15 - Ap 1.11 - 3.14). Importante cidade do oeste da Ásia
Menor e que pertencia à Frígia. Situava-se numa extremidade do vale do rio
Lycus, um tributário do Meandro e entre montanhas que se elevam a alturas que
se encontram entre os 2440 e os 2750 metros . Foi provavelmente fundada por Antíoco
II (261-246 AC ),
que lhe deu este nome em honra da sua irmã e mulher Laodice. Foi povoada por
sírios e judeus vindos de Babilônia. A cidade só se tornou importante quando se
tornou parte da província romana da Ásia, organizada no século II AC. Ficou
famosa nos tempos do NT como sendo um local onde se podia adquirir lã preta
brilhante e vestuário preto manufaturado nesta cidade, sendo que ambos os
artigos eram exportados para muitos países. Também muito conhecido em todo o
mundo oriental era o “pó frígio” medicinal utilizado para os males dos olhos. A
cidade tornou-se tão rica que, quando foi destruída em 60 DC por um tremor de
terra, os seus cidadãos, ao contrário dos das outras cidades que também
sofreram com esta tragédia, recusaram a ajuda que Roma lhes ofereceu e
reconstruíram a sua cidade com os seus próprios recursos. A cidade mudou de
mãos várias vezes nos séculos seguintes e foi finalmente destruída no século
XIII pelos turcos. Existiu na cidade uma igreja cristã no tempo em que a carta
de Paulo aos colossensses foi escrita (62 DC) mas, aparentemente, Paulo nunca
esteve na cidade (Cl 2:1). É possível que Epafras, um nativo desta cidade
vizinha de Colosso, fosse o impulsionador do cristianismo nessa área (caps. Cl
1:7; Cl 4:12). Chegou a Laodicéia uma carta de Paulo, ao mesmo tempo que os
colossensses também recebiam uma (cap. Cl 4:16). É provável que esta carta se
tenha perdido, tal como aconteceu com outras cartas de Paulo (1Co 5:11). Desde
o tempo de Marcion (150 DC) que se sugere frequentemente que a carta aos
efésios é a carta perdida que fora dirigida aos laodicenses porque as palavras
“aos santos que estão em Éfeso” (Ef 1:1) são pobremente confirmadas por provas
manuscritas. Uma carta apócrifa de Paulo dirigida aos laodicenses, pertencente ao
século V DC e existente em traduções latinas e árabes, é composta por uma
mistura de passagens das cartas aos gálatas e aos efésios. Uma das sete cartas,
no Apocalipse, é dirigida à igreja de Laodicéia (Ap 3:14-22). As repreensões
contidas nesta carta indicam que a igreja não se encontrava muito bem e as
referências à riqueza, ao colírio e aos vestidos brancos são explicados por um
conhecimento da história da cidade, da sua importância econômica e orgulho e
dos seus produtos industriais.
LAQUIS
Antiga cidade fortificada cananéia. A cidade é mencionada
pela primeira vez em textos cuneiformes de Ebla, no período pré-patriarcal.
Passou a ser controlada pelos egípcios provavelmente no tempo de Thutmose III
mas revoltou-se durante o período Amarna, tal como mostram as Cartas de Amarna.
Quando os israelitas invadiram o país, o rei de Laquis aderiu a uma coligação
sob a liderança do rei de Jerusalém e todos combateram contra as forças de
Josué. Na batalha que se seguiu, o rei de Laquis foi morto e a sua cidade capturada
(Js 10:3-35; Js 12:11), não tendo sido destruída, nem ocupada nessa altura.
Mais tarde, passou a pertencer a Judá e o rei Roboão fortaleceu as suas
fortificações (2Cr 11:9). O rei Amazias procurou refúgio em Laquis, ao fugir
dos seus conspiradores mas foi morto nesta cidade (2Rs 14:19; 2Cr 25:27).
Laquis foi cercada por Senaqueribe, da Assíria, durante o reinado de Ezequias e
o cerco, o ataque e a sua captura estão realisticamente descritos em relevos
feitos em pedras descobertas no palácio de Senaqueribe em Nínive e que agora se
encontram no Museu Britânico. Foi de Laquis que Senaqueribe enviou um
destacamento a Jerusalém, exigindo que a capital se rendesse. Embora Ezequias
tivesse pago um pesado tributo ao rei da Assíria, nunca lhe entregou Jerusalém
(2Rs 18:14-17; 2Rs 19:8; 2Cr 32:9; Is 36:2; Is 37:8). Quando o profeta Miquéias declarou que Laquis “foi o
princípio do pecado” para Sião e que nela “se acharam as transgressões de
Israel” (Mq 1:13). Nos últimos anos da história de Judá, Nabucodonozor cercou
Laquis, que se manteve de pé depois de a maior parte do país ter sido devastado
pelos exércitos dos caldeus (Jr 34:7). As escavações mostram que a cidade foi
destruída por Nabucodonozor em 587 ou 586 AC . Laquis foi novamente repovoada pelos
judeus após o exílio (Ne 11:30), embora não tenha recuperado a importância que
antes tivera.
LASA
Limite meridional dos cananeus, perto de Sodoma e Gomorra
(Gn 10.19).
LASSAROM
Cidade ou distrito cananeu cujo rei foi derrotado por Josué
(Js 12:18).
LATIM
Língua falada pelos romanos (Lc 23.38 - Jó 19.20). O titulo
no alto da cruz, na qual morreu Cristo, estava escrito em latim.
LAVRADOR
Os hebreus eram um povo agrícola. A lavoura é, na Sagrada
Escritura, mencionada desde o seu princípio, visto como Adão foi colocado no
Jardim do Éden para o cultivar. Noé também foi agricultor (Gn 9.20). Deus é
comparado ao lavrador (Jó 15.1 - 1 Cor 3. 9), e o símile de uma terra
diligentemente cultivada ou de uma vinha cuidadosamente tratada, é muitas vezes
usado nas Escrituras.
LÁZARO
1) Irmão de Maria e Marta de Betânia. Foi ressuscitado
depois de ter morrido há já vários dias (Jó 11:1-44). Este milagre excitou
tanto a raiva dos Judeus, que eles procuraram matar Jesus e Lázaro. 2) Um
pedinte nomeado na parábola registrada em (Lc 16:19-31).
LEBAOTE
Cidade no sul de Judá (Js 15:32) provavelmente a mesma que
é mencionada em (Js 19:6) com o nome de Bete-Lebaote.
LEBONA
Cidade no território de Efraim, a noroeste de Siló (Jz
21:19).
LEBNA
Uma das muitas cidades tomadas e destruídas por Josué ao
conquistar a Terra Prometida (Jos 10, 29s), e votada à completa destruição
(herem) por ordem de Deus. Deus, como Senhor da vida, podia mandar isto, mas o
fez porque sabia que este povo merecia destruição total por sua grande
depravação moral. (Gên 15, 16; Dt 20, 17s; Jos 11,20).
LEÃO
No livro das revelações, o Leão de Judá é o Messias:
"Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de
Judá, a raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos."
(Apocalipse 5:4-6). O leão também aparece no estandarte da tribo de Judá.
LEI
A palavra Torah, traduzida por lei, significa propriamente
uma direção, que era primitivamente ritual. Usa-se o termo, nas Escrituras, em
diversas acepções, segundo o fim e conexão da passagem em que ele ocorre. Por
exemplo, algumas vezes designa a revelada vontade de Deus (Sl 1.2 - 19.7 - 119
- is 8.20 - 42.12 Jr 31.33). Também significa a instituição mosaica, como
distinta do Evangelho (Mt 11.13 - 12.5 - Jó 1.17 - At 25.8), e por isso freqüentes
vezes se considera a lei de Moisés como sendo a religião dos judeus (Mt 5.17 -
Hb 9.19 - 10.28). Outras vezes, num sentido mais restrito, significa as
observâncias rituais ou cerimoniais da religião judaica (Ef 2.15 - Hb 10.1). É
neste ponto de vista que o apóstolo S. Paulo afirma que ‘ninguém será
justificado diante dele por obras da lei’ (Rm 3.20). A ‘lei gravada nos seus
corações’, que Paulo menciona em (Rm 2.15), é o juízo do que é mau e do que é
justo, e que na consciência de cada homem Deus implantou.
LEI DE MOISÉS
Ou Lei de Deus (Js 24,26), é o conjunto das leis e
prescrições religiosas e civis colecionadas nos cinco livros de Moisés
(Pentateuco), atribuídos a Moisés. Estes livros, que constituíam a parte básica
da leitura e instrução nas sinagogas, contêm, além de coleções (Ex 25-31;
36-40; Lv 1-16; 23-27; Nm 1-10; 17-19), alguns códigos mais amplos: Código da
Aliança (Ex 20,23-23,19), a Lei de Santidade (Lv 17-22) e o Código
Deuteronômico (Dt 12-26). Posição de Jesus perante a Lei de Moisés: Jesus não
veio para abolir a Lei de Moisés mas cumpri-la no seu essencial (Mt 5,17).
Observa a Lei (Jó 2,13; 5,1; 7,10; Mt 26,17-19; Lc 22,7-15). Jesus, porém, além
de criticar o abandono da Lei de Moisés por parte dos fariseus em favor de suas
tradições (Mt 15,2-9), contesta a própria
Lei (Mt 12,1-8.9.14; Lc 13,1-17; Jó 5,9-12; Mc 1,41; 7,14-23; Lc 7,14; Mt
5,21-48). A atuação de Cristo frente à Lei é um esforço por tirar as
conseqüências da sua redução ao amor de Deus e do próximo (Mt 7,12; 22,34-40;
Mc 12,28-34; Lc 10,25-29). Posição de Paulo perante a Lei: A polêmica que
aparece em At 7,1-53; 10,1-11,18 atinge o seu ponto culminante com o apóstolo
dos pagãos (Gl 1,16; At 15,1-33): somos justificados não pelas obras da Lei mas
pela fé em Cristo (Rm 3,20-28; Gl 2,16-21; 3,11). A Lei não justificou nem a
judeus nem a gentios (Rm 2,12-24). A Lei era transitória (Rm 5,20; 7,1-6; Gl
2,19; 3,13). A Lei de Cristo (1Cor 9,21; Gl 6,2) é a "plenitude" da
Lei mosaica (Rm 13,8-10). É a pessoa de Cristo (Ef 4,20). É a lei do Espírito
(Rm 8,2). É a lei da liberdade (Gl 5,1.13), a lei da fé (Rm 3,27). É o
mandamento novo (Jo 13,34; 15,12; 1Jó 3,23). Além da Lei de Moisés e da Lei de
Cristo existe a Lei natural (At 14,16; Rm 1,19s; 2,14s).
LEIA
A filha mais velha de Labão e irmã de Raquel (Gn 29:16).
Jacó casou-se com ela, depois que o seu pai o enganou (Gn 29:23). Tinha “olhos
ternos”. Deu a Jacó seis filhos (Gn 32-35) e também uma filha, Diná (Gn 30:21).
Acompanhou Jacó até Canaã e morreu antes da ida para o Egito (Gn 31). Foi
sepultada na cova de Macela (Gn 49:31).
LEITE E MEL
São produtos naturais da terra de Canaã, obtidos sem muito
trabalho. Por isso a Terra Prometida é descrita, em oposição ao deserto, como
"terra onde corre leite e mel" (Ex 3,8; Nm 13,27; Dt 6,3). Leite e
mel simbolizam as bênçãos divinas da Terra Prometida. A abundância de leite é
sinal de prosperidade e riqueza e imagem da felicidade dos tempos messiânicos
(Jl 4,18; Is 55,1; 60,16).
LEMUEL
Foi o rei a quem a sua mãe instruiu (Pv 31:1-9). Nada sabemos,
ao certo, sobre ele. Os rabis identificam-no com Salomão.
LENTILHA
1) Planta leguminosa cuja semente é
comestível. Era bem conhecida pelos israelitas. (2 Sam 17. 28). 2) Esaú
voltando faminto da caça, vendeu seus direitos de primogênito a Jacó, por um
prato de lentilhas. (Gên 25, 33).
LEPRA
Doença da pele, que se acha descrita com bastantes
pormenores nos capítulos 13 e 14 do Levítico, e que é o mesmo terrível flagelo
que hoje se conhece. Mas a Lei mosaica tinha em vista uma extensa classe de
doenças, cujos sintomas eram erupções na pele. Por conseqüência, as palavras
lepra e leproso se empregavam sem dúvida num sentido lato. Naamã, por exemplo,
embora leproso, vivia na corte, e desempenhava os deveres de um general. A sua
doença, então, não devia ser aquela que é dolorosamente conhecida no oriente.
Doze casos de lepra se mencionam no N.T. (Mt 26.6 - Mc 1.40 - Lc 5.12 - 17.12 a 19). É importante,
no estudo das prescrições mosaicas com respeito ao tratamento desta doença, não
considerar o termo ‘imundo’ como equivalente a ‘contagioso’, os diversos atos
cerimoniais, que se deviam observar na cura de lepra (Lv 14), são
maravilhosamente simbólicos da purificação do pecador pelo sangue de Cristo.
Quanto à chamada praga da lepra nos vestidos e nas casas (Lv 13.47 a 59 - 14.33 a 53), nada se sabe a
esse respeito, isso é mal que deve ter desaparecido, ou, talvez, essas coisas
fossem parasíticos crescimentos, que são relativamente inocentes.
LEQUI
Foi o cenário de uma das mais famosas proezas de Sansão,
onde ele matou muitos filisteus com a queixada de um jumento (Jz 15:9-19). É
depois chamado Ramate-Lequi, “elevação de Lequi” (Jz 15:17). Em Lequi, Sama
venceu os filisteus no tempo de David (2Sm 23:11).
LEVI
1) Pai de Matate e filho de Simeão, da linhagem de Jesus
(Lc 3:29). 2) terceiro filho de Jacó e Leia. A origem do seu nome está nas
palavras de Leia: “Agora esta vez se ajuntará (Heb. Yillaveh) o meu marido
comigo” (Gn 29:34). Levi é mencionado como tendo desempenhado um papel
importante na vingança a favor da sua irmã Diná (Gn 34:25-31). Ele e os seus
três irmãos foram com Jacó (Gn 46:11) para o Egito. Ali morreu com a idade de
137 anos (Ex 6:16). 3) Um dos apóstolos. Era filho de Alfeu (Mc 2:14; Lc 5:27,
29). Também conhecido por Mateus (Mt 9:9).
LEVIATÃ
1) Grande animal marinho –
possivelmente um crocodilo ou uma serpente marinha (Jó 41.1). 2) Considerado
por alguns o antigo dragão mitológico que supostamente provocava eclipses ao se
contorcer em torno do sol (Jó 3.8). 3) Criatura que, segundo a antiga mitologia,
representava as águas do caos vencidas por Deus na criação (Sl. 74.14; 89.10;
v. Raabe).
LEVIRATO
O termo vem do latim levir, "cunhado".
Normalmente o casamento entre cunhados era proibido (Lv 18,16; 20,21). Mas a
lei do levirato obriga o cunhado a casar-se com a cunhada, quando esta ficou
viúva sem ter tido um filho homem (Dt 25,5s). O primeiro filho desta união era
considerado filho e herdeiro do falecido. A finalidade principal de tal
matrimônio era conservar o nome do falecido e a propriedade dentro do clã (Gn
38; Rt 4,3-5; Mt 22,24).
LEVITA
Na tradição israelita é um membro da tribo de Levi, o
terceiro filho de Jacó e Lia (Gn 29,34; 35,22-26). Mas originariamente
"levita"era alguém que exercia funções sacerdotais. Com o tempo,
todos os que exerciam funções sacerdotais foram identificados com a tribo de
Levi. Mais tarde, quando o sacerdócio de Jerusalém passou a ser considerado o
único legítimo, os sacerdotes que exerciam as funções fora de Jerusalém foram
degradados à função de auxiliares do culto (1Cr 23,4-6). Ver as notas em (Nm
3,11-13; 8,10-12; 18,20-25).
LEVÍTICO
Terceiro livro do Pentateuco, assim
chamado por compreender principalmente as Leis e Ordenações pertencentes aos
sacerdotes, aos levitas e aos sacrifícios. É livro canônico escrito por Moisés,
em que descreve a história do que se passou nos oito dias da sagração de Aarão,
Sumo Sacerdote, e de seus filhos. Mediante as leis sanitárias e dietéticas, e
os regulamentos sobre a Teologia Moral e sexual, proveram-se-lhes proteção
contra doenças. (Levítico, capítulos 11-15, 18) Tais leis os beneficiariam em
sentido espiritual, porque os habilitariam a familiarizar-se com os modos de
agir do Deus Jeová, e ajudaria-os a ajustar-se a tais. (11:44) Os cristãos
entendem que tais regulamentos como parte da Lei de Moisés, serviam como tutor
para conduzir os judeus ao Messias, que seria o grande Sumo Sacerdote de Deus,
prefigurado pelos incontáveis sacrifícios oferecidos em harmonia com a Lei.
(Gál 3:19, 24; Heb 7:26-28; 9:11-14; 10:1-10).
LIA Filha mais velha de Labão, sobrinha de Rebeca e irmã de
Raquel. É também a primeira esposa de Jacó, conforme descrito no livro bíblico
de Gênesis. Lia foi mãe de sete dos filhos de Jacó (mãe de seis das Doze Tribos
de Israel), seis filhos homens, Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom, e
uma filha, Diná. (Gên 29:32-35; 30:16-21). Lea e os seus filhos foram com Jacó
quando este saiu de Padã-Arã e voltou para Canaã, a sua terra natal. (Gên
31:11-18)
LIBAÇÃO
Rito complementar de um sacrifício, que consistia em
derramar azeite, água e vinho em torno do altar (Gn 35,14; 2Sm 23,16; Dt
32,38). Paulo usa o termo em sentido figurado (Fl 2,17; 2Tm 4,6).
LÍBANO
1) Cadeia montanhosa ao norte da Palestina. O nome vem de
laban, que significa "ser branco", e alude aos picos cobertos de neve
(Jr 18,14). 2) O nome é confirmado pelas línguas fenícia e ugarítica, possuindo
a mesma ortografia que o hebraico. Em acadiano surge como Labnana e em heteu
como Lablana. Trata-se da cadeia montanhosa ocidental que faz parte de um conjunto
de duas cadeias montanhosas. Situam-se paralelamente junto à costa do
Mediterrâneo, num percurso de cerca de 240 km que vai desde o rio Litani (ou Leontes),
perto de Tiro, no sul, até ao Nahr el-Kebîr, perto de Latakia no norte. As duas
cordilheiras paralelas encontram-se separadas por um vale que a Bíblia apelida
de “vale do Líbano” (Js 11:17; Js 12:7); nos tempos clássicos era chamado Coele
Syria, “Síria oca” e nos tempos modernos, Beqa, onde correm os dois principais
rios da Síria: o Orontes em direção ao norte e o Litani (Leontes) em direção ao
sul. A Bíblia parece aplicar o termo Líbano
às cadeias montanhosas quando fala dos “heveus que habitavam no Monte Líbano”,
embora os descreva como habitando no território (“desde o Monte Baal-Hermom até
à entrada de Hamate”) que se localizava ou na cordilheira oriental, ou no vale
que se situava entre as duas cordilheiras (Jz 3:3; cf. 1Cr 5:23). Por outro
lado, outras passagens do VT dão o nome Hermom (também Sirion, Senir) à secção
sul da cordilheira oriental e aplicam o nome Amana às montanhas adjacentes (Dt
3:8, 9; Ct 4:8). Os autores gregos chamam Líbano à cordilheira ocidental e
Anti-Líbano à cordilheira oriental, nomes que ainda são utilizados. A Bíblia
menciona freqüentemente o Líbano, primeiro como sendo a fronteira noroeste da
Terra Prometida (Dt 1:7; Dt 11:24; Js 1:4; Js 11:17; Js 12:7; Js 13:5) e depois
como um país produtor de cedros. As traves do templo e do palácio de Salomão
vieram do Líbano, através de Tiro (1Rs 5:6-10; 2Cr 2:8-16); e Zorobabel fez o
mesmo para a reconstrução do templo depois do exílio (Ed 3:7). Os poetas e os
profetas mencionam o Líbano por causa da sua neve (Jr 18:14), dos seus animais
selvagens tais como leopardos e leões (2Rs 14:9; Ct 4:8) e dos seus cedros e
outras árvores (2Rs 19:23; Is 60:13; Zc 11:1, 2), de onde os fenícios obtinham
mastros e madeira para navios (Ez 27:5).
LIBERDADE
Cristo nos libertou da Lei mosaica (Rm 6,17-23; 7,1-6; Gl
4,4-31; Lc 4,18s). Consiste na libertação do pecado (Jó 8,31-36; Rm 6,22; Gl
5,1.13; Tg 1,25; 2,12; 1Pd 2,15s). Vem pela fé em Cristo (Rm 6,17-23; Gl
4,21-30). Onde age o Espírito aí há liberdade (Rm 8,2; 2Cor 3,17); a liberdade
tem limites (Gl 5,13-26).
LIBNA
Local onde os israelitas acamparam durante as suas
vagueações pelo deserto (Nm 33:20, 21) e que alguns identificam com a Labã de
(Dt 1:1).
LIBNI
Um dos filhos de Gerson, o filho de Levi (Ex 6:17; Nm 3:18,
21).
LICAÔNIA
Província romana, uma região da Ásia
Menor em que se falava o idioma local - o licaônico. De acordo com (Atos 14:6-11),
Derbe e Listra, eram cidades da Licaônia. Segundo o texto bíblico, o apóstolo
Paulo visitou Derbe e Listra (Licaônia), durante a sua primeira e a sua segunda
viagem missionária, anunciando o Evangelho e organizando comunidades cristãs.
Talvez parasse ali também na terceira jornada missionária ao viajar "de
lugar em lugar através do país da Galácia" (Atos 14:6, 20, 21; 16:1;
18:23).
LÍCIA
Território na costa a sul da Ásia Menor. Foi uma província
romana nos tempos do NT. As suas fronteiras terrestres eram constituídas, em
termos de províncias romanas, pela Ásia, Galácia e Panfília. O país é
montanhoso e aí abundam os cenários alpinos. Para os gregos, os habitantes
originais deste país eram construtores de muralhas gigantescos. São conhecidos
cerca de 200 textos escritos em liciano antigo mas que ainda não foram
totalmente decifrados. Na altura em que Paulo visitou Lícia, a província já tinha
sido helenizada, tal como indicam as ruínas do antigo local. Pertenceu
sucessivamente aos persas, a Atenas, a Alexandre, aos Ptolomeus, aos Seleucidas
e a Rodes. Em 169 AC
recuperou a sua liberdade. Não se sabe ao certo quando se tornou numa província
romana pela primeira vez. Foi leal a César, tendo sido depois conquistada por
Brutus mas recuperado a sua liberdade no tempo de Antônio. Em 43 DC, voltou a
ser uma província senatorial sob a administração de um embaixador, tendo Mirra
como sua capital. Paulo mudou de barco em duas cidades portuárias de Lícia
durante as suas viagens: Patara (At 21:1, 2) e Mirra (At 27:5, 6).
LIDA
Também chamada Dióspolis. Pertencia à
tribo de Efraim e parece que foi habitada pelos benjamitas, ao voltarem da
Babilônia. S. Pedro curou ali um homem chamado Enéias. (At 9, 38).
LÍDIA
Mulher de Tiatira, uma “vendedora de púrpura” que morava em
Filipos (At 16:14, 15). Não era judia mas sim prosélita. O Senhor abriu-lhe o
coração quando ouviu o evangelho da boca de Paulo (At 16:13). Tornou-se, assim,
na primeira pessoa da Europa a abraçar o cristianismo. Era, aparentemente,
muito rica, pois pôde dar uma casa a Paulo e aos seus companheiros. Lídia
é descrita como "adoradora de Deus", o que indica que poderia ser uma
gentia convertida ao judaísmo. Tudo indica que esta mulher não era
materialista, embora tivesse uma boa fonte de rendimento, visto que reservava
tempo para as atividades religiosas no sábado, tendo ainda de enfrentar
crescentes sentimentos de anti-semitismo. A vida em Filipos não devia ser fácil
para os judeus e para os prosélitos do judaísmo, visto que, pouco antes da
visita de Paulo, o Imperador Cláudio havia banido os judeus de Roma. Talvez
houvesse poucos judeus e nenhuma sinagoga em Filipos, de modo que, no sábado,
ela e outras mulheres devotas se reuniam junto a um rio fora da cidade. Há quem
afirme, porém, que a lei romana proibia aos judeus a prática de sua religião
nos "limites sagrados" de Filipos. Portanto, depois de passar
"alguns dias" lá, os missionários encontraram, no sábado, o tal lugar
junto a um rio, fora da cidade, onde "pensaram haver um lugar de
oração". (At 16:12, 13) Pelo visto era o rio Gangites.
LINHO
Não se conhece a data e o local em que o homem utilizou
pela primeira vez as fibras flexíveis do linho para confeccionar tecido, nem
quando a planta começou a ser cultivada. Desde 2500 anos a.C. o linho era
cultivado no Egito, e o Livro de Moisés refere-se à perda de uma colheita de
linho como uma “praga” ou desgraça, tal a sua importância na vida das
populações. O linho vem também mencionado no Antigo Testamento. As cortinas e o
Véu do Tabernáculo e as Vestes de Arão como oficiante eram em “linho fino
retorcido”. A túnica de Cristo era de linho sem costuras. A planta aparece,
posteriormente, em certas regiões da Grécia Continental – onde o linho foi
igualmente um dos mais importantes têxteis. No território que viria a ser
Portugal, o cultivo do linho e a sua utilização têxtil provêm dos tempos
pré-históricos. Em certas jazidas da província de Almeria que remontam a 2500 a .C. , encontraram
cápsulas de linhaça, e numa “sepultura”, situada numa propriedade particular
junto das Caldas de Monchique, no Algarve(Portugal), considerada da 1ª fase do
bronze mediterrâneo peninsular, recolheu-se um pequeno farrapo de linho (2500 a .C.). Estes fatos não
só provam que o linho era já então cultivado e utilizado, mas indicam, pela perfeição
do seu fabrico, um longo desenvolvimento anterior.
LÍNGUA
É necessário dominá-la (Pr 25,28; Ecl 5,2; Mt 12,36; Ef
4,29; 5,3s; Cl 4,6; Tg 1,19.26; 3,2-12). As más línguas (Sl 52,4; 57,5; 140,4;
Pr 18, 8; Eclo 9,18; 28,17-23). Falar em línguas é um carisma. É a oração de
louvor, dirigida a Deus em estado de exaltação mística. Por ser
incompreensível, necessita de um intérprete para ser entendida pela assembléia
(1Cor 12,10-30; 13,1.8; 14). É um dom prometido aos discípulos de Cristo (Mc
16,17), mas inferior à profecia. O fenômeno se realizou no dia de Pentecostes
(At 2,3s.11.15).
LINO, SÃO
A Igreja Católica Apostólica Romana identifica São Lino
como o segundo Papa, seguindo ao apóstolo São Pedro. Tertuliano indica São
Clemente I como o sucessor de Pedro. No entanto, todos os outros autores são
unânimes ao referir Lino como o segundo bispo de Roma, ainda que varie muito a
data apontada para o início do seu pontificado. Muitas fontes indicam a data de
67, enquanto que Eusébio de Cesaréia indica 69, a Enciclopédia Católica
refere 64, o Liber Pontificalis sugere 56 e o Catálogo liberiano refere 55. A discrepância pode ser
explicada pelo facto de Lino poder já ter sido ajudante de Pedro durante a vida
deste - o que pode levar alguns autores a anteciparem-se. Foi Papa de onze a
quinze anos. O "Catálogo liberiano" indica uma duração de pontificado
de 12 anos, 4 meses e doze dias. Pouco se sabe sobre a sua vida.
LIRA
Instrumento musical do tipo da harpa.
(Is 5, 12).
LÍRIO
1) Bela flor silvestre que cresce entre os espinhos nos
campos da Palestina (Cânt 2, 2; 4, 5). O sumo sacerdote Simão foi comparado a
um lírio. (Eclo 50, 8). Jesus Cristo cita estas flores no sermão da montanha
falando sobre a providência de Deus. (Mt 6, 28; Lc 12, 27).
LISÂNIAS
Tetrarca de Abilene (Lc 3:1), cidade situada na vertente
sul do Líbano, perto de Damasco.
LÍSIAS
1) Amigo e parente do rei Antíoco Epífanes. Indo além do
Eufrates, deixou a Lísias a regência do reino, com ordem de guerrear e
exterminar os judeus. Porém, os judeus o derrotaram em duas batalhas e ele
depois foi morto em Antioquia por Demétrio, filho de Seleuco, no quinto ano do
seu governo, (l Mc 3, 32-37). 2) Tribuno de Jerusalém que salvou S. Paulo da
fúria dos judeus. (At 22, 24).
LISÍMACO
Irmão de Menelau e Sumo Sacerdote.
Quando o povo teve conhecimento dos sacrilégios que cometia no Templo,
levan¬tou-se contra ele e o matou no tesouro do Templo, no mesmo local que
tantas vezes profanara. (2 Mac 4, 29-42).
LISTRA
Cidade na Licaônia, que era uma secção da província romana
da Galácia. A cidade era uma colônia romana fundada por volta de 6 AC . Foi povoada por
veteranos romanos e os seus habitantes eram cidadãos romanos. Foi encontrado um
pedestal com uma inscrição em latim que continha o nome Lustra. Este pedestal
identifica Listra com um local chamado Zoldera, que se situa a 1.6 km a noroeste de Khatyn
Serai. Esta situa-se a 37 km ,
em linha reta, a sul-sudoeste de Icônio, a atual Konya. Paulo e Barnabé
pregaram nesta cidade durante a sua primeira viagem missionária e aí fundaram
uma igreja. Durante o curso do seu ministério aqui, curaram um coxo. Como
conseqüência, os habitantes pagãos de Listra acharam que os apóstolos eram
deuses e prepararam-se para lhes oferecerem sacrifícios. Quando os apóstolos se
recusaram a aceitar tais honras divinas, o povo sentiu-se ofendido. Para além
disso, foram espicaçados pelos judeus de Antioquia e Icônio, tornando-se inimigos dos apóstolos. Paulo foi apedrejado
mas recuperou das suas feridas (At 14:6-20; 2Tm 3:11). Ele revisitou Listra
durante a sua segunda viagem missionária (At 16:1, 2) e provavelmente também
durante a sua terceira viagem missionária (cap. At 18:23). Timóteo era
possivelmente natural de Listra (At 16:1-3).
LIVRO DA VIDA
Livros da Registros judaicos. Quando alguém morria, o seu
nome era riscado da lista, que as autoridades guardavam, e que se supunha
compreender somente os nomes dos vivos (Is 4.3 e Ap 21.27).
LÓ
Personagem bíblico do Antigo
Testamento (Gn 11:27; 12:4,5; 13:1-13; 14:1-16), era da linhagem de Sem, neto de
Terá, filho de Harã e sobrinho de Abraão. Ló morava em Ur dos Caldeus, junto
com seu pai, Harã. Harã morreu em Ur e quando Abraão foi chamado por Deus para
ir até Canaã, Ló foi junto com ele. Gn (14: 13-14). o Senhor Deus avisou a
Abraão que destruiria Sodoma e Gomorra, por causa dos seus grandes pecados
(homossexualidade, orgias, incestos e outros). Abraão intercedeu por seu
sobrinho Ló (Gênesis 18: 16-33). Dois anjos foram enviados para Sodoma para
tirar Ló e sua família de lá. Quando eles saíssem eles não poderiam olhar para
a cidade, devendo ir para as montanhas, ou então morreriam. De madrugada, Ló,
sua mulher e suas duas filhas deixaram a cidade. Então o Senhor fez chover fogo
e enxofre sobre Sodoma e Gomorra. Ele destruiu as duas cidades, o vale, os seus
moradores e toda a vegetação da região. Enquanto eles fugiam, a mulher de Ló
olhou para trás e foi transformada em uma estátua de sal.
LOBO
Menciona-se doze vezes o lobo nas Escrituras, sempre em
sentido metafórico, para designar crueldade, ou qualquer qualidade deste
gênero, e quase sempre em conexão com as suas devastações nos rebanhos. Há,
muitas vezes, referências ao hábito que tem o lobo de atacar a presa à noitinha
(Jr 5.6 - Hc 1.8 - Sf 3.3). A sua ferocidade é também mencionada em Gn 49.27 -
Ez 22.27 - e à sua maleficência entre os cordeiros se refere Ezequiel, e também
Jesus Cristo (Ez 22.27 - Lc 10.3 - Jó 10.12). Na linguagem simbólica que isaías
emprega a respeito da paz no reino do Messias, ele afirma que o lobo habitará
com o cordeiro, e se alimentarão juntos (Is 11.6 - 65.25).
LODE OU LIDA
Cidade da Palestina. Lode e a sua
cidade-irmã de Ono, juntamente com a qual é geralmente mencionada, foram
construídas por um ou mais filhos de Elpaal, da tribo de Benjamim (1Cr 8:12).
Não parece ter tido um papel importante até depois do exílio. Mais de 700
descendentes dos anteriores habitantes de Lode, Hadide e Ono voltaram da
Babilônia (Ed 2:33; Ne 7:37). No período helenístico, a cidade chamava-se Lida
(I Mac 11:34) e é com este nome que aparece no NT, sendo a cidade na qual Pedro
curou Enéias (At 9:32-35). Lida foi uma cidade importante no século I e um
centro de ensino rabínico. Mais tarde, tornou-se na sede de uma diocese cristã.
LO-DEBAR
Local em Gileade (2Sm 17:27), onde Mefibosete, filho de Jónatas,
viveu (2Sm 9:4, 5).
LOIDE
A avó materna de Timóteo. Paulo elogia a sua fé (2Tm 1:5).
LO-RUAMA
Nome da primeira filha de Oséias e um tipo da rejeição
temporária de Jeová em relação ao seu povo (Os 1:6; Os 2:23).
LUA NOVA (NEOMÊNIA)
No calendário lunar a lua nova marca
o início do mês; era considerada um dia santo. Nesse dia não se trabalhava (Am
8,5), promoviam-se banquetes familiares de caráter religioso (1Sm 20,5-26),
ofereciam-se sacrifícios (Nm 28,11-15; Is 1,12s; Os 2,13), consultava-se a Deus
(2Rs 4,23) e o luto e o jejum eram interrompidos (Jt 8,5s).
LUGARES ALTOS
Ou "santuários das alturas"
(em hebraico bamot) designa santuários cananeus em geral construídos numa
colina, ou topo de um monte (Nm 33,52). Os israelitas praticavam o culto em tais
santuários antes da construção do templo (1Rs 3,2). Mais tarde, sobretudo com a
centralização do culto promovida pelo rei Josias (2Rs 22-23), foi proibida a
freqüência aos lugares altos (Dt 12,2-14), que foram destruídos e profanados
(2Rs 23,5.19s).
LUNÁTICO
Que é sujeito à influência da Lua; maníaco, visionário,
aluado. Mencionado em (Mat 4:24).
LUZ
Deus criou a luz natural, o dia, o
sol, a lua e as estrelas (Gn 1,3.5.16-18). Em sentido simbólico, a luz
identifica-se com a vida (Jó 3,20; 38,15) e a proteção divina (Jó 29,3; Sl
27,1). A luz é o lugar da felicidade, da vida; as trevas, o lugar da
infelicidade e da morte (Jó 30,26; Is 8,21-9,2) A luz simboliza a glória divina
(Ex 13,21; Br 5,9), inacessível ao homem (1Tm 6,16). A luz é símbolo de Cristo
(Jó 8,12). Diante de Cristo que é luz é preciso optar (Rm 13,12-14; Jó
3,17-21). Os homens são filhos da luz e filhos das trevas, cegos e videntes
(1Jó 1,5-7; 2,9s; Ef 5,7-18; Jó 12,36). Os cristãos são chamados "filhos
da luz" por terem recebido a graça e a luz da verdade, que devem difundir
pelo bom exemplo (Mt 5,14; Ef 5,8). A
conversão é iluminação (Is 2,5; At 26,17s; 2Cor 6,14-16; Mt 5,13-16).
LUCAS
Santo Evangelista, chamado também Lúcio ou Lucano. Era
natural de Antioquia e médico, conservando-se sempre casto. Acompanhou S. Paulo
nas suas viagens; porém, não consta ao certo o lugar onde se encontraram.
Alguns sustentam que S. Paulo o converteu em Antioquia e que desde então não o
deixou mais. Crê-se comumente que S. Lucas era pintor, e se conservam em alguns
lugares os retratos que ele fez da Virgem Santíssima. Porém, os antigos não
reconheceram esta qualidade em
S. Lucas , sendo Nicéforo o primeiro que dela faz menção.
Sobreviveu muitos anos a S. Paulo, falecendo aos 84 anos. Também não se sabe ao
certo nem o lugar, nem como morreu, ficando sempre em dúvida, se faleceu de
morte natural ou, como dizem outros, crucificado em uma oliveira.
LUCAS, EVANGELHO DE
A autoria deste livro é, pela voz unânime da antigüidade,
desde Ireneu (c. 180 d.C.) em diante, atribuída a Lucas, o médico. E alusões a
ele alguns críticos descobriram a partir de Clemente de Roma (95 d.C.). Que o
autor do Evangelho é o mesmo dos Atos dos Apóstolos, é quase universalmente
aceito. A data do livro é incerta. A comparação deste Evangelho com Mateus e
Marcos nos sugere que é o livro de Lucas o último dos evangelhos sinópticos, e
deste modo deve ter sido escrito depois do ano 70 (d. C). Mas também tem sido
considerado que os dois anos da prisão de Paulo, em Jerusalém e Cesaréia,
podiam ter proporcionado a Lucas a ocasião de compor a sua obra, o que torna
possível ter sido escrita pelo ano 60 mais ou menos, o estilo do autor é o de
um homem educado, hábil na maneira de escrever, o sumário do Evangelho é o
seguinte: Prefácio (1.1 a
4), o nascimento e os primeiros tempos da infância de Jesus Cristo (1.5 - 2), o
Seu batismo, genealogia, e tentação (3.1 a 4.13), o Seu ministério na Galiléia (4.14 a 9.50). A Sua viagem,
partindo da Galiléia, indo pela Samaria, Peréia e Judéia, e terminando com a
Sua chegada a Jerusalém (9.51
a 19.27). A Sua entrada na Cidade Santa, e os fatos que
se seguiram até à Sua crucifixão (19.28 ao cap. 23). A Sua ressurreição e seus
resultados (24). Pelas características deste livro achamos que ele nem foi
escrito de um modo particular para os judeus, nem especialmente para os gentios
mas para todo mundo: é o Evangelho de uma livre e universalmente oferecida
salvação. As particularidades deste Evangelho são numerosas e notáveis. l. A
narrativa dos acontecimentos que precedem e acompanham o nascimento de Jesus,
incluindo o nascimento de João Batista, e belos hinos cristãos, conhecidos
pelos nomes de Magnificat (1.46
a 55), Benedictus (1.68 a 79), Gloria in
Excelsis (2.14) e Nunc Dimittis (2.29
a 32) - a genealogia humana (3.23 a 38). 2. A infância de Jesus, o
único episódio que quebra os ‘trinta anos de silêncio’ (2.41 a 52). 3. Muitos
discursos e máximas de Jesus, com certos incidentes como os relacionados com a
festa na casa de Simão (7) - mas especialmente os fatos que estão compreendidos
na grande seção que se estende desde 9.51 até 18.14. (Algumas das palavras de
Jesus, incluídas nesta seção, são apresentadas por Mateus e Marcos sob aspectos
diferentes, e foram talvez repetição das Suas primeiras falas.) Há incidentes absolutamente
peculiares a este Evangelho, como a rejeição de Jesus pelos samaritanos (9), a
missão dos setenta (10), discursos concernentes à maneira de dirigir os
discípulos (14.25 a
35 - 17.1 a
10), a visita a Zaqueu (19) e várias parábolas. 4. o Evangelho encerra as
seguintes parábolas: a dos dois devedores (7) - a do bom samaritano (10) - a do amigo importuno (11) - a do rico louco (12)
- a da figueira estéril (13) - a da dracma perdida e do filho pródigo (15) - a
do feitor infiel - a do rico avarento e Lázaro (16) - a do juiz iníquo - a do
fariseu e do publicano (18) - a das minas (19). 5. os milagres narrados somente
neste Evangelho são: a pesca maravilhosa (5) - a ressurreição do filho da viúva
de Naim (7) - a cura da mulher paralítica (13) - a do homem hidrópico (14) - a
dos dez leprosos (17) - a cura de Malco (22). 6. Com respeito aos
acontecimentos ligados com a morte e ressurreição de Jesus Cristo, Lucas é o
único evangelista que menciona a oração pelos Seus algozes (23.34), e a
promessa ao ladrão arrependido (23.39
a 43). A ida a Emaús e a ascensão (24), embora estejam
mencionadas no sumário do último capítulo de Marcos, são, de certo modo,
peculiares ao Evangelho de Lucas. É também para se notar que neste Evangelho,
mais do que em qualquer outro, é reconhecida a dignidade da mulher, visto como
S.Lucas retrata belamente a mãe de Jesus Cristo, e nas referências tantas vezes
feitas a mulheres mostra estas no serviço do Mestre, e as atenções do Salvador
para com elas (Lc 1,2 - 7.11
a 17 - 8.1
a 3.48 - 10.38
a 42 - 13.16 - 23.28 - etc.). Além disso, em nenhum
outro evangelho é o seu autor tão cuidadoso em patentear a atitude de Jesus
para com os pobres, necessitados, e desprezados (2.24 - 6.20 a 25 - 8.2,3 - 12.16 a 21 - 14.12 a 15 - 16.13 - 19.25,
etc.).
LÚCIFER
O nome Lúcifer ocorre uma vez nas Escrituras Sagradas e
apenas em algumas
Traduções da Bíblia em língua portuguesa. Por exemplo, a
tradução de Figueiredo verte Isaías 14:12: “Como
caíste do céu, ó Lúcifer, tu que ao ponto do dia parecias tão brilhante?” A
designação descritiva de Isaias 14:4, 12, provém duma raiz que significa
“brilhar” (Jó 29:3), e aplicava-se a uma metáfora aplicada aos excessos de um
“rei de Babilônia”, não a uma entidade em si, como afirma o pesquisador
iconográfico Luther Link "Isaías não estava falando do Diabo.Usando
imagens possivelmente retiradas de um antigo mito cananeu, Isaías referia-se
aos excessos de um ambicioso rei babilônico.
LÚCIO
1) Um professor cristão em Antioquia
(At 13:1) e parente de Paulo (Rm 16:21). 2) Lúcio de Cirene, profeta e mestre
da Igreja em
Antioquia. Estava entre os que impuseram as mãos a Paulo e
Barnabé, ao iniciarem a primeira viagem missionária. (At 13. 1). 3) Parente de
São Paulo que de Roma saudou os cristãos de Corinto. (Rom 16, 21).
LUDE
Uma das tribos cananitas descendentes de Mizraim (Gn
10:13), um povo da África (Ez 27:10; Ez 30:5), a oeste do Egito. Os membros do
povo conhecido por Lude eram flecheiros notáveis (Is 66:19; Jr 46:9).
LUDEUS E LUDIM
1) Um filho ou um povo descendente de Sem (Gn 10:22; 1Cr
1:17). 2) Um filho ou um povo descendente de Mizraim (Gn 10:13; 1Cr 1:11).
Alguns comentadores corrigiram o termo hebraico, que passou a ler-se “líbios”.
Este termo surge em diferentes livros da Bíblia e, noutras passagens, os termos
Lubim (os líbios, ou Pût) e Ludim aparecem como povos distintos e separados (Jr
46:9; Ez 27:10; Ez 30:5). Algumas versões, ao traduzir Lûdîm por lídios, dão
uma identificação plausível mas não existem provas extra-bíblicas que confirmem que os lídios sejam de descendência
canita, tal como eram os ludeus. Devem ter migrado do norte de África no início
da sua história, pois surgem na planície de Sardo, a oeste da Ásia Menor, antes
de meados do 2º milênio AC. Espalharam-se gradualmente por metade do país até
ao rio Halys. Durante o período do império heteu, a Lídia ficou sujeita aos
seus vizinhos orientais mas tornou-se independente novamente após o colapso do
reino heteu, desenvolvendo-se e transformando-se num reino forte. É mencionada
frequentemente em registros assírios como Luddu. Lutou contra os Medos no tempo
de Nabucodonozor e foi conquistada por Ciro, o Grande em meados do século VI,
tornando-se, nessa altura, numa parte do império persa. Sardo, a sua rica
capital, foi durante vários séculos uma cidade importante e era ainda uma
metrópole florescente nos tempos cristãos. Em Ez 30:5, algumas versões traduzem
Lûd por “Lídia” e em Jr 46:5, Lûdîm surge como “lidios”. Não se sabe ao certo
se a Lude de Is 66:19 se refere à Ludim canita, 1, ou à Ludim semítica, 2.
LUTO
Uma notável feição do luto oriental é
a sua preparada publicidade. Veio Abraão depois da morte de Sara, em grande
cerimônia, lamentar a sua morta e chorar por ela (Gn 23.2). Sabemos também que
lugares altos, estradas, terraços, eram sítios especialmente escolhidos, para
manifestações de pesar, não só pelos judeus, mas também por outras nações.
Entre os métodos especiais de qualquer pessoa exprimir a sua dor, havia os
seguintes: rasgar os vestidos (Gn 37.29,34) - vestir-se de saco (Gn 37.34) -
lançar cinza, pó ou terra sobre a cabeça (Js 7.6 - Jó 2.8) - usar vestidos de
luto (2 Sm 14.2) - despojar-se dos seus atavios (Êx 33.4,6 - 2 Sm 19.24) -
arrancar o cabelo da cabeça ou a barba (Ed 9.3) - jejuar (1 Sm 31.13) -
prostrar-se sobre a terra (2 Sm 12.16) - e o emprego de contratados
pranteadores, que eram mulheres e instrumentistas (2 Cr 35.25 - Mt 9.23), os
sumos sacerdotes eram proibidos de tomar luto, mesmo pelo pai, ou pela mãe, os
sacerdotes inferiores podiam exteriorizar o luto nos casos de parentes próximos
(Lv 21.1 a
11), o aproximar-se do defunto para lamentações produzia mancha cerimonial (Nm 19.11 a 16).
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